Cap23

2283 Words
-Evangeline...- Christoff batia na porta depois que Eva se trancou, ele era incapaz de pedir perdão, o perdão que ela queria ouvir, ele falava da boca pra fora para que ela o perdoasse e voltassem a ser o que eram. Mas será que eles conseguiriam pelo menos voltar a rir juntos? Evangeline ouvia ele implorando do outro lado, ela enxugou as lágrimas e se olhou no espelho, seu rosto estava vermelho, ela ia esperar ele voltar ao normal para abrir a porta. Mas dai ela pensou: "Esconder o que eu sou e o que eu sinto para me fazer de forte? Eu não sou ele."- ela foi até a porta e a abriu rapidamente, seus olhos e os de Christoff se encontraram e eles ficaram alguns segundos se olhando, mas Christoff viu um olhar frio, cheio de magoa, ele achava que ver seu tio decepcionado com ele ia ser muito difícil, mas vê-la assim lhe doía mais do que podia imaginar. -Evangeline pare de agir assim, nem foi tão grave....- ele tenta se redimir e ela olha para o chão e volta a olhar para ele -Esqueça...- ela falou baixo -O que?- Christoff sorriu, ele viu uma chance de voltar tudo ao normal e se aproximou dela e colocou um dos seus fios loiros atrás de sua orelha -Esqueça..- ela se afasta - No antigo Bordel você disse que se eu te pedisse para esquecer, você esqueceria tudo e agiríamos apenas como colegas, afinal não é o que somos?- ela respira - vou me trocar para irmos para a mansão.- antes dela fechar a porta ela o chama- Christoff...- ele a olha sem acreditar no que lhe havia dito- Cuidado com seus sentimentos, vai acabar se matando por não saber controla-los.- ela fecha a porta e ele fica ali parado por alguns segundo -Ok....- ele arruma a postura e vai se trocar, ele vai até seu armário e coloca seu melhor casaco, abotoa sua camisa e abotoaduras, ajeita a gola dela e arruma seu cadarço, no final ele se olha no espelho e vê sua franja sob seus olhos. Ele se lembrou de quando ela o elogiou dizendo que ela ficava melhor daquele jeito, seu rosto se endureceu e ele passou a mão com raiva no pote de goma capilar, e passou em seu cabelo deixou ele imóvel - Ela que escolheu assim.- Assim que ele saiu do banheiro ela também saiu, levemente encurva. -Vamos, Hansal mandou que voltássemos antes das 17:00 - ele olhou em seu relógio - Teremos tempo, durante o caminho listaremos nossos objetivos ok?- ela concordou -Quer uma xícara de chá de laranja antes de ir?- ele concordou -Sem cardamomo por favor...- Ela olhou para ele surpresa -Então descobriu meu segredo- ela riu enquanto colocava as fatias de laranja em sua xícara -Sempre soube, só não queria estragar sua animação...- ele falava enquanto lia o jornal -Ah claro...- ela riu fraco - Considero que devemos começar pelo sótão, aquele canivete que você encontrou eu tenho certeza que já tinha visto em algum lugar... -Na mão do meu tio?- ele ri- ele tem um igual, o seu avô que deu pra ele...- ela balançou a cabeça -Posso estar enganada, mas a Virgínia ela tinha muitas coleções de muitas coisas, eu vivi com ela durante alguns anos, e durante um bom tempo eu ficava escutando ela conversar com Catarina sobre suas coleções anuais, todo ano ela colecionava algo, ela tinha uma caixa enorme de botões, livros de culinária que eu simplesmente amava ....eu acho que tem uma caixa cheia de canivetes no porão -Virgínia era meio estranha em minha opinião, eu tinha medo dela- Christoff riu -Nunca entendi porque ela tinha tantas coleções...bizarro. -E como pretende que cheguemos ao sótão? -Pela escada?- Christoff revira o olho -Não podemos simplesmente chegar lá e pedir, podemos ver o sótão rapidamente? Um passarinho verde nos disse para olhar lá...- ele olha sério para Eva -É tem razão...Não pensei nisso. -é você não pensa em muita coisa que diz...- Christoff murmura antes de voltar para o jornal, Eva finge ignorar. -Ok, vamos começar pelos quartos...- ela começa -Os únicos locais liberados pela policia foi o quarto do seu avô, o escritório, salas de descanso e estar, jardim e seu quarto, não podemos invadir a privacidade de nenhum dos seus tios, e também acho desnecessário eles são bons, não levariam provas concretas para seus quartos, podem até ter colocado tudo no seu...- ele fecha o jornal e bebe seu chá -E a minha privacidade? Eu não morri para que mexam nas minhas coisas.- Christoff respira fundo -Não pra eles né, eles dizem que você está viajando, mas sabem que você desapareceu, e todos acham que se você estiver morta foi devido a ordem de um deles, Haron vai culpar Christine, Joceline e Charles vão culpar o Haron e Christine o Charles. - ele cruza as pernas e começa a pensar -Então o que vamos fazer? Como vamos chegar no sótão se não podemos nos aproximar de lá? -Não se preocupe eu darei um jeito, vamos tentar encontrar alguma pista relevante nos outros lugares até resolvermos isso...- ele parou de falar -O que está pensando?- Eva pergunta e Christoff que pensava em um determinado assunto olhando em um ponto fixo, olhou para ela -Você nunca achou estranho a relação de Haron e Christine? -ela se sentou - Jonas sempre teve mais afinidade e submissão ao tio do que o próprio pai, o que acha ou sabe sobre?- ela pensou -Tio David sempre foi muito distante do Jonas, pouca interação, pouco afeto...Nunca entendi o porque....- Christoff deixou esse pensamento de lado -Enfim , isso não é relevante...- Evangeline discordava mas não falou nada, ele se levanta- Vamos?- ele estende o braço para Eva que pega sua pequena bolsa e lhe dá o braço- Arrume a postura...- ela se encurva- perfeito, não se esqueça do sotaque... Os dois mantiveram o profissionalismo e tiveram conversas rápidas e todas voltadas ao caso, nenhum olhar intenso, nenhum sorriso indevido, nenhum flerte e por incrível que pareça, nenhum tipo de situação constrangedora, como se realmente tudo tivesse sido voltado apenas em um beijo. -Foi melhor assim...- os dois pensaram quando deram um breve olhar no outro Evangeline não esqueceu aquele breve assunto sobre a relação de Haron e Christine, e se tivesse algo a mais? E se tudo que eles buscam tivessem ligação a isso? Quando chegaram na mansão Joceline os recebeu, séria, com uma expressão de cansada imperceptível ao olhar de desconhecidos mas Eva sabia que havia algo de errado com ela. -Boa tarde Senhora Hoff...- Joceline o interrompeu Christoff com um sinal com a mão -Só Joceline mesmo, não sou senhora Hoffman, e não gosto de me lembrar disso. Venham.- ela foi na frente andando mais lento do que o normal- Espero que consigam resolver isso rapidamente, não aguento mais transtornos dentro da minha casa. Mas acredito que isso logo terminará, se Hans disse que vocês são bons, devem ser mesmo, ele é o melhor no oficio, não contem a ele que eu disse isso, irá aumentar seu ego -Como quiser...- Christoff riu -Mas de fato, o caso está quase se findando, em breve tudo será esclarecido, acredito eu. -Perfeito, nunca duvidei do trabalho do Hansal...-eles entraram na recepção da mansão- Só Jonas e Catarina estão em casa, todos saíram para um evento no Centro, fiquem a vontade. Estarei no escritório..- ela sai andando com uma certa dificuldade e Ava solta o braço de Christoff e vai ajuda-la, ela conhecia sua tia, e sabia que ela jamais iria aceitar ajuda na frente de terceiros. -Primo, irei começar pelo escritório, eu te acompanho Joceline, quero lhe fazer algumas perguntas...- ela lhe dá a mão e Joceline surpresa, aceita. -Irei para a sala, qualquer coisa só me chamar...- Christoff não entendeu o que Eva estava fazendo então apenas se cumprimentaram com um aceno -Você não ia vir aqui primeiro, creio eu...- Joceline falou assim que Eva fechou a porta -Não mesmo, ia acompanhar meu primo, mas eu vi o jeito que está andando...- ela a ajuda a se sentar -Minha perna, não é mais a mesma de 20 anos atrás menina, o reumatismo me matará um dia- ela riu -No momento que estamos, acho que devemos falar de morte, não acha?- ela riu -é com certeza, volte para seu trabalho..- Eva concordou mas quando estava saindo deu de cara com um dos livros de Virginia de culinária, na qual venerava, e não pode deixar de olha-lo, aquele era uma das edições especiais do Chefe Lopez, ela nunca tinha visto aquele. -Eu sou grande admiradora do trabalho desse chef... -Gosta de cozinhar?- Eva viu uma boa oportunidade de conseguir alguma informação -Sim, esse chef é um dos meus favoritos, eu amo os livros dele...mas só li dois, que eu consegui comprar...- Joceline se interessou pela menina -Bom...meus irmãos não irão se lembrar, eles eram muito novos na época e pouco interessados em quem trabalhava na mansão, mas..- ela olhou o livro - O chef Lopez Hernandes trabalhou aqui na mansão durante uma temporada...- Ava se sentou e ficou prestando atenção- Ele era jovem, e estava no inicio de sua carreira, minha mãe adorava a comida dele, e assim criaram grande amizade. e todos os meses durantes anos ele mandava edições dos livros dele para ela....- ela tossiu e limpou a garganta -Se quiser, no sótão tem uma caixa cheia desses livros, se não for atrapalhar pode ir lá, pegar alguns para ler...peguei esse porque tenho um certo apego com ele...- ela pegou o livro em que os dedos de Eva tocava e colocou numa gaveta. Pode ir lá pegar qual quiser....- Ava sorriu mas depois olhou séria para Joceline. -A senhora guarda segredos de mais não acha?- Joceline não estava preparada para aquela pergunta -Do que está falando? -Uma coisa que aprendi com a vida, era que segredos obscuros acorrentavam a alma e não nos permitia ter paz, percebi certa mudança em sua aparência desde a última vez que a a vi.- Joceline respirou fundo- Não quero que pense que estou lhe acusando de algo grave, mesmo que talvez com suas informações esse caso seria mais fácil de ser solucionado, mas o motivo do seu cansaço e amargura é devido a eles. - ela se levanta- Senhora Joceline, lembre-se a senhora guarda segredos de pessoas que não se importariam de lhe jogar na fogueira para que suas vidas fossem poupadas. Será que vale a pena mesmo se deteriorar por monstros? -E se eu for um desses monstros? - ela olha esperando uma resposta de Ava -Se mesmo conhecendo os monstros faz de tudo para defende-los e cuidar de sua família mesmo que não mereçam, isso lhe faz mais humana que muita gente, todos nós cometemos erros e temos medo. E nunca é tarde de mais para corrigi-los.- ela sorri -Muito muito obrigada Joceline, a senhora é muito bondosa, cuide-se. - ela sai se curvando sorridente -Imagine...- Joceline acariciou a cadeira do pai e olhou triste para fora da janela pensativa depois das palavras de Ava. Eva saiu, com um ar vitorioso foi até a sala, na qual Christoff conversava perto demais de Catarina. -Christoff você é muito interessante, não sei como ainda não largou essa ideia de detetive....- ela estava flertando descaradamente com ele -Eu gosto, Catarina- ele falava meio desinteressado enquanto investigava o armário de casacos da sala -Mas dá dinheiro?- ele fecha a porta -Só se interessa por isso não é?- ela sorri -e por homens bonitos também...- ela se aproxima e Christoff para de andar, aquilo ferveu o sangue de Eva -Senhorita Catarina que bom que lhe encontrei...- Eva entra estragando o clima e Catarina olha para ela com desdém. Christoff não se virou para não revelar seu sorriso de satisfação ao sentir um leve ciúmes no tom de voz de Eva. -O que você quer estrupício?- Catarina a desprezava -Ah desculpe lhe atrapalhar, mas ontem eu vi uma moça muito parecida com a senhorita no centro, acredita? E como iriamos vir aqui, quis comentar com você... -Devia ser muito linda, para se se parecer comigo, mas eu estava na aula, foi o único lugar que fui.- ela volta a olhar para Christoff -Tem certeza? porque eu podia garantir que era você...- Christoff olhou para ela com um certo sorriso malicioso no rosto -Eu passei a tarde na aula, que parte não entendeu? -Eu imaginei, a outra mulher era uma dançarina do Bordel, acredita?- Catarina gela - eu passei por lá e me impressionei com tal semelhança -Que horror, não me compare...- ela começa a gaguejar -Só achei muito parecida, só ...- Ava se aproxima -Deve ser impressão sua, aliais eu sou a mulher mais bonita da cidade, todas devem querer ser igual a mim..- ela se gaba -Perdão senhorita, mas você está em segundo...- Christoff comenta causando desconforto em ambas as moças -Impossível...- ela olha com ódio para Christoff - acredito que sua prima Evangeline seja a mulher mais bonita e admirada da sociedade- ele olha para Ava que cora imediatamente- bom é o que dizem... -Impossível, está certamente errado. -mas é, ela é a mais rica de beleza e talento do que muitas- ela não deixou nem que ele terminasse apenas saiu batendo o pé e Christoff riu -Pensei que iria usar isso quando estivessem todos..- Eva riu -Eu tive uma conversa com Joceline, ela liberou o acesso ao sótão... -Como conseguiu isso? -Não é só você que é bom de lábia, senhor Becker. Vou para o quarto de Evangeline e você para o quarto do general, depois vou pro sótão.- ele concordou -Quando for, me avisa, não quero que vá sozinha.- ela concordou e os dois se separaram
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