— O que aprendeu a tocar? — Soltei um pé e comecei a massagem no outro. — Nada. Estreitei o olhar para ela. — É mesmo? — Meu pai me deu liberdade, na medida do possível, para escolher o que eu gostaria de aprender, e música nunca foi o meu forte. Eu sempre gostei de treinar, então alinhava as aulas obrigatórias com os meus treinos. Algo estava errado. Ana Lúcia tinha um bom condicionamento físico, era nítido, mas não o bastante para alguém que malhou pesado a vida toda, como ela estava me dizendo. — Treinar? — questionei, fingindo indiferença. — Musculação, Vincenzo. — Bufou. — Já disse que adoro malhar — respondeu, rápido demais, muito acelerada. Como se estivesse tentando se justifica. Embora tudo apontasse para uma criação ortodoxa da máfia, eu não conseguia engolir isso. Ana

