CAPÍTULO 180
CAROL NARRANDO
O caminho até o hospital parecia mais longo do que realmente era. O Dante dirigia sério, os olhos fixos na rua, mas eu sabia que a mente dele tava longe. A mão dele apertava o volante com força, e de vez em quando ele passava a outra pela minha coxa, como se buscasse apoio ali. Eu só queria acalmar ele, mostrar que, por mais pesado que fosse o que viesse, ele não ia carregar sozinho.
Chegamos na frente do hospital e eu senti o corpo dele travar. O Dante é linha de frente no morro, não abaixa a cabeça pra ninguém, encara fuzil, polícia, guerra… mas ali, naquele portão branco com placa azul, ele respirava fundo como se fosse entrar numa batalha que não dava pra vencer só na força.
— Bora, pequena. — ele falou, tentando firmeza, mas eu percebi a voz um pouco ro
