Keila trabalha como vice-diretora em uma joalheria não muito longe do meu escritório.
— Eles vão me demitir e não vão me contratar em nenhum outro lugar.
Minha amiga continua rugindo.
— Nas joalherias eles são rígidos quanto a isso.
— Eles não vão te demitir, não se preocupe tanto.
De repente ela fica em silêncio, olha para mim com olhos enormes e assombrados e diz: E se eles nos estuprarem? Ouvi no noticiário que isso acontece.
— Bem, pare com isso, ninguém vai nos estuprar. Franquilizo aminha amiga, dando um tapinha no ombro dela.
Estou começando a me esforçar ainda mais por dentro.
Está se tornando cada vez mais difícil manter as emoções sob controle. Um tsunami de lágrimas está em algum lugar perto dos olhos, muito perto. Cerro os punhos, as minhas unhas cravam na pele delica
