CAPÍTULO 126 DANTE NARRANDO Saí de casa com a mente fervendo. A pequena ficou lá, toda linda no vestidinho, mas eu tinha que botar as coisas no eixo. O motor da moto roncou alto quando desci o beco, e cada curva que eu fazia era só pensamento embolado na minha cabeça: Daniel, Laura, a porrä do exame, Carol… tudo misturado. Cheguei na boca, a contenção já tava no pique. Os menor tavam de fuzil no ombro, rádio chiando, cada um no seu posto. Fiz sinal de cabeça e os moleque abriram espaço na hora. Patrão passando é assim: respeito na marra. Encostei a moto, desci ajeitando o boné e entrei na boca principal. O cheiro de pó no ar, o barulho da contagem rolando, e no fundo o Pelé sentado na cadeira, baseado aceso na boca, risada baixa trocando ideia com os cara. — Qual foi, patrão? — ele le

