capítulo 5

1756 Words
Olhando para ele, não posso deixar de me perguntar se ele mudou de ideia. Que outra razão poderia haver para ele dormir ao meu lado? Estou hesitante em acordá-lo. Eu não quero que ele vá embora. Eu quero ficar assim, aninhada nos cobertores ao lado dele, sentindo seu calor, sentindo o cheiro cítrico e salgado de sua pele. Mas eu estendo a mão lentamente, correndo meus dedos pelas ondas soltas de seu cabelo escuro, sentindo-o correr sedosamente por meus dedos. Eles caem sobre sua mandíbula afiada, sua barba por fazer mais grossa do que ele normalmente deixa ficar. Ele esteve aqui o tempo todo que estive doente? A culpa toma conta de mim ao pensar que ele pode ter ficado ao lado da minha cama, embora eu não tenha certeza do porquê. O que quer que tenha acontecido comigo não foi intencional da minha parte, mas não quero ser um fardo para ele. Não quero que ele me veja assim. Traço lentamente sua mandíbula, resistindo ao desejo de passar meus dedos sobre seu lábio inferior carnudo. Ele é tão incrivelmente bonito, mesmo com o rosto suavizado durante o sono – talvez até mais. Meu peito dói quando olho para ele, desejando isso todos os dias. Poderíamos acordar assim todas as manhãs. Minha mente foge com a ideia tão rapidamente que me assusta quando estendo a mão para correr meus dedos por seu cabelo novamente. Posso imaginá-lo abrindo os olhos para olhar para mim sonolento, sorrindo da mesma forma que eu faria ao ver seu rosto logo pela manhã, aconchegando-se sob cobertores quentes enquanto lutamos com a ideia de enfrentar o dia em vez de ficar escondidos na cama juntos. É fácil imaginar tudo isso – muito fácil. Se&xo matinal, com Max de conchinha atrás de mim, já duro quando acordamos, deslizando para dentro de mim por trás ou me rolando de costas para deslizar entre minhas pernas. Apenas o pensamento disso envia um arrepio de formigamento através de mim, minhas coxas se apertando enquanto o pico momentâneo de prazer da ideia afugenta minhas dores por um segundo. Café da manhã na cama. Assistir filmes juntos. Fazendo amor em frente à lareira. Uma centena de ideias românticas passam pela minha cabeça enquanto passo meus dedos por seu cabelo, até as mechas macias em sua nuca, meu coração disparando em meu peito ao pensar no que poderíamos temos juntos. Este é um exílio temporário de nossa casa, mas poderia ser mais. Se ele mudou de ideia, pode ser o lugar onde isso realmente começa – onde nosso relacionamento se aprofunda sem a interferência de outras pessoas, ou mesmo apenas as interrupções de nossas vidas normais do dia-a-dia. Lembro-me de Max me dizendo na hora do almoço que não deveríamos deixar a propriedade a menos que fosse necessário. Eu me senti horrível então, ser forçada a estar na mesma casa constantemente com alguém que, apenas algumas horas antes, havia me dito que não poderia me amar, não importa o quanto nos desejássemos. Parecia uma tortura. Mas agora... Enquanto minhas mãos deslizam por sua nuca, Max solta um gemido baixo em seu sono. Eu faço isso de novo, sentindo meu coração pular na minha garganta com o som, e ele se contrai, seus quadris se movem um pouco enquanto ele geme novamente, um som baixo de prazer. Minha respiração acelera, meu pulso acelerando, batendo como uma borboleta na minha garganta. A química entre nós sempre pareceu elétrica para mim, palpável, e agora, mais do que nunca, quando o sinto reagir ao meu toque nesta proximidade silenciosa e íntima entre nós. Seus olhos se abrem e eu sorrio levemente para ele. Max se levanta em um instante, sentando-se rapidamente e desalojando minha mão enquanto esfrega o rosto. -Sasha? Sua voz soa quase incrédula. -Você está acordada. Oh Deus, você está acordada. Eu pensei.... -Foi tão r**m assim? Eu definitivamente sinto como se fosse tão r**m assim. Minhas memórias de tudo parecem nebulosas, lembranças vagas de que não posso ter certeza se foram sonhos ou não. -Sinto como se tivesse sido espancada. Ou atropelada por um caminhão. -Não tínhamos certeza se você viveria. Max olha para mim cansado enquanto meus olhos se arregalam em choque. -Você foi envenenada, Sasha. -O que? Eu pisco para ele, me perguntando se eu ouvi errado. -Envenenada? Isso não faz sentido - quem faria isso? Como? -Não sabemos. Ele esfrega a mão na boca, como se a barba por fazer o irritasse. -Seus sintomas começaram depois do almoço que tivemos na cidade, então nosso melhor palpite é que alguém nos seguiu até aqui, ou recebeu informações de que estaríamos aqui e envenenou sua comida. A única outra possibilidade é que alguém tenha chegado a um dos funcionários do avião e adulterado sua comida ou bebida ali. Vitor está questionando sua equipe de perto para descobrir. Eu estremeço. Eu só posso imaginar que tipo de “questionamento” eles estão ou estão suportando. Eu só espero que Vitor acredite neles se eles disserem que não fizeram isso. Posso imaginar a raiva de Vitor ao pensar em um m****o de sua equipe o traindo novamente, depois do que aconteceu com Alex, e não seria uma coisa bonita. — E você... você tem certeza de que foi isso? Max assente. -Tivemos um médico aqui. Ele examinou você e fez testes. Ele não conseguiu identificar a toxina, o que tornou tudo pior. Ele não podia fazer nada além de lhe dar os tratamentos mais comuns ou correr o risco de deixá-la ainda mais doente. E então você só tinha que aguentar. Nós pensamos que você iria morrer com certeza, alguns dias atrás. -Alguns dias? Eu o encaro. -Há quanto tempo estou assim? -Uma semana. Max me dá outro daqueles sorrisos fracos e cansados. -Sinto muito por dormir ao seu lado, mas não queria deixá-la. Não tenho dormido muito, na verdade. Apesar das queixas do meu corpo, eu me empurro contra os travesseiros, estremecendo com as dores que ondulam através de mim e a sensação dos cobertores esfregando contra minha pele sensível. Parece quase cru, desgastada, embora eu esteja aparentemente bem. -Você esteve aqui o tempo todo? Comigo? Sinto aquela pontada de culpa de novo, embora saiba que não é minha culpa. -Eu deveria ser o único que está arrependido – e por que você se desculparia por dormir ao meu lado? Você me conhece... Eu paro com o olhar em seu rosto, tão simpático que me corta até os ossos. -É exatamente por isso. Max diz gentilmente. -Eu não queria te enganar ou te dar uma ideia errada. Ele desliza para fora da cama, fora de alcance, e sinto uma pontada no peito que não tem nada a ver com a minha doença, mas uma sensação dolorosa de perda. -Nada mudou entre nós, Sasha. Lágrimas surgem tão agudamente em meus olhos, quentes e queimando, que eu m*l consigo piscar antes que elas caiam. -O-oh... Eu sussurro, incapaz de pensar em mais alguma coisa para dizer. Ele se move para o pé da cama, segurando-o em suas mãos. Tudo o que posso pensar é a sensação daquelas mãos em mim, deslizando sobre minha pele, apertando meus sei*os do jeito que ele está apertando o cinto agora, aqueles dedos longos deslizando dentro de mim. Não é apenas o prazer que ele me deu que eu quero, mas ele. Não consigo imaginar outra pessoa me fazendo sentir do jeito que ele fazia. Eu não quero que mais ninguém. -Eu quis dizer o que disse no avião, Sasha. Somos amigos, como sempre fomos, desde que você queira. E vou protegê-la com a minha vida, se necessário. Vou descobrir quem fez isso e vou fazê-los pagar. Suas mãos apertam o cinto com mais força, os nós dos dedos embranquecendo. -Fiquei ao lado da sua cama por uma semana, Sasha. Você sabe o que eu sinto por você. Você sabe que eu... Max para, engolindo em seco, e eu afundo meus dentes em meu lábio inferior, lutando contra as lágrimas com tudo que tenho em mim. Parece muito difícil, como se eu não tivesse forças para segurá-los. -Você o que? Eu sussurro, minha voz embargada, e ele olha para mim com aqueles tristes olhos castanhos que me fazem sentir como se meu coração estivesse sendo partido em dois. -Não fica melhor dizer isso em voz alta, Sasha. Isso só tornará isso mais difícil. E é difícil para mim, quer você acredite em mim ou não. Eu quero... Ele engole em seco novamente, como se estivesse lutando contra as coisas que quer dizer, escolhendo suas palavras com cuidado, e eu quero que ele diga todas elas, para deixá-las derramar em uma torre de desejo. Mas isso não é Max. Nunca foi. -Eu quero você segura. Diz ele finalmente. -Você não está verdadeiramente segura comigo. Foi um erro não deixar você com Vitor e deixá-lo levá-la para a casa segura. Eu não deveria ter deixado meus próprios sentimentos, meu desejo de te fazer feliz, atrapalhar meu melhor julgamento. Mas eu fiz, e agora estamos aqui. -Não foi um erro... -O fato de você quase ter morrido significa que sim. A voz de Max endurece um pouco, assumindo um tom mais severo. -Mas não podemos mudar o que aconteceu, apenas o que acontece a seguir. Você tem que me ouvir, Sasha, se quisermos sair dessa. Você tem que me obedecer. Você entende? Ele nunca falou comigo de forma tão incisiva antes. Mas isso não diminui meu desejo por ele. Na verdade, isso atiça as chamas ainda mais, tornando a sensação no fundo da minha barriga mais apertada, minhas coxas se apertando em resposta ao seu tom autoritário. -Sim. Eu sussurro, e Max acena com a cabeça. -A propriedade deve ser segura. Enquanto você estava doente, dei a Tomas, que administra a casa aqui, instruções para triplicar a segurança. Ninguém deve conseguir entrar na propriedade sem que eu saiba, a menos que eles tenham permissão para estar aqui, que é só você e eu. Assim que estiver bem o suficiente, você poderá desfrutar de qualquer parte da propriedade sem se preocupar, embora se quiser cavalgar, espero que vá comigo ou leve pelo menos dois membros da segurança com você... -Cavalgar? Eu o interrompo, meus olhos se arregalando. -Tem cavalos aqui? A expressão severa de Max vacila por um momento, um sorriso piscando nos cantos de seus lábios. -Sim. Ele diz, seu tom um pouco mais engraçado por uma fração de segundo. -Um estábulo inteiro deles. Quando você estiver bem o suficiente, vou levá-la para um passeio pela propriedade, incluindo os estábulos.
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