Chego em casa já bem tarde, Amie estava deitada abraçada com seu urso Tody. Aproximo e retiro alguns fios de cabelo que estava espalhados em seu rosto, beijo sua testa e me retiro deixando a porta encostada.
Mais uma noite sozinha, mais uma vez em que sento na banheira e me masturbo, não que eu necessitasse de um homem para viver, mas o meu corpo estava ansiando por algo quente e duro.
Me dispo jogando as roupas pelo chão, todo um banho quente rápido e me deito nua, não demoro muito a pegar no sono.
- Eu quero você. - Seus olhos azuis bem abertos estavam analisando cada detalhe do meu corpo. Eu estava deitada em uma enorme cama com lençol branco, meus pulsos estavam amarrados e minhas pernas também, deixando meu corpo em forma de " X ". - Eu tenho desejado seu corpo toda noite, me toco enquanto imagino você gemer de prazer porque eu te fiz gozar. Te ver assim, exposta para mim está me levando a loucura.
- Me solte. - Digo abafada enquanto o vejo se aproximar da minha virilha. - Eu quero tocar em você. - Ele sorri de lado, seus olhos mais uma vez estava preso aos meus. - Me solte, por favor. Rafael.
Levanto-me assustada, meu corpo suava e minha mão estava entre minhas pernas. Olho para janela e ainda era noite, duas horas da madrugada. Diminuo o ar-condicionado do quarto ou eu iria queimar. Entro no banho novamente, dessa vez gelado. Com a cabeça baixa tento lembrar de cada detalhe do sonho.
- Eu tô virando uma depravada. - Sorrio com minha imaginação, término o banho e volto a dormir.
A semana havia passado e a sexta feira chegou. Estava sentada no sofá junto com Amie assistindo um desenho qualquer, nenhuma das duas estavam prestando atenção.
Amie estava concentrada pintando em seu livro de colorir e eu em meus próprios pensamentos.
- Princesa, você se importa em ficar algumas horas com a Estela? - Ela me olha com a testa enrugada. Amie faz essa cara quando tenta entender uma situação que está a cima do seu discernimento. - Eu preciso encontrar uma amiga e vou ficar fora no máximo três horas, está bem ?
- Está bem, mamãe. - Ótimo.
Vou ao quarto e procuro alguma roupa que caia bem com a situação a qual estava procurando para a pouca saúde mental que possuo.
Calça jeans azul, tênis all star e regata branca e jaqueta jeans.
Talvez ao fosse a roupa ideal para a apresentação de: - Oi, eu sou mae.
Estava mais para: - Oi, tem cigarro?
Ok, essa não.
Vestido de manga longa florido cumprimento dois palmos acima do joelho com o all star.
Me olho no espelho, prendo todo o cabelo, sem fios soltos, formal. Passo batom nude e pronto. Não tá ótimo, mas não está r**m.
- Amie, Estela já está subindo, e eu estou saindo. Se comporte, sem doce, sem refrigerante. Essas regras podem ser alteradas caso o comportamento tenha nota 10.
- Eu sou uma ótima garota. - Seu sorriso se estende com orgulho.
- Sim, você é a melhor de todas. - Me abaixo ficando e lhe abraço. - Vou sentir saudades. - Amie entrelaça suas maozinhas em meu corpo e beija meu pescoço. - Eu amo você e não tem nada no mundo que mude isso.
- Eu amo você e não tem nada no mundo que mude isso. - Beijo a ponta do seu nariz.
- Cheguei, família, a melhor tia do mundo se apresentando para a missa de cuidar de uma pequena pestinha. - Estela para no meio da sala com a mão na testa. Amie corre em seu abraço.
- Estela, por favor, só dessa vez, sem açúcar antes das oito horas, está bem ? Essa garotinha precisa dormir e se você ficar alimentando com balas a madrugada vai ser bem longa. - Estela mostra a língua para mim, reviro os olhos me despeço, entro no elevador e desço pra garagem.
Meu carro estava parado em frente ao restaurante há alguns minutos, nesse tempo eu vi pessoas saindo, Florença, a dona do restaurante apareceu na porta olhando ao redor, me abaixo rápido para me esconder.
- Espero que ela não tenha me visto. - Espero um pouco para ter certeza que ela teria voltado e me levando devagar, nada feito, a vejo se aproximando do carro um pouco desconfiada, sorrio sem mostrar os dentes, já ela, abre toda a boca com vontade para mostrar a alegria de me ver ali.
- Por que ainda está aí ? Vamos, desça a comida já está posta na mesa estávamos apenas te esperando. - Respiro fundo e tento passar, assim como ela, a felicidade de estar ali.
- Estava procurando meu celular. - Fecho o carro, Florença me abraça sem permissão e me guia até o estabelecimento.
O local na estava cheio, apenas duas mesas ocupadas no centro e uma no canto mais escuro com um homem.
Florença não me deixa olhar bem cada parte do lugar e me puxa novamente me levando até o andar de cima.
- Vamos subir, estão todos te esperando. - Ela balança a cabeça animada.
- Todos. - A sala estava cheia.
Todos que estavam ali eu já conhecia, sua avó Catalina e seu avô Paul, sua tia Marisol e seu pai, Robert, de quem Mason puxou o comportamento alemão, que foi herdado do seu avô.
Mason estava parado na frente de todos, seu rosto continuava o mesmo de anos atrás, havia mudado pouca coisa, o cabelo estava curto, seus olhos tinha mais brilho e seus dentes não tinha mais o amarelado de cigarro. Ele estava sorrindo, sorrindo para mim, ele sempre sorria de longe quando me via chegar, não era um sorriso comum, eu chamada aquele sorriso de seja bem vinda Madeline, e era o meu favorito.
Seja bem vinda Madeline estava estampado em seu rosto como um enorme outdoor, suas mão estavam dentro do bolso, e se eu o conheço bem aquilo era nervorsísmo, Mason não sabe lidar muito bem com surpresas, e isso me leva a mais uma anotação mental, eu estar ali era novidade para ele.
- Mason, olha quem está aqui. - Florença nos aproxima, minhas mãos estavam um pouco suadas devido a todo estresse que minha mente estava no momento. Impeço-me de tocar em sua mão que estava estendida em minha frente.
Eu não irei tocar em sua mão como uma desconhecida, eu amei você.
- Oi Mason. - Minha voz sai fraca, eu ainda era submissa aos meus sentimentos. - Quanto tempo. - Tento novamente dizer algo mas mais uma vez minha voz sai falha e rouca.
- Madeline. - Sua voz calma e grave adentram meus ouvidos.
Madeline... Madeline...
Parecia um delírio, mas foi isso que ouvi quando desci as escadas correndo, entrei no carro, e arrastei poeira dali. Olhei pelo retrovisor e a poeira cobria tudo.
Entro no elevador e subo até o último andar. Cobertura. Toco a campainha. Espero alguns minutos e ninguém aparece. Dou meia volta e chamo novamente o elevador.
- O que você está fazendo aqui?
Boa leitura a todos espero que gostem ❤️