Feathers and Pocket knives- by Hans Becker

Cap10

Hans acordou cedo, ficou alguns minutos fumando um de seus charutos e finalmente saiu de seu quarto, em grande rapidez, Christoff o ajudou a colocar seu casaco de plumas e lhe deu uma xícara de café forte e sem açúcar

-Cadê o meu...

-Bolso direito- Christoff responde sem precisar saber o final da pergunta

-E o meu...

-Bolso esquerdo

-Preciso de alguns...

-Bolso de dentro...- Christoff tomava seu chá lentamente 

-E cadê o meu...- Christoff aponta para a mesa central onde estava o chapéu de Hans- Perfeito, vamos?- Christoff pegou rapidamente seu casaco, colocou o chapéu e ambos foram até o apartamento de Eva, antes de Hans bater, Christoff o interrompeu

-Deixe que eu faço isso..- ele bate duas vezes, faz uma pausa e depois bate de novo- um código para que nenhuma faca seja jogada em nós....- ele abre a porta e uma faca voadora atinge o batente

-EU ESTOU ARMADA E NÃO TENHO MEDO DE USAR- Hans solta uma gargalhada e Christoff fica vermelho

-ESQUECEU DO NOSSO CÓDIGO, EVANGELINE?

-Ah...me desculpe- suspira na cozinha

-Claro que um bandido bateria na porta desse jeito, antes de entrar...- Hans continua rindo

-Vocês se entendem bem...-eles fecham a porta- Enfim, deixe-me vê-la Ava Becker...- ela saiu da cozinha pronta, estava levemente encurvada e seus óculos acrescentavam algo em sua figura, roupas antiquadas para uma moça daquela idade

-Ava Bailey Becker, por favor....- Os dois se entreolharam

-Isso é uma verruga?- Hans impressionado aponta para a grande verruga de baixo do nariz dele

-Sim, se chama Chris, em homenagem ao seu estimado sobrinho, por ser feia e enoja as pessoas...-Christoff ri rapidamente

-Simplesmente perfeita...- ele a olhou nos olhos- Usou as lentes de contato?

-Não- ela sorriu- meus parentes sempre me idealizaram como a princesa loira dos olhos azuis e sempre me viram com olhos azuis, nunca se aproximaram o suficiente para ver que meus olhos são cinza, e vestida assim....eles ficaram mais cinza ainda, e isso é perfeito

-Estou impressionado, a voz, o comportamento, agora o teste final, enfrenta-los

-Eles não suspeitaram de nada, serei a moça tímida que sequer abre a boca...serei invisível e já tenho uma lista de lugares que podemos procurar- Hans coloca a mão no queixo e olha para Eva

-Qual o plano?- Christoff arregala o olho

-Simples, você distrai meus tios, Christoff e eu vamos procurar, vou fingir ter uma alergia contagiosa se meus primos ficarem na cola, eles tem um sério problema de germes ...- ela ri

-Porque eles teriam medo da própria colônia ? Christoff zomba e Eva ri

-Muito bem, o plano é o mesmo então, e Ava, cuidado, por favor- Ela concorda, pega seu casaco e eles vão até a macabra Mansão Hoffman.

Assim que eles saíram da carruagem, as pernas de Ava começaram a tremer e ela pegou com força no braço de Christoff o surpreendendo

-Eva...? o que há de errado?- Ele sussurra

-Estou com medo, estou apavorada...e se eu não voltar viva, eu quero fugir, é isso que meu avô mandaria eu fazer..

-Nada de m*l irá acontecer contigo, eu prometo...- Hans aproximou-se e a acalmou- Venha querida...- ela a ajuda a descer da carruagem

Ao descer ela logo se encurvou e andou olhando para os pés

-Hoffaman's...- ele cumprimenta os 4 irmãos que o receberam na frente da mansão

-Becker.- eles falam em uníssono 

-Está fazendo caridade agora Hans? Quem é a pobre menina?- Haron zomba

-Minha prima distante, Ava, ela acabou de ficar órfã, e veio morar conosco, é muito inteligente nos ajudará no caso, fiquem tranquilos ela é praticamente invisível, Podemos?- ele pergunta e os Hoffman's vão na frente

Assim que chegaram na sala principal, todos se sentaram, estavam presentes além dos irmãos, David o marido de Christine que tinha um ódio profundo de Hans por ter sido o amor não correspondido da esposa, e seu filho Jonas, Priscila a Esposa de Haron, com seu corpete extremamente apertado, não se sabia ao certo se ela realmente estava respirando ou se estava empalhada, que sinceramente não os impressionaria se estivesse,  os filhos de Joceline estavam no exterior com o pai, Klaus, e por fim Catarina a filha Bastarda de Charles, que olhava para Christoff com certa sexualidade.

-Podemos começar então, farei algumas perguntas para vocês, e enquanto eu faço isso, Christoff e Ava vão dar uma olhada na cena do crime, iremos trabalhar de duas equipes, queremos que isso seja resolvido o mais rápido possível

-Não confiamos em vocês, Jonas vá com os dois...- Haron intervém 

-Acha que colocaríamos algo para incriminar vocês?- Hans ri- Haron, a policia local já pegou todos os dados, descrições, tudo, agora vamos ver se encontramos detalhes, alguma digital, algo que ninguém viu, e depois mandar para os cientistas da pericia, quem não deve, não teme ...- ele sorri e Haron cruza os braços- Mas sem problemas, faço perguntas para Jonas depois...Podem ir crianças...- Jonas, Christoff e Ava foram até a adega da família, enquanto  Hans se sentava em uma poltrona

-Charles você poderia trazer aquela ótima cadeira rotativa até mim? Quero fazer os questionamentos aqui...

-Porque aqui?- Priscila pergunta- Não é mais fácil você ir lá?

-E Não é que você está viva?- Hans zomba e ela sem entender olha para Haron- Enfim, se eu ficasse lá, como na outra vez, aposto que como não teria ninguém para cuidar da porta, vocês tirariam a privacidade das respostas de todos, então prefiro ficar aqui, e vocês vão para lá. Charles a cadeira por favor....- Charles olhou para Haron como se pedisse permissão e com um simples aceno com a cabeça Charles foi até o escritório busca-la.

Hans se acomodou na cadeira e pensou em quantas vezes Vans devia ter feito aquilo, que saudade de seu amigo, ele respirou fundo e pediu que todos fossem até o final da sala, onde não seria possível escutar nada, ele começou com Joceline.

-Olá Joy...- ela o olhou profundamente 

-Meu pai me chamava assim quando criança, assim que cresci ele deixou de me chamar assim, senti falta do afeto dele....- ela respirou fundo e depois franziu a testa- Como sabe desse apelido?- Ele sorriu

-Joceline, me fale tudo que se lembra daquela noite...- ela pensou, dava para ver que estava tentando lembrar de todos os fragmentos daquele dia

-Todos que estão aqui estavam em casa naquela noite, inclusive Evangeline, jantamos e ele foi para o quarto de Evangeline coloca-la na cama, como fazia todas as noites, eu o vi sair e quando chegou ao quarto fui dar seu remédio para dor nas costas, lhe dei boa noite e sai , ele estava lendo perto da janela e foi só isso..- Hans anotava tudo que ela dizia

-Seu irmão havia comentado que tinham dois novos empregados na casa naquela noite, posso saber os nomes?- ela pensou um pouco

-Um casal de senhores que cuida do Jardim, eles vem duas vezes por semana, passam o dia cuidando, eles são muito bons, meu pai os contratou porque os viu pedindo esmola, eles tinham as mesma idade que meu pai, e ele ficou inconformado de que ele tivesse tanto, e pessoas tão gentis quanto eles, não tivessem nada, então pagamos um bom salário a eles, eu prometi ao meu pai que não deixaria que eles passassem fome novamente.- Hans precisava conversar com esses jardineiros- os nomes deles são Joseph e Carmem Golden 

-Seu pai estava como naquela noite?- Joceline sorriu

-Calmo, feliz, nenhum estresse evidente....- Hans viu uma lágrima se formando em seus olhos mas ela limpou rapidamente 

-Acha mesmo que foi um suicídio?

-Eu não sei, parece que sim, mas só pelo medo que ele tinha que fizéssemos algo com Evangeline, ele nunca tiraria a vida sem saber que ela estava segura...- então Vans sabia que seus filhos tentariam algo contra a neta?

-Depois que a policia veio e levou o corpo, algum de seus irmãos, não gostaram da ideia de que eu viesse para investigar?- ela pensou

-A ideia foi da Evangeline, ela não aceitou que ele tivesse tirado a vida, e sinceramente eu também não, eu concordei na hora, mas... Haron não, ele queria tudo, menos que viesse...- Hans anotava as coisas e seus pensamentos com calma 

-Obrigada Joceline, pode chamar Haron...- ela se levantou e Haron foi

-Seja breve..- ele fala grosseiramente

-Acha que eu demorei com Joceline?- ele bufou - Me diga tudo que lembra daquela noite- ele olhou para a lareira fixamente

-Jantamos, todos estavam aqui, menos o Charles, meu pai estava normal, depois ele subiu com a bastarda, eu fui para fora para fumar e conversar com Jonas, e observei meu pai perto da janela do seu quarto lendo, ele ficou lá uns 20 minutos, depois eu entrei e fui para meu quarto com Priscila, foi isso.- ele parecia estar sendo sincero

-Havia novos empregados na casa naquela noite certo?

-Certo eram um casal de idosos, que cuidam do Jardim, eles foram embora antes de irmos jantar, me lembro muito bem de ter dado o pagamento ao senhor, e os visto ir embora pela entrada de serviço

-Acha que foi um suicídio, Haron?

-Sim acho, acho essa investigação uma perda de tempo, mas pode não ter sido um suicídio mesmo, e se tiverem realmente matado meu pai, eu quero que paguem, mesmo que seja um dos meus irmãos.

-Se quer que eu faça justiça por sua família, eu farei...- o comentário sarcástico de Hans fez Haron se erguer

-Acabou?

-Claro, pode ir, obrigada. Chame Christine.

Enquanto Christine era convocada ele anotou alguns pontos:

.Haron não me queria aqui

.Charles não estava no jantar, Joceline não devia ter prestado atenção- devo refazer a pergunta

.Jonas realmente estava com Haron?

-Estou aqui Hans..- Christina se senta

-Olá Christine, vou ser Breve....me fale tudo que lembra daquela noite, a partir de momentos antes do jantar- ela cruzou as pernas

-Cheguei atrasada, tinha ido a cidade, cruzei o portão apreciei as novas flores do meu pai, aquelas azuis ali no canto, eram suas preferidas, cumprimentei o jardineiro e entrei em casa, Jantamos e quando acabamos meu pai subiu para o quarto com a menina, fiquei na mesa por alguns minutos bebendo um vinho delicioso, depois fui até a Janela onde vi Haron e Jonas conversando, depois subi as escadas dei boa noite para Charles que estava na sala com Catarina, e fui para meu quarto e dormi, apenas- Hans ficou pensativo

-Todos estavam na mesa?- Ela parou para pensar 

-é sim...eu acho que sim...- ela parou- acho que Charles não estava...- ela tentava se lembrar...- sim, ele não estava

-Acha que foi suicídio? - ela negou

-Não, não acho

-Algum dos seus irmãos não gostou quando me chamaram?

-Haron, ele não te queria aqui, e nem era por minha causa...

-Ok, Christine, pode ir, obrigada- ela se levantou e Charles veio

-Olá Hansal, como vai?- ele o cumprimenta

-Olá Charles, vamos lá, me conte tudo que aconteceu naquela noite...- ele respirou fundo

-Eu cheguei na hora do Jantar, desci para buscar um vinho, comemos tranquilamente, meu pai falava sobre suas novas flores no jardim e elogiava os jardineiros, quando acabamos ele subiu com a menina, Christine continuou na mesa bebendo o vinho que eu trouxe...- Hans anotou ". Christine estava bebendo o vinho que Charles tinha trazido", Joceline subiu atrás do meu pai, Haron saiu para fumar e eu fui falar com Jonas...- Mas Jonas não estava com Haron?- Eu subi e vi Joceline no quarto com meu pai, e Jonas entrando no quarto de Evangeline, depois de alguns minutos ele trombou comigo no corredor e nem deixou eu falar com ele, ele saiu desesperado até o jardim e fui para sala conversar com minha doce Catarina...- Informações não estão batendo, como Jonas poderia estar com Evangeline e com Haron ao mesmo tempo? Christine viu o rosto de Haron? ou o viu de costas?- preciso perguntar- Christine por fim me deu boa noite e eu fiquei na sala até a alta madrugada, até que escutei o grito de uma das empregadas na Adega, fui eu que vi meu pai ....- ele olhou para os sapatos- Hans eu nunca teria matado meu pai....

-Charles, não estou culpando vocês, mas investigando, você pode ter visto algo que seu irmão não viu e vice versa- ele respirou

-Eu entendo, ossos do oficio....

-Acha que foi suicídio?- ele concordou

-Eu via o cansaço do meu pai, que ele escondia de todos, suas dores se agravando, então sim, acho, mas concordei com a investigação, diferente de Haron, ele não te queria aqui- Hans se levantou e cumprimentou Charles

-Obrigada, amanhã eu termino o interrogatório com os demais, obrigada Charles...- Hans tinha muito o que pensar e discutir com Christoff e Ava.