Você é meu lugar.

1150 Words
O percurso foi um corte seco na minha pele. Mãos geladas no volante, coração em alta, respiração curta. As imagens dela martelando minha mente, o peito que largava ansioso, pra tê-la de novo... Pra fazer ela minha. Senti o sabor do seu beijo, tudo me empurrava. Me apressei a subir pro andar indicado. Toquei a campainha do apartamento com o punho suado, três batidas fortes como se fosse arrombar o tempo. A porta abriu. Mas desconhecia a mulher que abriu a porta. Com olhos de quem já sabia de muita coisa. — O que você está fazendo aqui, Edgar? a voz dela era direta, como uma lâmina. Era aquela mulher da ligação ... Donna. — Onde está a Clarisse? perguntei, entrando, empurrando a sala com o corpo. Ela saiu do meio, me contemplou com aquela mistura de pena e raiva. — Você não deveria está no seu casamento? — Devia, mas não quero. Você errou, ela sempre foi minha escolha! Sempre vai ser... Eu não vou errar Donna, me diz onde ela está... Eu só preciso disso. Ela Suspirou fundo. — Ela foi embora. — Como assim? meu peito fechou. — Foi embora. ela repetiu, dura. — E olha: ela tá agora mesmo com um homem que vai dar a ela tudo que ela merece. Alguém que vai amar ela como merece. Ela falou rápido, quase como uma sentença, como se não quisesse que eu encare a verdade devagar. — Aonde ela foi? engoli em seco, a garganta seca. — Ao aeroporto. Donna disse, como se estivesse me empurrando do penhasco. — Mas… só se você for esse homem. Se não for, ela já foi com outro. Ela não vai esperar quem não a quer mais. A face dela se abriu num misto de piedade e fúria. — Aj meu Deus, posso está fazendo a maior burrada da minha vida! Mas eu sei que aquela boba não vai ser feliz sem você... então, eu vou dizer: ou você vira esse homem hoje, ou pode esquecer ela pra sempre. Porque ela achou um cara que vai fazer isso, entendeu? — Onde? eu perguntei, a voz cortando o ar. Ela hesitou, respirou, e então falou: — No aeroporto. Vê se não faz merda! Se você fizer cagada, eu vou me odiar por te ajudar. Era um aviso e um ultimato num só fôlego. Peguei o que ela me disse, as palavras queimando como pólvora. Não pensei. Acelerei para a rua, arrancando o carro como se arrancasse anos de mim mesmo. A cidade passou borrada. A luz dos postes, os semáforos em vermelho que me pareciam zombar. O coração batia na boca. A respiração era faca. Eu ia chegar. Ia. Só precisava chegar. .... As imagens dela martelando minha mente, o peito que largava ansioso, pra tê-la de novo... Pra fazer ela minha. Senti o sabor do seu beijo, tudo me empurrava. Me apressei a subir pro andar indicado. Toquei a campainha do apartamento com o punho suado, três batidas fortes como se fosse arrombar o tempo. A porta abriu. Mas desconhecia a mulher que abriu a porta. Com olhos de quem já sabia de muita coisa. — O que você está fazendo aqui, Edgar? a voz dela era direta, como uma lâmina. Era aquela mulher da ligação ... Donna. — Onde está a Clarisse? perguntei, entrando, empurrando a sala com o corpo. Ela saiu do meio, me contemplou com aquela mistura de pena e raiva. — Você não deveria está no seu casamento? — Devia, mas não quero. Você errou, ela sempre foi minha escolha! Sempre vai ser... Eu não vou errar Donna, me diz onde ela está... Eu só preciso disso. Ela Suspirou fundo. — Ela foi embora. — Como assim? meu peito fechou. — Foi embora. ela repetiu, dura. — E olha: ela tá agora mesmo com um homem que vai dar a ela tudo que ela merece. Alguém que vai amar ela como merece. Ela falou rápido, quase como uma sentença, como se não quisesse que eu encare a verdade devagar. — Aonde ela foi? engoli em seco, a garganta seca. — Ao aeroporto. Donna disse, como se estivesse me empurrando do penhasco. — Mas… só se você for esse homem. Se não for, ela já foi com outro. Ela não vai esperar quem não a quer mais. A face dela se abriu num misto de piedade e fúria. — Aj meu Deus, posso está fazendo a maior burrada da minha vida! Mas eu sei que aquela boba não vai ser feliz sem você... então, eu vou dizer: ou você vira esse homem hoje, ou pode esquecer ela pra sempre. Porque ela achou um cara que vai fazer isso, entendeu? — Onde? eu perguntei, a voz cortando o ar. Ela hesitou, respirou, e então falou: — No aeroporto. Vê se não faz merda! Se você fizer cagada, eu vou me odiar por te ajudar. Era um aviso e um ultimato num só fôlego. Peguei o que ela me disse, as palavras queimando como pólvora. Não pensei. Acelerei para a rua, arrancando o carro como se arrancasse anos de mim mesmo. A cidade passou borrada. A luz dos postes, os semáforos em vermelho que me pareciam zombar. O coração batia na boca. A respiração era faca. Eu ia chegar. Ia. Só precisava chegar. .... Quando cheguei ao terminal, quase trombei com a multidão. E ali, na porta de embarque, eu a vi. Quase entrando. Cruzando a multidão em passos largos, não pensei mais. Corri até ela, dei dois passos decisivos. — Clarisse! Ela virou rápido, seu olhar confuso, perdido e impressionado. — Edgar... Não esperei, nem mesmo filtrej nenhuma ação. Tomei num beijo. Forte. Potente. Roubo. Como se o mundo inteiro pudesse ser devolvido com aquele gesto. Sem fôlego, encostei a testa na dela, e as palavras saíram cortadas: — Vou pra onde você for... disse, a voz um rugido que só ela ouviu. — Não importa a merda do lugar. Você é o meu lugar. Minha única escolha. Ela olhou nos meus olhos, e por um segundo o tempo assentiu. O coração dela acelerou junto ao meu. E éramos um só de novo... Com traumas, fodidos, sabotados, mas estávamos ali... Até que uma voz cortou, alta, dura, surpresa: — Mas o que é isso? Olhei para o lado, e a cena me congelou: o homem que estava atrás de mim recuou, e atrás dele, as feições que eu nunca pensei ver ali. Gusmão. Ali. No aeroporto. Observando. Com os olhos fixos. O mundo ruiu e ao mesmo tempo, ecoou: todas as escolhas, todas as promessas, estavam ali em dois pares de olhos, os dela, que me fitavam, e os dele, que tudo julgavam. O que o Gusmão fazia aqui? Respirei fundo, porque era ali que tudo precisava quebrar ou se consertar. E eu não ia recuar. Não importa o que ele tente, eu não vou voltar. Nunca mais! ....
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