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1391 Words
— meu pai...- disse fraco, como um sussurro. Quase não consegui escutar, já que suas palavras haviam saído como um suspiro. - ele...ele voltava bêbado, e eu já estava dormindo, ma-mas um dia, um dia ele foi mexer comigo, quando já estava dormindo e...e... - não deixei-a terminar, sentei me ao seu lado, puxando-a para perto de mim, contra meu peito. Sua cabeça deitado e eu acariciava seus cabelos. — você não precisa falar mais...- falo enquanto acariciava seus cabelos lentamente, na intenção de lhe acalmar, já que lágrimas haviam começado a escorrer ao longo de que suas palavras iam saindo. - quem sabe disso? alguém sabe disso? ninguém fez nada? — ninguém sabe. - diz em um sussurro, que quase não consegui escutar. — como assim ninguém sabe? — e-eu não tive coragem de contar...eu-eu fiquei com vergonha. com tanta vergonha que...que não tive coragem de contar para minha mãe...nem mesmo pra Vani ou Ness, e muito menos para o meu irmão ou Josh...eu...eu fiquei com vergonha e não... não queria que se preocupassem ou sei lá. - eu diria para ela que ela deveria ter contado para alguém, pq pessoas que fazem isso, não merecem viver, mas isso deve ser difícil para ela, falar desse assunto ainda deve ser difícil então não quis força-la e nem fazer mais perguntas, não queria deixar Sab mais m*l do que estava. — tudo bem...- digo enquanto fazia carinho em seus cabelos, enquanto a mesma estava deitado no meu peito ainda. - se levanta em um pulo do meu peito, começa a limpar sua lágrimas - é...eu tô bem, tô bem, ahn...agora não vai mais precisar da minha ajuda em matemática - força um sorriso - você foi mais que bem. — você não precisa fingir que tá bem, não precisa estar bem toda hora. - digo vendo a morena se levantar, ficando de pé na minha frente, com um sorriso forçado no rosto. Ela tentava mostrar que não estava machucada ou traumatizada. Sabrina não gosta de mostrar sua tristeza, quer sempre se mostrar forte e ajudar ou outros, mas não consegue se ajudar...não quer se ajudar... — eu não to fingindo, eu tô bem, sério. - ainda insiste nessa ideia, mas seu sorriso forçado era evidente. — sabrina... - a aviso. — eu to legal, Hossler, sério. Tô bem, mesmo. eu...eu vou tomar um banho, tá? então...é. - fala indo para o banheiro, e se tranca ali mesmo. Quando o escuto o chuveiro aberto, isso me dá uma tranquilizada, e sabia que a garota gostaria ficar sozinha, além do mais, havia ficado em sua ferida essa tarde, então deixei-a sozinha e sai do quarto. No caminho para o dormitório, mandei mensagem para sua melhor amiga. mensagem: o mala sabrina precisa de você...precisa de vocês na real, você, nessa...e enfim vai logo pro quarto porr no meio do caminho, o meu celular vibra, quando vejo é a resposta de Avani. mala da avani: vocês tão juntos? o que aconteceu com ela? o que você fez? eu: não fiz nada porra vai logo pra lá caralho e não estamos juntos, agora da pra ir pra lá logo porra guardei o celular e fui pro meu quarto, nem queria mais saber da resposta de Avani, essa garota me enche a paciência. AVANI GREGG avani: m***a ela não tá aqui. - digo assim que entro em nosso dormitório, vendo-o vazio. nessa: que bosta que aconteceu? onde ela tá? avani: eu não sei...merda. nessa: que foi? avani: ela deixou uma mensagem no meu celular, perguntando pelo seu vape e...e talvez ela estivesse tendo outra crise, que p***a! - falo alto. nessa: pega a vape dela, vamos procurar. josh: daí o vape, eu sei onde ela tá. nessa: sabe? josh: sabrina é minha melhor amiga, conheço ela. - diz estendendo sua mão, e coloco o vape da morena em sua mão. avani: vamos, logo. josh: não. eu vou buscar ela. nessa: josh- josh: eu vou procurar Sabrina. vocês podem fazer o que quiser, ligar para Lisa, falar com Bryce, Jaden, comprar comida para a tal noite das garotas se vocês, façam o que quiserem, mas eu vou buscá-la. - antes que pudéssemos protestar, Richards nos deu as costas saindo do quarto com seus passas largos. JOSH RICHARDS Conheço Sabrina melhor do que ela mesma, tinha opções de onde a garota estaria. Iria em ordem mais fácil quadra da escola, praia ou algum bar - eram as opções mais possíveis de encontrá-la. Sabrina é o tipo de pessoa que não trata de seus problemas, apenas esconde-os para não parecer 'fraca' e desconta eles em algo, ou faz algo produtivo. Alguns anos atrás, usava seus sentimentos negativos de forma positiva, descontando em algo que lhe ajudaria, na caso seus estudos. Mas sempre que tinha a oportunidade acaba bebendo algumas garrafas, até passando do limite, acho que talvez seja por querer se sentir livre ou coisa assim. Cada um tem um motivo para beber ou fazer certas coisas, mas nunca soube o dela. — sabia que te encontraria aqui. - digo entrando na quadra da escola, e vendo a mesma acertar com toda sua força no gol. — o que você quer? — qual motivo do m*l humor, posso saber? - falo me aproximando da mesma, que estava no outro extremo do quadra. Aposto o qual eu tinha entrado. — não estou de m*l humor, bonitinho, só não entendi pq a minha procura, ficou com saudades? - brinca com um sorriso sarcástico em seus lábios. - ri - tá 30º graus, pq tá toda coberta assim? tá com frio? febre, é? - pergunto irônico, e vejo seus ombros se contrariem, ficou desconfortável com a pergunta...merda. — não enche, josh. - revira os olhos e tava a bola no gol com sua força. Seu ódio ou melhor, sua negatividade era nítida. — qual é vai, vai me dizer ou não o que aconteceu? - falo pegando a bola de rebote, e começo a jogar com a mesma. Começamos a revezar os ataques. — não aconteceu nada. não posso vir jogar um pouco por estar entendiada? — você só joga quando sente raiva ou tristeza, e quando está entendiada lê, Sabrina. Eu te conheço, baixinha. - revira os olhos - não rolou nada, eu to legal. — você sempre tá legal. - ri irônico. — fala logo o que você quer, por que veio me procurar? - fala olhando em meus olhos dessa vez. — vem, vamos dar uma volta. - falo dando um sinal com a cabeça, em direção a saída. A mesma não diz nada, apenas pega suas coisas e me segue. Vamos até o estacionamento, e entramos no meu carro, o caminho até o carro foi em silêncio quando entramos no automóvel, a garota perguntou para onde iríamos, mas eu não a respondi, permaneci em silêncio olhando fixamente para o volante, e de canto de olho podia ver a mesma observar a visão de sua janela, mas algo tinha me chamado a atenção...ela estava inquieta, suas pernas não paravam quietas. Uma de suas mãos estava apoiada no banco, onde estava sentada, ao lado de sua cocha, então coloquei minha mão em cima da dela, na intenção de lhe mostrar que estava ali para a mesma, que podia se acalmar, mas não tirei os olhos do volante e a mesma não se mexeu, a não ser suas pernas. — você não podia ter só dito que viriamos a praia? não entendi o motivo do suspense. - fala descendo do carro. — larga de ser chata, vem logo. - dou a volta no carro, e seguimos para a areia. Nos sentamos em um ponto qualquer dali. A praia estava vazia então não fizemos questão de procurar um lugar para se sentar, sentamos no primeiro lugar que nos sentimos confortáveis. — jaden disse que você precisava de nós. - digo olhando para o mar, abraçado com minhas próprias pernas. A morena estava de pernas cruzadas, e apoiada em suas mãos, que estavam atrás da mesma. - o que tá rolando entre vocês? o que aconteceu hoje? - falo com a voz mais calma o possível, mas sem tirar os olhos do mar. — não tá rolando nada entre a gente, não rolou nada, porque...porque não rolou. 3/3 ???
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