Eu não queria sair. Mas Vera insistiu. Disse que eu andava pálida demais, que o núcleo me comia viva, que sexta-feira era dia de mulher cuidar não só do corpo, mas também da cabeça. Rita e Gabi já estavam animadas, Marcele dizia que eu precisava dançar, e no fim não encontrei desculpa convincente. Vera me emprestou uma blusa decotada, de alça fina, que ela mesma comentou que só usava “quando queria esquentar o ambiente”. Ri, meio sem graça, fingindo que estava no clima. Passei um batom escuro pela primeira vez em semanas, deixei o cabelo solto, tentei lembrar como era ter vinte e poucos anos de novo, mesmo sabendo que o tempo já tinha passado por mim com peso. Fomos a um bar mais embaixo do morro. Pequeno, apertado, mas com música boa e cerveja gelada. As meninas dançavam sem medo, rodop

