No dia seguinte Hans foi até a mansão Hoffman com Christoff, sem dizer qualquer palavra ele entrou na mansão Hoffman e logo entrou em um espaçoso escritório, pela sua percepção era do tamanho de seu apartamento, ele se sentou na grande cadeira rotativa que tinha no centro, ela era extremamente confortável, ele começou a rodar e a pensar
-Confortável Sr. Becker? -Joceline interrompe os pensamentos de Hans
-Quantas libras vocês apagaram nessa cadeira?- ele quis amenizar o clima com Joceline já que ela era seu alvo atual
-Vale mais que a sua vida, Hans.- Joceline fala grosseiramente- Era a cadeira do meu pai, ele passou grande parte da vida ai...- ela suspira e Hans analisa Joceline, pensativa
-Como era sua relação com seu pai?- ela ainda hipnotizada pela cadeira fala sem pensar
-Eu que cuidava dele, dava os remédios dele, levava para tomar sol...cuidava dele...ele não era um peso para mim. eu o amava muito....apesar dele não enxergar muito isso...
-Nunca duvidei disso, como ele falava em relação ao seu marido?- Joceline voltou a si e ficou séria
-Ex-marido, meu pai detestava Klaus, odiava tanto que sempre se retratou ao Marcos como filho do demônio, Marcos e Joana não ficaram muito tempo perto do avô, mas não digo que estava de todo errado...que mesmo que estivessem ele só tinha olhos para Evangeline...- Ela andou até a janela e e ficou mexendo em seu cordão em seu pescoço, ela se perdeu em pensamentos e pareceu que enquanto ela olhava para fora ela buscava por Evangeline.
-Diga-me Joceline, como era sua relação com Evangeline?- Os olhos de Joceline foram ao encontro dos seus como se dissesse "o que ela tem haver com isso?"
-O que ela tem haver com isso?- "Não disse "-Hans pensou e sorriu
-Só responda...- ele se levantou- Não sei porque, mas sinto que mesmo que seus lábios digam que não gosta dela, seus olhos emitem alguma dor e medo dela não voltar, estou errado?- ela respirou fundo e relaxou os ombros
-Eu não era próxima dela, meu pai não deixava ela sozinha nenhum momento, ele a amava demais, até mais que nós mesmos...
-Mas não era obvio ele não permitir que ela ficasse sozinha? depois do ocorrido com sua mãe? - ela foi em direção a cadeira rotativa e passou a mão nela lentamente- Também culpa a menina pela morte dela?
-Não- ela respira - minha mãe não suportava de ódio e ciúmes a menina, a neta do meu pai, não dela, a neta que ele compartilhava com uma mulher qualquer, a mulher que ele preferiu ao invés dela, que havia dado sua vida para satisfaze-lo e não foi devidamente retribuída- Hans sorriu ao lembrar de certas informações sobre Virginia
-Mas sua mãe errou também, não errou?- Joceline arqueou uma das sobrancelhas e fez uma leve careta, como se sentisse que isso viria a tona qualquer momento, antes dela falar Hans soltou outra pergunta -Acha que sua mãe poderia ser a principal envolvida na morte do Edgar?- ela balança a cabeça afirmando
-Com certeza, mas não afirmaria...
-última pergunta, viu Evangeline no dia do enterro?
-Hm...- ela pensou- Vi, brevemente depois ela sumiu, eu vi ela colocando flores azuis em cima do caixão e depois ela sumiu do meio da multidão...só isso.
-Odiava a menina?- ela se espantou
-Não, ela era minha sobrinha, e mesmo que não parecesse eu me importava com ela...nunca lhe faria mal
-Mesmo que soubesse que seu pai tenha mudado o testamento e deixado tudo para ela?- ela não pareceu se assustar com a pergunta
-Eu já sabia disso, ele mesmo me falou...- isso pegou Hans de surpresa -Meu pai queria mostrar algo para meus irmãos, mas prezava por mim e pelos meus filhos, já que fui a única que realmente se importava com ele...
"Então os outros não se importavam?"- Hans especulou, acho que o caso de Edgar será mais interessante do que ele imaginava
-Ele te deixou algo a parte não é?- ela concorda com a cabeça
-Obrigada Joceline, chame o Haron...- ela se levanta
-Hans se importaria de não comentar nada que eu disse com eles?
-Sigilo total, fique tranquila.- ela sai lentamente e enquanto Hans esperava Haron, pensava em suas respostas
Ela não suou, nem gaguejou, foi honesta, mas não contou tudo sobre sua relação com Evangeline, mas vi certo afeto em seus olhos.
-Seja breve Hans, eu tenho muito o que fazer...- Haron entrou sem bater e falava muito alto
-Vai cuidar das vaquinhas e das ovelhinhas, Haron?- Hans zombou
-São PROPRIEDADES DE LATICINIOS E INDUSTRIAS TEXTEIS, OK?- Ele gritava, Hans entendeu de cara, ele queria preparar os irmãos para as perguntas
-Não precisa gritar Haron, seus irmãos já sabem o que eu vou perguntar...- Haron tossiu
-Sabem?
-eles não te contaram?- Hans finge que aquilo era verdade- e você ainda tenta ajudar...- ele balança a cabeça negativamente
-O que quer Becker?- ele se senta
-Que você responda perguntas simples, tipo como era sua relação com seu pai?- Haron ri
-Se quer saber Hans eu não matei meu pai, pronto posso ir?
-Eu não estava te acusando de nada, e só perguntei por mero protocolo, sei tudo sobre sua relação com seu pai...- Haron engole seco- Seu pai me contava tudo do fatídico filho que era preguiçoso e desleal, ele sabia, lhe deu os ranchos para que você achasse que estivesse fazendo algo grandioso e que renderia muito dinheiro, que no caso você não passava o valor certo para seu pai, mas ele não ligava, os ranchos não davam uma renda estável- Hans viu a veia da testa de Haron saltar, logo ele explodiria- E sua esposa Priscila? Viajando de novo? sozinha? - Hans riu
-OLHA HANSAL, NÃO SOU MEU PAI PARA TE SUPORTAR...- Ele se levanta
-Viu Evangeline no enterro? ou depois?- A pergunta fez Haron escapar duas gotas de suor em sua testa
-Não, não vi a bastarda do Edgar
-Em nenhum momento?
-Não, não vi em nenhum momento, posso ir embora?
-Porque odiava tanto Edgar?
-Ele roubou meu pai de mim, era só Ed pra cá, Ed pra lá e nós os legítimos de lado, aquele infeliz teve o que mereceu..- ele falou de cara, sem medo de especulações sobre ele ter matado, talvez era essa a tática mostrar tanta indiferença que fosse descartado de suspeitas, mas Haron não era inteligente suficiente para pensar que ele estaria investigando a morte de Edgar não de Vans.
-Por isso o matou?- Hans estava jogando um jogo perigoso mas tinha que arriscar, Haron que estava encostado na janela olhou para Hans como se tivesse levado um susto- Falei algo de mais?
-Te chamamos para descobrir o caso do meu pai, não dele
-Casos interligados Haron, e você não me respondeu, matou Edgar?
-Não, não sou assassino
- mas sabe quem é?- Haron voltou a suar
-Não sei, não faço ideia, só porque odiava meu irmão não quer dizer que seria capaz de mata-lo
-E a menina?
-Idem, ela tem sangue impuro, não é como nós, me surpreendo de como meu pai a tratou, ela não merecia
-E sua mãe? ela estava certa em brigar com ela por uma boneca?
-Eu não sei Becker
-Sua mãe queria mata-la, porque?
-Eu não sei Becker, foi um acidente, um triste acidente que matou minha mãe...
-Você acha que seu pai cometeu suicídio?- Hans mudou o rumo da conversa bruscamente assustando Haron, Vans havia lhe contado uma vez que Haron não conseguia assimilar as coisas com rapidez, se fizessem muitas perguntas em sequencia ele não se lembraria minutos depois
-Não...é não
-Alguém suspeito na casa naquele dia?
-Não, só nós e os funcionários
-Algum funcionário novo?
-Havia um um jardineiro que algumas faxineiras novas, mas não acho que...- antes dele terminar
-Charles matou Edgar?- Haron parou por alguns segundos e mostrou receio
-Seu pai tinha amantes?
-é o que?
-Qual a cor do pijama do seu pai?- Haron travou com a quantidade de perguntas-Obrigada Haron, sem mais perguntas, chame a Christine pra mim...- Haron saiu sem entender o que havia acontecido, zonzo e incapaz de explicar qualquer pergunta especificamente dita por Hans, mas Hans entendeu perfeitamente, encontramos um possível cumplice de assassinato, ele pressentiu que queriam matar Evangeline e estava terrivelmente certo
-Seja breve...- Christine se senta em sua frente fuzilando Hans com os olhos
-Como era sua relação com seu pai?
-Boa.- ela era centrada e fácil de manipula-la, Hans sabia exatamente em que ponto poderia amolece-la
-Boa como?- ele olhou para seus cabelos ainda loiros presos numa trança
-Boa, não tivemos mais contato nos últimos 3 anos após uma briga- ela reparou que ele encarava seu cabelo
-qual o motivo da briga?
-Irrelevante, o que está olhando ....
-Seu cabelo, ele continua genuinamente dourado, conseguiu se manter muito bem Christine- Um cortejo? Bem r**m mas fez as armas de Christine se abaixarem- pode continuar...
- ele não gostava que eu me aproximasse da neta dele...- muito Hostil em relação a Evangeline, pensou Hans
-Certo..- Hans continuou o interrogatório da forma mais direta possível, Christine não queria muita conversa e se contentou com suas respostas curtas mas sem tirar os olhos dela, a ponto que ela ficasse corada - viu Evangeline no dia do enterro?- ela arqueou uma das sobrancelhas e olhou para o chão, ai tinha alguma coisa.
-Não, não a vi
-Nem depois?
- o que ela tem haver?
-Responda Christine
-Não vi a bastarda, satisfeito? -ela se levanta, Hans viu que não poderia continuar aquela conversa, o clima estava pesado demais
-Tudo bem, se precisar de algo lhe aviso, pode ir...- Hans se sentia esgotado, Christine se levantou e foi até a porta e quando estava quase abrindo ela parou
-Hansal uma pergunta, com sinceridade responda...- ela fala sem olhar para ele- porque me deixou? Achava que gostava de mim...- Hans sentiu seu coração apertar porque era verdade, ele gostava de Christine na época, mas ele seguiu o conselho de seu pai e a deixou.
-Seu pai me pediu...- ela se vira e dava para ver a tristeza de seus olhos, como o General já havia partido ele não poderia estar ali para desmenti-lo, e ele não queria ferir mais Christine- se aproxime querida...- ela se aproximou devagar e ele foi até ela
-O que ele falou pra você...- ela fala triste
-Ele me falou...- Hans se lembrou das palavras frias de Vans Hoffman- ele me falou que eu não era bom o suficiente para sua menina preciosa...- Christine o olha incrédula- eu não tinha boa fama e ele queria o melhor para você, ele falou educadamente e acabamos viramos amigos, eu entendi...eu também não iria querer que minha filha se envolvesse com alguém como eu....-Christine sorriu pela primeira vez em anos, mas logo limpou o rosto e voltou a sua expressão séria
-Obrigada pela honestidade Hans....- ela abriu a porta - E Hans, tome cuidado com suas perguntas...- e saiu, Christoff entrou em seguida
-O que falou para ela?
-O que ela precisava ouvir querido sobrinho...- Hans sorriu e finalmente terminou conversando com Charles, ele conhecia o caçula Hoffman, ele era medroso e desde criança quando mentia suas sobrancelhas se juntavam e faziam um u ao contrário, as perguntas foram feitas com cuidado e respondidas naturalmente ele não mentiu nenhuma vez, Hans o considerava o mais honesto dos Hoffman's
-última pergunta Charles, viu Evangeline no enterro ou depois?
-Não. Não a vi...- e apareceu o lindo e belo U ali em seu rosto, Hans se curvou e juntou as mãos em cima da mesa
-Fale a verdade...
-Eu...- ele respirou fundo- Não fale para Haron que eu lhe falei- Haron sabia de coisas, ou havia feito coisas indevidas, estava chegando perto - Vi a menina sair do fundo da igreja sozinha...só isso
-Seu irmão te obrigou a dizer que não tinha a visto não é?- ele concordou
-Haron é meio macabro...
-Certo, fique tranquilo, você não me disse nada- Hans piscou - pode ir....- Assim que Charles saiu ele respirou fundo, mesmo ele sabendo o que tinha acontecido, não era só o assassinato do velho general que ele estava investigando, era o assassinato de Edgar e um possível plano de homicídio qualificado para Evangeline. Quem afinal está mentindo? Evidenciar as mentiras de Charles era fácil, mas e se esse era seu método de dispersar as pessoas? Havia algo muito errado naquela casa. Mas logo ele teve uma brilhante ideia.