Hawk (Narrado em primeira pessoa) A volta pra casa foi mais silenciosa que o normal. Ghost foi no banco de trás rindo de alguma piada que só ele achava graça. Irene, no banco do carona, estava concentrada em conferir se não esquecemos nada da lista da Serena. Eu dirigia em silêncio, com aquele tipo de cansaço que não vem do corpo — vem da alma. Do tipo de cansaço que só quem ama a família e carrega o passado nas costas conhece. ** Assim que entramos pelo portão do complexo, Serena já nos esperava na varanda. O rosto estava abatido, como se tivesse passado a noite inteira acordada — ou pior, tentando fingir que dormia pra não desabar. Descemos com as sacolas, mas ela nem se moveu pra pegar nada. Só ficou ali, abraçando o próprio corpo, com os olhos vermelhos. — Serena? — pergunt

