CAPÍTULO 143 CRIS NARRANDO O cheiro de pão quente invadia a padaria inteira, e eu já tava acostumada com aquela rotina. Era cedo, o sol ainda subia devagar, e a fila começava a se formar. O Seu Afonso, dono daqui, tava no balcão comigo, ajeitando umas bandejas, mas era eu quem corria de um lado pro outro pra dar conta do movimento. — Cris, cuida do forno, guria. — ele falou, limpando o suor da testa. — Os pães já tão quase no ponto. — Já tô indo, Seu Afonso. — respondi, ajeitando o avental. Corri até o fundo, abri o forno e senti aquele bafo quente me envolver. O dourado dos pães reluzia, estalando na forma, e eu puxei com cuidado, colocando sobre a bancada de madeira. O barulho da casquinha quebrando era música pra quem vivia disso. Voltei pro balcão com a cesta cheia e já tinha doi

