EDGAR:
Estavamos ali, deitados, o quarto fino do kitnet nos envolvendo como uma concha. O silêncio pesa cada um com a cabeça pilhada de pensamentos, até ela rasgar a calma com o jeitinho dela, quase um sopro.
— Edy...
Só aquela palavra já me derrete.
Suspiro, viro o rosto.
Ela põe o queixo no meu peito, sente o coração batendo. A mão dela descansa no meu braço, os dedos pequeninos procurando a minha pele.
— Como... vai ser a partir de agora?
pergunta baixinho.
Levo a mão ao rosto dela, passeio o polegar no contorno da boca.
A pergunta é como uma lâmina bonita. Tento responder sem fazer promessas vazias.
— Você abandonou ela no altar?
Ela solta, direta, porque preciso ouvir.
Aceno que sim, com pesar.
Não era o que eu gostaria de fazer, seria mais fácil se liana tivesse ace
