Liane Baldoni Eu não sei descrever a sensação de estar nos braços da mulher que eu passei a vida inteira acreditando estar morta. O cheiro dela é estranho e familiar ao mesmo tempo. É quente. Acolhedor. É como se uma parte de mim, que sempre esteve perdida, tivesse sido encaixada de volta no meu peito. E vem o soluço. No caso o meu e eu não consigo controlar. As lágrimas vêm como se o meu corpo inteiro estivesse colocando pra fora tudo o que ficou guardado por anos. Uma dor, uma sensação de saudade de algo que eu nunca vivi e é tão forte e confuso ao mesmo ao tempo. É uma presença que eu nunca tive, mas que, de alguma forma, o meu coração sempre sentiu falta. Não dá para explicar mais que isso. Ela me abraça forte, como se temesse que eu sumisse daqui ou que eu desaparecesse. Suas mãos

