Feathers and Pocket knives- by Hans Becker

Cap24

Hans havia pegado o trem das 13:00, ele se sentou na janela e pensou na conversa que tinha tido com seu sobrinho, e em como ele se parecia com ele, era terrível, seu sobrinho se parecia com o Hans que machucou Martina há 20 anos atrás.

-Eu falhei tanto....eu falhei tanto...- ele se lamentava e aquela cena com Martina voltou com peso a seus pensamentos.

"- HANSAL, VOCÊ VAI MESMO ME VIRAR AS COSTAS E PARTIR?- Ele se vira rapidamente

-EU SOU r**m MARTINA, E NUNCA VOU MUDAR ...

-Nem por mim, Hans? Nem por nosso amor?- os olhos dela imploravam

-Casamento, filhos...não é pra mim, Martina, não posso te prender a um futuro que eu não estou disposto a viver...

-Eu achei que você me amava, eu não me importo, eu só quero ficar com você...eu só quero você Hansal...- ela se aproxima- Só diz pra mim...diz pra mim que você me ama, e nada de mais importa...- Hans tirou suas mãos de seu rosto

-Sinto muito Martina, espero que você encontre alguém que te ame com todo o coração, e se não for reciproco vá embora sem olhar para trás, a vida lhe oferecerá algo de maior valor ...- ele beijou a mão de Martina e ficou parado sério com um olhar frio

-Não, Hans, não me faça fazer isso por favor...eu te amo- Hans mesmo a amando profundamente nãos e moveu- você não me ama mais? - ele permaneceu em silêncio e ela começou a se afastar- Sem olhar para trás não é? é isso que fará você feliz? É ISSO? QUER QUE EU ME CASE COM O...

-Não quero saber o nome dele, eu quero que você seja feliz...só isso

-Eu só vou ser feliz se você ficar comigo, por favor....-ela chorava

-Se você escolheu ficar, eu vou ter que tomar a decisão...Adeus Martina..- Hans virou as costas e foi sem olhar para trás, e aquela foi a pior decisão de sua vida, foi a penúltima vez que ela a viu."

Era totalmente igual a sua conversa com Christoff, ele a negou, negou seus sentimentos e ele acreditava que ele nunca diria a ela sobre aquela conversa e teria mudado suas respostas se a visse escutando. Hans acreditava estar fazendo o certo, ele cuidaria da menina, por Vans...e por Martina, e mesmo amando Christoff, não ia permitir que a machucasse.

"-Christoff o que você fez?- Christoff o olhou questionando do que exatamente ele estava falando

-Do que está falando?- Hans balançou a cabeça e foi para o meio da sala, colocou a maleta na mesa e olhou para o sobrinho, mas quando ele ia abrir a boca viu Evangeline vindo sem fazer barulho e logo se escondeu, Hans sabia que não podia se meter, mas ele não ia permitir que Christoff machucasse aquela menina.

-Me diga o que está havendo entre você e a Eva...- ele esperava a verdade

-Não sei o que quer que eu diga, somos colegas...- Hans tinha tanto medo que a história se repetisse

-Colegas? Colegas não dormem na mesma cama, Christoff

-Tio eu não toquei nela, eu jamais a desonraria, só estava chovendo e ela entra em pânico e eu cuido dela, só isso...- Hans viu certo despeito em suas palavras

-Só isso? então vai olhar dentro dos meus olhos e me dizer que não se beijaram?- Christoff encheu o peito

-Isso não lhe diz respeito, tio

-Claro que diz, o que eu falei pra você? Não se deve cativar um sentimento em alguém, se não tem a intenção e cultiva-la....-Christoff riu e Hans se arrependeu pois sabia que as palavras dele machucariam Eva que escutava tudo

-Tio, ela é uma menina, eu não tenho culpa se ela cria expectativa rápido de mais, eu só estou sendo gentil, nada de mais, é normal de crianças, já devia saber.

-Não seja hipócrita, Christoff, não lhe criei assim...

-Me criou para não sofrer, e pelo amor de Deus, tio, acha mesmo que eu me apaixonaria por ela? Ela é bem útil agora, é esperta, mas só, ela vai embora quando estiver segura e iremos seguir nossas vidas.

-Você quer que ela vá embora, Christoff?- Hans se decepcionou com ele

-Sim....- aquela palavra machucou tanto Hans quanto Evangeline, Hans não queria que ele cometesse os mesmo erros que ele, mas ele estava indo pelo mesmo caminho e negar aquilo era a pior parte.- Ela não se encaixa na nossa vida.

-Entendo, espero que esteja sendo honesto comigo, sou sua única família, não há ninguém no mundo que morreria por você além de mim, não oprima dentro de você sentimentos, por medo de falhar

-Eu não estou escondendo nada, e muito menos estou com medo, só quero que tudo isso acabe e eu tenha meu caso solucionado.

-Voltem da mansão antes das 17:00, não quero que fiquem fora de casa até tarde, entendeu?- Hans coloca seu casaco de plumas, parou para olhar Christoff e lhe deu um abraço - Me perdoe por ter feito isso...- Christoff o olha sem entender e ele o puxa pelo colarinho- Escuta aqui...- ele sussurra - Pode mentir para si mesmo quantas vezes quiser, mas mentir pra mim é impossível, eu te conheço melhor que você mesmo ele o solta- ele ajeita seu casaco -Me perdoe, filho, mas eu não podia deixar você machucar ela...- Christoff não entendeu, Hans foi até a porta com sua maleta- Volto depois de amanhã- ele respira fundo- Cuide-se Christoff, tchau filho...- ele pausou- Tchau Eva, querida...- Christoff o olhou incrédulo agora entendendo o que ele tinha dito, ele se virou e ela estava na cozinha com um semblante triste, Christoff fechou os olhos não acreditando no que seu tio tinha feito.

-Tchau Tio Hans, volte logo...- Hans deu uma última olhada em Christoff antes de sair."

-Como pode ser tão fútil a ponto de permitir que ele se tornasse alguém como eu?- Hans passava a mão em sua testa tentando esfria-la e ele volta a pensar no caso, ele pega o seu mapa e começa a risca-lo- Pois bem, Edgar sofreu o acidente ao lado do riacho Porto Walter Hood, Eva disse que correu por um campo, deve ser os campos de trigo que estão lá faz mais de 18 anos....Se Sebastian forneceu explosivos de alto escalão para Haron...Deve haver registros disso. O carro de Edgar foi para uma oficina local, se tiver sorte poderei encontrar algum registro sobre o que aconteceu com o carro, se conseguir esse registro e um depoimento por escrito de Sebastian, posso colocar Haron Hoffman na prisão por assassinato qualificado de Edgar. Fácil, mas e essa tal de Gerty? Preciso saber quem é....

Assim que chegou em seu destino ele pegou um carro até a o local onde havia acontecido o acidente, quando chegou nem reconheceu o lugar

-Perdão mas esse é o riacho Porto Walter Hood?- ele pergunta para o motorista

-Riacho?- ele riu- isso tá quase para um mar, do que riacho, agora se chama Rio Walter Hood, foi o primeiro cara a morrer nele, tiveram tantas pessoas que morreram por aqui....- Hans acreditava que aquele motorista poderia ajuda-lo 

-O que o senhor sabe sobre um acidente de carro que aconteceu ao lado do rio faz alguns anos?- o motorista pensou

-Fiquei sabendo, morreu o homem e a filhinha né não?

- Será que estavam falando do mesmo caso?- Hans pensou

-Não, o meu a menina sobreviveu - ele pensou

-Meu cumpadi tava pescando quando tudo aconteceu, faz uns....- ele pensou- A margarida morreu faz uns 8 anos, e o acidente aconteceu um ano depois...Faz uns 7 anos, ele me falou que o carro exprodiu, ele se assustou e se escondeu atrás de uma pedra grande...- Hans tinha ligado seu gravador e gravava tudo que ele dizia- Tinha um carro atrás do carro que exprodiu, eu lembro dele dizer que viu a menina correndo, mas o homem correu atrás dela e jogou ela no rio - Hans olhou para o homem incrédulo

Então era por isso que Evangeline não se lembra? ela deve ter batido a cabeça....

-O homem sumiu na fumaça do carro e meu cumpadi salvou a menina e escondeu ela na casa dele, quando ele tava fugindo com ela nos braços ele escutou um tiro, ele se escondeu de novo e quando olhou para trás o otro carro foi embora correndo, o carro explodiu de novo, meu cumpadi levou a menina pro hospital e quando ela acordou falou o nome dela e localizaram o avô.

-Seu amigo falou como era o homem?

-Era um homem m*l encarado com cabelo preto e terno, já o que dirigia tinha uma careca reluzente e uma cara de comediante de bar- Haron e Charles....

-Qual o seu nome senhor?

-Sou Terry, meu sinhô, ao seu dispô...- ele tira o chapéu

-Terry, deixa eu te perguntar uma coisa, você conhece alguma Gerty?

-Gerty de Gertrude? 

-Sinceramente eu não faço ideia, me mandaram atrás dessa minha tia Gerty, ela mora por aqui, mas não me falaram o nome que se derivou Gerty....- ele pensou

-Oia moço....Eu num sei não, ta com fome? Conheço um ótimo lugar para enche a barriga, porque saco vazio não para im pé- ele ria, Hans gostava de sotaques interioranos, eram confortáveis ao seus ouvidos - E lá tem uma muié....- ele se virou para Hans e riu mostrando a falha entre seus dentes- Uma muie linda, mar pensa numa muié linda seu moço...-Hans sorria gentilmente- Mas o tanto de beleza que tem é igual ao seu talento pa sabe da vida dos otro, fofoqueira que só, ela pode ajuda o sinhô a encontra sua tia

-Obrigada Terry, vai ser de grande ajuda...

-Opa então, vai adora o cardápio, só não come nada que venha de rio, eu suspeito que tenha uma procedência r**m, viu?- Terry foi falando sobre o bar durante todo o trajeto e Hans se divertia com o senhor,- Ta ai seu moço, foi um prazer, foi £4 - Hans lhe deu uma nota de £20 e Terry olhou triste para Hans

-Oh moço eu num tenho troco....- ele devolve a nota

-Imagine, pode ficar o resto é uma gorjeta por sua ajuda...- Terry sorriu e Hans viu seus olhos se marejarem

-Oh seu moço, isso vai me ajuda muito, o sinhô não tem nem noção, Deus o abençoe e te ajude a achar sua tia...- Hans percebeu que Terry passava necessidade apenas pelo modo que olhava para a nota, ele devia trabalhar muito como motorista e receber muito pouco, Hans ficou triste, então antes de sair viu a bolsa de Terry em baixo do banco e colocou duas notas de £200 nela

-Terry essa bolsa é sua não é? - ele sorriu

-é sim seu moço

-Muito bonita, mas tenha cuidado, alguém pode rouba-la...- ele sai do carro- Tenha um bom dia Terry

-Tchau seu moço, vou toma cuidado sim, e a moça se chama Bernadete...- Hans consentiu e fingiu que entrou no bar e ficou olhando Terry de longe, Hans viu quando Terry encontrou as notas, ele chorou sozinho e Hans pode ouvi-lo agradecendo a Deus porque naquela noite ele poderia comer. Hans sorriu e finalmente entrou no bar 

Era um lugar cheio de homens que provavelmente estava indo ou voltando do trabalho, bebendo Cerveja e se deliciando com pedaços enormes de Frango, mesmo que não encontrasse Gerty, Hans já estava se sentindo vitorioso, ele tinha uma declaração, uma testemunha, um áudio, aquilo praticamente já tinha resolvido o caso, ele até já podia voltar para casa, mas algo dentro dele insistia "procure a Gerty", talvez fosse seu instinto, talvez com essa mulher ele saberia o real motivo do Haron ter ido atrás de Edgar.

-Boa noite senhor, o que vai querer?- Uma mulher bom dentes tortos, perfume muito intenso, cabelos vermelhos e maquiagem bem forte o chama

-Boa noite, eu já vou fazer o pedido, mas eu gostaria de encontrar a Bernadete..- a mulher o mede e sorri 

Hans não sabia se aquilo era uma tentativa de flerte ou ela estava quase rosnando pra ele

-Quem é que ta procurando?

-O Terry, o motorista, me disse que a Bernadete poderia me ajudar a encontrar uma tia distante minha que mora na cidade, ela se chama Gerty, bom é o apelido, e como eu não a conheço não sei seu nome verdadeiro

-Aquele Terry safado...- ela sorriu de novo- Aquele homi me deixa doida....- Santo Deus a "muié bonita" que Terry falou era ela? Ela parecia um cruzamento de um pônei com um crocodilo - Se meu Terry me indicou eu posso te ajuda...- ela colocou o lápis atrás da orelha- Num quer pedir antes?

-Ah claro, eu gostaria de panquecas simples, e um café

-PÓ DX, OH JULIO PANQUECA A MODA DA CASA , FAZENDO O FAVÔ...- Ela grita- vou pegar teu café e já volto para nois papiar- Hans sentiu um embrulho no estomago como ele poderia comer olhando para aqueles dentes sujos de batom?

Foi difícil mas ele comeu algo que não foi o seu pedido, tinha muito açúcar e uma calda de caramelo em cima das panquecas, e manteiga, aquilo era muito mais doce que seu paladar Inglês estava acostumado, mas não era r**m de fato, o café para equilibrar era forte e sem açúcar. Bernadete falou uma lista de possíveis Gerty's, ela falou umas 30, ele nem acreditava no tanto de Gertys que podia existir uma cidade com menos de 15 mil moradores, foi de recém nascidas a mortas enterradas, como aquela mulher não comandava aquela cidade ele não sabia, ela sabia o registro de todos os moradores. Durante o longo relatório Bernadete começou a chegar na área que Hans queria.

-Tem a Gerty eremita, ela mora a 10km do rio Walter Hood, tem a Gerty gorda ela teve 17 filhos e só tem 50 anos...tem a...- antes de continuar Hans a interrompeu

-Pode me falar sobre essa tal de Gerty eremita?- ela riu

-Craro - ela limpou a garganta- ela raramente sai de casa, só sai uma vez por semana de madrugada para comprar comida, ela é viúva e sozinha, os parentes mais próximos morreram faz alguns anos aqui mesmo, num acidente de carro, depois que ela soube, nunca mais foi a mesma, se assusta com tudo e acham que a qualquer momento podem vir matar ela, enfim uma louca- ela ria

-É com certeza...- Hans riu

-E mora numa casinha linda no campo de lavanda, pobre muié...próxima...- Hans deixou ela falar por mais alguns minutos e depois fez cara de triste

-Eu acho que minha tia morreu, as que você comentou que morreram, tem mais a identidade dela...Obrigada Bernadete, acho que vim aqui atoa....- ele lhe entregar uma nota de £20 -Obrigada Bernadete

-Sinto muito por não poder te ajudar moço...- ela põe a nota entre os s***s e sorri- Vorte sempre- Hans acenou 

Bernadete realmente havia ajudado muito, Hans pegou uma carona até metade do caminho e quando estava quase escurecendo viu a casinha que Bernadete tinha comentado, no meio do campo de lavanda, parecia abandonada, ele se aproximou e bateu algumas vezes

-Gerty? - ele batia, depois de muitas batidas desistiu- Não deve estar aqui...- ele estava desapontado, ele se virou e deu alguns passos, então escutou a porta se abrir

-SE VOCÊ VEIO AQUI PRA ME MATAR, EU TE MATO PRIMEIRO...- porque aquela voz era tão familiar?- E se seu sobrenome for Hoffman acredito que já devia estar morto...- Hans se vira devagar com a cabeça a abaixada- Sem movimentos bruscos ou eu atiro....- Hans levou a cabeça devagar

-Meu nome é....- assim que ele olhou para a mulher seu coração parou- Germana? Germana Fitz? - a arma se abaixou na hora e a senhora saiu na luz em choque

-Santo Deus, Hansal?