Ária Sinclair Finalmente o relógio marca cinco e quarenta e sete da tarde. Eu olho para ele como quem olha para um bilhete de liberdade. Terminar esse expediente é como puxar o ar depois de estar sufocada por horas. Sinto o alívio escorrer pelos meus ombros e por todo o meu corpo cansado. Pego os últimos documentos sobre a mesa, organizo e confiro se está tudo no lugar e respiro fundo, pronta para desligar o computador. Mas, claro, seria bom demais se fosse fácil assim. Os passos que estão vindo já me mostra uma coisa. — Ária! — A voz grossa, seca e irritante do senhor Rodrigo ecoa pelo andar, cortando qualquer expectativa de paz. — Isso aqui está uma bagunça! — Não, não está. Mas ele pega irritação até com o espaçamento ou fonte que não seja o que ele quer. — E eu espero que, na segu

