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1080 Words
— eu não vou embora. - falo escorado na porta do banheiro, enquanto via a loira tirar sua maquiagem com um lenço qualquer. - reviro os olhos - o que você quer mais? já não basta ter me visto caído? agora quer me atormentar e me encher? - pergunta séria. - ri - você bêbada fica assim, mau humorada? - tiro sarro, e ela revira os olhos — eu não tô bêbada. - afirma certa, e com certeza em seu tom. — não? - ri - você tava caindo até agora. - falo sarcástico. - você gosta de ter razão assim, sempre? - falo escorado ainda, levantando uma sombrancelha. — eu vou tomar banho, vai querer ver, ou vai sair, hm? - pergunta se virando, e apoiando suas costas na pia. De braços cruzados, me olhando com o tipo de cara de 'você perdeu' - típica de garota teimosa. — se você deixar. - sorrio malicioso, e a mesma revira os olhos. Não estava falando sério, apenas brincando. Claro que não iria ficar ali no banheiro vendo-a tomar banho, mas não iria para o meu dormitório. Iria esperar ela dormir para que eu pudesse fumar e dormir em paz. - Tá tá tá, estou saindo. - falo em forma de rendição, levantando minhas mãos para o alto e saindo do banheiro, ouço a mesma rir e logo fechando a porta na minhas costas, antes que pudesse dizer qualquer coisa. Me deito em uma das camas ali do quarto, provavelmente de Avani ou Sabrina, honestamente, eu não sei. Fico olhando o teto por minutos, e minutos, e mais minutos. Ela está demorando tanto nessa bosta desse banheiro, tá fazendo o que lá dentro? porr. A porta do banheiro se abre, relevando a morena enrolada em uma toalha branca, e ao perceber minha presença, a mesma dá um pulo, e rio da cara da mesma. — cara, você ainda não foi embora? tá esperando o que aqui ainda? - pergunta séria, mas sei que não estava brava ou coisa assim. — queria ter certeza de que você não cairia de novo. - dou ombros me levantando da cama. — eu to bem, relaxa. - me assegura, indo até seu armário. — tudo bem, já vou indo então...qualquer coisa estou no meu dormitório, você sabe onde é. Mas se possível, não chegue lá. - pisco para a mesma, e nós soltamos um riso, já que estava brincando com a mesma para não ir para lá, não ligava se fosse ou não, mas acreditava que não iria. Parecia cansada, e não acho que iria para lá, além do mais, nem somos tão amigos para passar a noite juntos conversando sobre a vida, nem temos essa i********e. SABRINA HALL No meio da madrugada, lá pelas 3:30 acordei, ou seja, não dormi muito. Apenas umas duas horas, no mínimo. Virando de um lado para o outro, e rolando na cama, o sono não vinha, e não conseguia mais dormir. Então decidi me levantar, coloquei um moletom qualquer, uma pantufa e saí pelos corredores do campus de pijama. Todos haviam ido para casa de Griffin, aquele amigo que já estava na faculdade. Conheço ele há uns anos, mas fazia tempo que nós não nos encontrávamos. — oi. - digo assim que a porta do dormitório de Hossler é aperta, revelando o moreno. Não aparentava ter acabado de acordar, além do mais, abriu tão rápido, que tenho certeza que estava acordado. Não queria ter vindo para o quarto dele, mas sabia que se ficasse ali no meu quarto, rolando na cama, bilhões de pensamentos rodearião minha cabeça, e acabaria acontecendo igual das últimas vezes, e isso é a última coisa que eu preciso agora. — O moreno me deu espaço para que entrasse, e assim fiz. Logo que passei pela porta, escutei-o fechar a mesma, fui até uma cama qualquer e me joguei, provavelmente a de Josh, pelas fotos e estilo desse lado do quarto, com certeza seria dele. Basquete, Nessa, eu, Bryce e ele quando crianças...com certeza seria de Josh, principalmente pelo fato das fotos de basquete, e quadros de times. — você não entendeu quando disse para você não vir? - pergunta se sentando na cama, fumando algo que não consegui ver direito o que era, mas talvez um beck. O mesmo não estava falando sério, estava com um leve riso dentro de sua fala. - reviro os olhos - i****a. - sorrio. Um silêncio ocupa o quarto, enquanto eu olhava o teto, via de canto de olho o mesmo fumar ali tranquilamente com o cheiro que invadia minhas narinas. — tá fumando o que? - viro minha cabeça, para olhar para o moreno. - um beck, tá afim? - pergunta com um olhar cansado, e chapado. — sempre. - sorrio, e me sento na cama. O mesmo parece surpreso, mas tira um outro da gaveta da sua cabeceira. — não sabia que fumava, morena. - fala soltando a fumaça pelas narinas. - risada nasal - você m*l me conhece, como saberia se fumo ou não. - falo sarcástica. Era verdade, como ele falaria isso, se m*l somos amigos? Conversamos, ele é legal, mas não passamos de colegas, conhecidos, nada além disso. Apesar de que hoje ele cuidou de mim, mas enfim, fodase. — você é m*l humorada assim, sempre? pensei que era só bêbada. - brinca o mesmo, me tirando um riso frouxo. Um silêncio ocupando o quarto, o único barulho que podíamos ouvir era da fumaça saindo de nossas narinas e bocas. — obrigada por cuidar de mim, mais cedo. - agradeço com o olhar baixo, meio envergonhada. - relaxa. - responde simples. Não trocamos mais uma palavra a. Acabamos ficando ali apenas fumando alguns, nos olhando e com pensamentos em mente, provavelmente. Pelo menos na minha cabeça, se passava várias coisas, do tipo: como a minha vida mudou, sabe? eu vivia um inferno quando morava com meu pai, e agora, me sinto livre depois de tanto tempo presa àquele velho bêbado...talvez meu irmão estivesse certo desde o início, quando me mudei com meu pai, deveria ter escutado ele quando me disse que eu não deveria, ou que deveria voltar para casa com ele e mamãe...Mas eu acreditava no meu pai, acreditava que ele mudaria ou coisa assim. Gosto de ter esperança sob as pessoas. Realmente achei que de tanto insistir ou coisa assim, uma hora ou outra ele pararia de beber e de fazer minha vida um inferno, mas acho que me enganei...
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