Eu não dormi. Enquanto o sol nascia em Palermo, o caos que eu criei estava se firmando. Moretti foi encontrado morto em sua casa, não por mim, mas por seus próprios parceiros, humilhados pela traição descoberta. Falcone, paralisado pelo medo, recuou e prometeu ser leal, mas em silêncio.
Meu problema agora era Gianni Corleone, o urubu mais próximo. E eu precisava tirar ele do caminho antes de ir para Nápoles. Eu não podia deixar a Sicília nas mãos de um traidor.
“Marco, quero os relatórios do porto. Gianni está tentando tomar conta das rotas do Moretti. É ali que vamos pegá-lo,” ordenei, tomando meu terceiro café.
Marco, meu novo Guardião Leão, estava ao meu lado. A lealdade dele era a única coisa certa que eu tinha.
“Rainha, ele está agindo abertamente. Ele acha que, com Moretti fora, a hora dele chegou. Ele está no porto agora, tentando colocar medo nos antigos administradores.”
“Perfeito. Vamos dar a ele o que ele quer,” eu disse, vestindo um terno de veludo preto. Hoje era o funeral. O dia em que eu seria coroada Rainha ou executada.
O Confronto no Porto
Eu sabia que Gianni esperava que eu estivesse de luto e chorando, mas a dor era um luxo que eu não podia ter. Minha dor estava sendo transformada em fúria.
Chegamos ao porto. Gianni estava lá, dando ordens, exibindo seu poder na frente dos administradores. Ele sorriu quando me viu. Um sorriso arrogante.
“Ora, Íris. Pensei que estaria chorando pela perda. Ou limpando a sujeira do seu marido. O porto precisa ser estabilizado, e eu sou o único com força para fazer isso”
ele disse, com as mãos nos bolsos, confiante demais
“Seu erro, primo, é pensar que eu estou chorando. Minha única lágrima é pelo tempo que perdi não fazendo isso antes,” declarei, e minha voz cortou o barulho do porto.
“Eu não vim estabilizar o porto, Gianni. Eu vim tomar posse dele. Meu pai previu sua ganância. Ele deixou uma cláusula no testamento que só seria aberta se houvesse uma ‘tentativa de tomar o poder’ antes do velório. Essa cláusula, aberta há uma hora, me dá o direito de julgar na hora qualquer parente direto que tente pegar minhas terras.”
O sorriso de Gianni sumiu. Ele ficou pálido.
Os administradores do porto começaram a se afastar dele.
“Você está mentindo! o Capo nunca faria isso!” ele gritou, mas o grito era fraco.
“ Ele planejou minha subida ao poder desde o momento em que me viu fugir. E eu estou aqui, Gianni. E você está roubando meu poder.”
Gianni sacou a pistola. O ato de pura traição que eu precisava.
“Se eu vou morrer, você vem comigo!” ele rosnou, apontando a arma para o meu coração.
Eu estava na frente do Marco. Eu não me movi. Fiquei parada, olhando para ele com desprezo gelado.
“Você falhou, Gianni. Você falhou na primeira regra da Máfia. A lealdade. E agora, você falha na segunda. A mira.”
Antes que ele pudesse atirar, Marco se moveu na velocidade de um raio, agarrando o pulso de Gianni e torcendo com um barulho seco.
A arma caiu, O grito de Gianni foi abafado.
“Aaaaah! MEU BRAÇO!”
“A Rainha não perdoa traidores. Mas você será mais útil para a Máfia do que seu cadáver,” eu disse, olhando para os administradores do porto.
“Marco, leve Gianni. Ele vai passar o resto da vida dele trabalhando nos arquivos de contabilidade para recuperar o dinheiro que Moretti gastou. Ele não tem mais voz. Ele é meu e*****o da dívida. E se ele tentar fugir, executem ele e toda a família dele.”
A humilhação era pior que a morte. O medo nos olhos do Gianni era o suficiente para me dar o controle do porto.
O Fim da Ilusão
Voltamos ao Palácio. Meu pai estava no caixão. O velório estava cheio de Chefes e aliados, todos em silêncio, me observando, Eu não era apenas a herdeira; eu era a Executora Vingadora. Minha posição estava garantida.