Matteo Voltei para o quarto com o coração aliviado. Não quero nem pensar no que teria acontecido com ela se aquela mulher tivesse conseguido aplicar o veneno nela. Olhei para Hanna ainda que dormia profundamente. A respiração dela era tranquila, quase como um alívio diante do inferno lá fora. Me sentei ao lado da cama, peguei sua mão com cuidado. Estava morna, suave. Meu polegar desenhou círculos lentos na pele dela, como se eu pudesse, de alguma forma, protegê-la só com o toque. Esperei. Os minutos pareciam se arrastar, cada segundo mais denso que o anterior. Até que ouvi passos apressados no corredor. Me levantei num pulo, já no instinto. A porta se abriu e meu pai entrou, com a Dona Ângela ao lado. Ela estava pálida, com os olhos fundos e a expressão marcada pelo cansaço e pela dor.

