Tayler O cheiro da sala era uma mistura de mofo, sangue seco e cigarro barato. Eu estava sentado na mesma cadeira velha, as mãos atadas atrás das costas, os tornozelos presos com correntes. E ele ali. Roger. Meu pai biológico. O monstro que tentou me moldar à sua imagem anos atrás. O mesmo que agora, sentado à minha frente, parecia disposto a terminar o trabalho. Ele jogou uma cadeira contra a parede, fazendo um barulho que ecoou na sala pequena. Depois se sentou de frente pra mim, os olhos brilhando de uma raiva fria e calculada. — Vamos parar com essa merda de silêncio, Kaio — ele rosnou. — Tá na hora de crescer e fazer o que você nasceu pra fazer. Fiquei encarando ele. Sem medo. Sem desviar. Eu já não era mais o garoto que ele podia assustar com gritos e socos. — Vai se f

