Ária Sinclair | Dias depois A vida nunca foi generosa comigo. Mas, sinceramente, eu aprendi a não esperar muito dela. A diferença é que agora, pela primeira vez, eu estou disposta a mudar isso. Nem que seja na marra. Não suporto mais essa avalanche pesada em todos os lados. O despertador toca às seis da manhã, e, como sempre, é aquela sensação de que o dia começou antes mesmo de eu conseguir descansar. A verdade é que eu nem lembro mais como é acordar descansada. Eu não faço ideia de como é uma boa noite de sono, daqueles de relaxar a mente e a alma. Eu apago pelo cansaço e parece que foram segundos. Levanto, ajeito o meu cabelo no espelho, prendo num coque rápido e encaro o meu próprio reflexo. Círculos escuros embaixo dos olhos, olheiras acumuladas de quem vive em modo de sobrevivên

