- Seu endereço está no Google sabia ? - Meu celular estava na minha mão com um mapa aberto. - E eu não sabia para onde ir, então esse foi o único lugar que minhas pernas me permitiram vir. Eu fugi, eu apenas fui embora e não tinha como voltar para casa nesse estado. Eu estou fodida, minha mente está acabada. Então eu... - Meu ar faltou e minha voz falha não me deixou completar minha incrível redação verbal sem que eu tirasse uma pausa para resgatar forças. - Eu procurei pelo seu nome e seu endereço está no Google, é isso.
- Você quer entrar? - Sua voz estava firme, não tinha rouquidão, nem pigarro, apenas uma pessoa cheia de si com segurança o suficiente para diferir qualquer palavra a qualquer pessoa sem se sentir intimidada.
Ao contrário de mim que estava parecendo um cachorrinho de rua.
- Obrigada. - Entro em seu apartamento, minha mente estava perturbada demais para tomar conta de qualquer detalhe de sua residência.
A única coisa que estava em evidência era seu perfume espalhado por todo lugar. Possivelmente esse seja o meu novo cheiro favorito.
Procuro o sofá e me sento sem autorização. Coloco as duas mãos na coxa e em um ato de ansiedade passo a me arranhar sem parar.
- Você quer um café? - Rafael olha para minhas mãos e respira fundo. - Acho que seja melhor um chá. - Ele se vira e vai até a cozinha, coloca água em sua chaleira vermelha e volta para a sala. - Como você conseguiu subir sem permissão?
- Tenho bons argumentos e persuasão. - Sorrio sem mostrar os dentes.
- Você pode falar o que aconteceu e eu posso ouvir ou você pode apenas ficar aqui calada até se acalmar. - Rafael segura minhas duas mãos me impedindo de dar continuidade a meu nervosismo. - Mas isso não vai ajudar.
- Obrigada.
O ambiente ficou em silêncio por alguns minutos. A chaleira começou a apitar, a água estava fervendo. Rafael foi ate a cozinha e retornou com uma enorme caneca com chá de camomila.
- Beba tudo, no seu tempo. Eu vou tomar um banho. - Rafael vai até a varanda, tranca a enorme porta de vidro e fecha as cortinas. - Eu já volto, se precisar grite.
Permaneço na mesma posição com a caneca nas mãos. Meus olhos fixaram no líquido, eu estava travada, minha respiração demorava a vir.
Eu não me permiti amar mais ninguém depois de Mason, foi ele e sempre ele. Meu coração nunca abriu espaço para mais ninguém além dele. Esperei por muito tempo sua volta, mas o tempo passou e passou demais. Ele voltou e minha esperança havia acabado. O que era amor se tornou rancor e mágoa.
Escuto o chuveiro ligar e desperto dos meus pensamentos em um susto. Sem querer derrubo o chá em mim e vou até sua cozinha me limpar. Procuro por algum pano e quando acho começo a me secar.
Olho ao meu redor e a curiosidade começa a aflorar em minha imaginação, entro em cada cômodo e não acho nada interessante. Vou até a última porta do corredor, era de onde estava vindo o barulho de chuveiro. Pouso minha mão sobre a maçaneta prata.
Sem minha autorização, abro a porta devagar, me direciono até o banheiro e o vejo dentro do box, com a cabeça baixa se masturbando, Rafael não havia notado minha presença ainda. Em poucos segundos toda a minha roupa estava no chão.
Empurro o vidro, e me ponho atrás dele. Rafael em um movimento brusco se vira para mim, seus olhos azuis passeiam por cada parte do meu corpo, de cima a baixo, mais de duas vezes. Já eu, estava parada vendo seu maxilar rígido como se estivesse buscando alguma sanidade para obter controle de si.
Rafael se aproxima dois passos em encostando na sua parede fria.
- O que está fazendo? - De novo, sua voz não falhava em nenhum instante e sua total segurança me faziam perder a força nas pernas.
- Não faço ideia. - Balanço a cabeça em negativo e olho para baixo. Rafael estava duro e eu estava com água na boca. Olho em seus olhos e vejo desejo, sua boca vermelha me parecia um belo convite, e eu estava ansiosa para ter suas mãos apertando minha cintura.
Sem pensar duas vezes me aproximo dele, agora estava a poucos centímetros de sua boca. Sua respiração quente estava me atiçando, Rafael sorri de lado e foi o suficiente para que eu acabasse com qualquer espaço entre nós.
Cravo minha mão em seu cabelo e o beijo, ele me pressiona novamente contra a parede, mas dessa vez colocando minhas pernas em volta de sua cintura. Rafael abre o box e me leva até sua cama sem parar nenhum momento o beijo. Sou jogada na cama e o vejo em pé novamente me olhando de cima a baixo.
- É o que você quer ?
- É exatamente o que eu preciso.