Feathers and Pocket knives- by Hans Becker

Cap22

Evangeline acordou e o céu azul a recebeu assim que olhou para a janela, ela se espreguiçou e olhou para o espaço vazio em sua cama ao seu lado, ela imediatamente sorriu e passou a se lembrar da noite passada....- ela passou a mão por seus lábios e se lembrou do beijo quente e cheio de paixão que havia recebido- ela fechou os olhos se lembrando do perfume que seu dorso exalava durante a noite. Mesmo que não estivesse chovendo era impossível conseguir dormir, ela estava se deleitando com tamanho afeto vindo dele, alguém que era tão frio, o toque dele em suas costas, ele brincava com seus dedos gelados em sua pele quente, acariciava seus cabelos e em atos tão gentis tampava seus ouvidos quando trovoava....- Ela se jogou no lado que ele havia deitado e ainda tinha seu cheiro, ela se embriagaria naquele perfume se pudesse, ela sorria se lembrando que durante a madrugada beijos eram dados, beijos longos eram roubados, estávamos tão entregues, ela não sabia como o encararia na frente de seu tio, ele sairia em viagem naquela manhã e voltaria só depois de 2 dias. 

-Ficaremos sozinhos...- ela pensou e corou imediatamente, ela colocou seus chinelos felpudos e se olhou no espelho, seu pijama branco não estava indecente, ela poderia tomar café tranquilamente com ele, seus cabelos estavam lindos, ela sentia falta de vê-los com mais frequência, mas admitia que gostava de Ava, ela se sentia mais corajosa sendo ela- ela mordeu o lábio quando seus pensamentos voltaram novamente para os lábios de Christoff, ambos estavam tão sedentos um pelo outro. Só de lembrar do calor de seu corpo, do carinho sem esperar nada em troca, ele não a olhava como um cofrinho cheio de dinheiro, ele a olhava de um jeito que ela só saberia se perguntasse- ela rodopiava pensando em como agiria assim que saísse do quarto.

"Será que ele está cozinhando? E eu chegaria por trás e o abraçaria? E ele me beijaria de novo...- ela sorria- Talvez seja atrevimento demais? E se ele tiver se arrependido? Calma Evangeline, você consegue lidar com isso."- ela respirou fundo e abriu a porta e foi indo na ponta dos pés.

Naquela manhã ainda o sol nem tinha nascido ainda, Christoff se sentia tão extasiado, aquela menina, ele não se importou de não ter dormido, as vezes ele sabia que ela acordava e fingia que estava dormindo para ela não despertar completamente, ele não tinha ficado com sono, durante a madrugada ele encaixou a mão em sua mão e ele ficou olhando para seus dedos entrelaçados, sua mão era tão pequena comparada a dele, ela era tão teimosa, tão temperamental....

Ele queria acorda-la e voltar a beija-la, seu sangue fervia quando estava perto dela, seu cheiro o enfeitiçou de um modo tão profundo que ele não conseguia expressar, ele se lembrou quando ela havia lhe roubado um beijo para fugir, foi como se ela tivesse despertado nele um vicio, no Bordel vê-la beijar outro que não era ele o fez queimar por míseros 5 segundos, como era possível esse sentimento ser tão intenso? ele a conhecia fazia poucos dias, seus mundos eram tão diferentes, e ela era tão linda....-ele com delicadeza retirou alguns fios de cabelo de seu rosto e sorriu.

-Evangeline...- ele sussurrava- eu sei que dorme profundamente, então eu preciso lhe dizer algo....Eu não consigo deixar de te querer, esse sentimento invadiu meu corpo e não consigo faze-lo se controlar, mas ...-ele respira- eu não sei se vou conseguir me controlar....Mas não podemos ficar juntos, ok? Não podemos....Imagino você dizendo que não se importa, e bancando a forte mas eu sei que se importa, nossas respirações sincronizaram naquele beijo...Oh Santo Deus, eu te beijaria a cada segundo do dia se pudesse, mas eu não posso, não sou bom o suficiente....Você merece alguém que te ame por completo, algo que eu não sei se vou conseguir fazer....- Evangeline se mexeu ficando com o rosto perto de Christoff e ele sem excitar a Beijou, beijou tão forte e ela rapidamente retribuiu.

-Bom dia...- ela sussurrou e ele sorriu

-Me desculpe....eu não consegui me controlar....- ela sorriu e suas mãos frias juntaram seus rostos novamente para um beijo rápido - ótimo dia...- ele sorriu- Mas ainda é cedo....volte a dormir- ela concordou e grudou mais em seu corpo

Christoff depois de garantir que ela estava mesmo dormindo de novo, com cuidado saiu da cama e ficou em pé a observando, mas rapidamente seu semblante mudou e ele saiu do quarto em silêncio, por sorte seu tio não havia acordado ainda, ele resolveu fazer um café forte e deitou-se em sua cama para dormir por alguns instantes, ou tentar, porque mesmo longe dela, ela permanecia em seus pensamentos.

Algumas horas depois Hans se levantou e já preparou sua maleta para sua rápida viagem , ele observou por uma fresta e viu Evangeline perdida em pensamentos, as vezes rodopiava e sorria. Hans ficou sério pois conhecia aquele sorriso.

Ele se preocupou, o que Christoff achava que estava fazendo? 

Ele foi até a cozinha e bebeu uma xícara de café, Christoff já pronto foi em sua direção

-Bom dia Hans...- ele pega uma fatia de pão e da uma mordida, Hans o encara, ele estava pensativo, com cara de culpado

-Christoff o que você fez?- Christoff o olhou questionando do que exatamente ele estava falando

-Do que está falando?- Hans balançou a cabeça e foi para o meio da sala, colocou a maleta na mesa e olhou para o sobrinho, mas quando ele ia abrir a boca viu Evangeline vindo sem fazer barulho e logo se escondeu, Hans sabia que não podia se meter, mas ele não ia permitir que Christoff machucasse aquela menina.

-Me diga o que está havendo entre você e a Eva...- ele esperava a verdade

-Não sei o que quer que eu diga, somos colegas...- Hans tinha tanto medo que a história se repetisse

-Colegas? Colegas não dormem na mesma cama, Christoff

-Tio eu não toquei nela, eu jamais a desonraria, só estava chovendo e ela entra em pânico e eu cuido dela, só isso...- Hans viu certo despeito em suas palavras

-Só isso? então vai olhar dentro dos meus olhos e me dizer que não se beijaram?- Christoff encheu o peito

-Isso não lhe diz respeito, tio

-Claro que diz, o que eu falei pra você? Não se deve cativar um sentimento em alguém, se não tem a intenção e cultiva-la....-Christoff riu e Hans se arrependeu pois sabia que as palavras dele machucariam Eva que escutava tudo

-Tio, ela é uma menina, eu não tenho culpa se ela cria expectativa rápido de mais, eu só estou sendo gentil, nada de mais, é normal de crianças, já devia saber.

-Não seja hipócrita, Christoff, não lhe criei assim...

-Me criou para não sofrer, e pelo amor de Deus, tio, acha mesmo que eu me apaixonaria por ela? Ela é bem útil agora, é esperta, mas só, ela vai embora quando estiver segura e iremos seguir nossas vidas.

-Você quer que ela vá embora, Christoff?- Hans se decepcionou com ele

-Sim....- aquela palavra machucou tanto Hans quanto Evangeline, Hans não queria que ele cometesse os mesmo erros que ele, mas ele estava indo pelo mesmo caminho e negar aquilo era a pior parte.- Ela não se encaixa na nossa vida.

-Entendo, espero que esteja sendo honesto comigo, sou sua única família, não há ninguém no mundo que morreria por você além de mim, não oprima dentro de você sentimentos, por medo de falhar

-Eu não estou escondendo nada, e muito menos estou com medo, só quero que tudo isso acabe e eu tenha meu caso solucionado.

-Voltem da mansão antes das 17:00, não quero que fiquem fora de casa até tarde, entendeu?- Hans coloca seu casaco de plumas, parou para olhar Christoff e lhe deu um abraço - Me perdoe por ter feito isso...- Christoff o olha sem entender e ele o puxa pelo colarinho- Escuta aqui...- ele sussurra - Pode mentir para si mesmo quantas vezes quiser, mas mentir pra mim é impossível, eu te conheço melhor que você mesmo ele o solta- ele ajeita seu casaco -Me perdoe, filho, mas eu não podia deixar você machucar ela...- Christoff não entendeu, Hans foi até a porta com sua maleta- Volto depois de amanhã- ele respira fundo- Cuide-se Christoff, tchau filho...- ele pausou- Tchau Eva, querida...- Christoff o olhou incrédulo agora entendendo o que ele tinha dito, ele se virou e ela estava na cozinha com um semblante triste, Christoff fechou os olhos não acreditando no que seu tio tinha feito.

-Tchau Tio Hans, volte logo...- Hans deu uma última olhada em Christoff antes de sair.

Christoff se virou para Evangeline e ela sorriu

-Chá?- sua voz estava diferente 

-Eva...- ele se aproxima

-Café então...- ela fala sem o olhar

-Eva me escuta...- ele pega em seu braço mas ela puxa

-Não toca em mim....Afinal crianças são assim, não é?- ela se afasta e anda de um lado para o outro

-Olha eu só falei aquilo para ele não me perturbar, não era verdade....

-Podia até não ser verdade, mas era o que você queria que fosse verdade. - ela engole o choro e o encara

-Evangeline me escuta..

-Não eu já escutei o suficiente, agora quero que você me escute. Eu não sou criança, eu não crio expectativa com algo que não é real, Christoff - Eva era genuinamente doce, mas era afiada como uma lâmina e aquela palavra atingiu Christoff - Não quero que pense que estou dizendo isso porque não falou para seu tio da noite passada, mas pelo que disse, você quer que eu vá embora, eu pensei que pelo menos estávamos em sintonia no trabalho, MAS ISSO FOI TUDO UMA ALUCINAÇÃO MINHA NÃO É? Acreditar que Christoff Becker iria se importar com outra pessoa sem ser ele mesmo.

-Evangeline eu só estava tentando evitar mais perguntas, só isso

-Eu não me importo com o que você queria evitar, eu conheço seu tio faz tão pouco tempo e eu o conheço melhor do que você, ele quer saber o que você sente, mesmo conseguindo te ler apenar com um gesto, você me humilhou para sair como forte e irrepreensível..- ela limpa uma lágrima

-Por favor, me escuta, ontem a noite foi...

-Uma noite incrível...- ela complementa- sentimos atração um pelo outro, simples, grande coisa. Não quero que pense que minhas lágrimas são de frustração, são de decepção, não que eu esperava que você pedisse em casamento, eu não quero me casar tão cedo, e muito menos me casar com alguém com o Ego tão grande que não sei se duas pessoas caberiam dentro de uma casa

-Você não tá me dando escolha, me escuta por favor..

-Não, você me usou...- ela estava de coração partido- Afinal meninas dessa idade costumam se iludir com facilidade não é?- ela se aproximou- Um toque no lugar certo, uma respiração na pele, ela tensão s****l perfeita...- ela o encara com raiva- Realmente você tem muitos problemas consigo mesmo, eu pensei que éramos amigos, pelo menos isso...mas como o caso não ia ser só seu, pelo menos ia se divertir com a herdeira Hoffman, não é?- ela fecha os olhos e ri de nervoso- Eu sou uma idiota....- quando ela estava se afastando ele a puxa

-Agora você vai me ouvir, tá? Não leve a sério o que eu digo pro meu tio, aquilo não era a realidade...- ela se solta- Eu me sinto bem com você, cuidar de você...- ela ri ironicamente

-Eu não sou uma criança, Christoff, eu posso ser mais nova que você, mas passei por mais coisa do que você pode imaginar, eu não preciso de você, eu não preciso que seja minha babá, eu aguentei 10 anos de chuvas, trovões e raios sozinha, num quarto, SOZINHA, e eu sobrevivi, não se sinta importante por me fazer dormir, afinal eu me fez dormir a vida toda. Mas tudo bem, como você me pediu uma vez, peço que não se meta na minha vida privada novamente, me trate como trata qualquer ajudante, você mostrou a sua verdadeira face e agora vou mostrar um lado meu que eu só usava com meus parentes da mansão - ela o mede com os olhos e sai com raiva mas ele a segura pela cintura

-Eva me escuta...- ele estava desesperado- POR FAVOR EU...- antes dele terminar Eva lhe da um tapa no rosto

-NUNCA MAIS OUSE ACHAR QUE TEM ALGUM PODER SOBRE MIM, CHRISTOFF BECKER, NUNCA MAIS ENCOSTE EM MIM. E SE EU PUDESSE ESCOLHER, EU CONFIARIA MAIS MINHA CABEÇA NAS MÃOS DO JONAS DO QUE NAS SUAS, E SÓ NÃO FAÇO ISSO POR CAUSA DO SEU TIO, ELE SIM SE IMPORTA.