Ária Sinclair Já se passou um tempo e o auditório continua lotado. A tensão é quase palpável, como se o ar tivesse ficado mais pesado. Ninguém diz nada pelo pânico geral e, eu? Eu estou no modo amedrontada e petrificada. Sentada aqui, eu já trinquei a minha caneta de tanto que já apertei e não sou capaz de escrever uma letra sequer. Não é só a presença dele. É tudo nele. É o jeito como ele anda, como se o mundo pertencesse a ele e, na real, acho que pertence mesmo. Pelo menos, esse aqui. Dante Baldoni é alto e posso pensar que tenha quase dois metros de altura. A postura é impecável, terno perfeitamente alinhado no corpo, rosto sério, mandíbula marcada, olhar aterrorizante. Nunca vi nada igual! Ele dá medo, muito medo. O problema é que, por algum motivo que eu não entendo, esse olhar es

