- CIDADE DA SUCATA: GUERRA PARTE I

1619 Words
Ponto de vista de terceira pessoa O jipe avança em alta velocidade, derrapando pelo terreno enquanto se aproxima de Kira. Sem hesitação, ela salta de volta para dentro do veículo em movimento, deslizando suavemente para uma posição de combate. O grupo segue em frente, avançando para mais um posto de bloqueio. Desta vez, a ameaça é ainda maior: duas máquinas de combate blindadas aguardam, e diferente dos modelos anteriores, estas são tripuladas, tornando qualquer tentativa de hackeamento inútil. Kira analisa rapidamente suas configurações. Uma delas empunha uma imensa motosserra rotativa, enquanto a outra carrega um lançador de granadas cilíndrico. Seus olhos experientes logo reconhecem o tipo de munição—granadas de pulso debilitantes. — Visores para anti-ofuscante, agora! — ela ordena, a voz cortante em meio ao caos. Sem hesitar, os membros do grupo ativam o filtro especial. Segundos depois, a granada detona, emitindo um clarão intenso. A explosão luminosa se espalha como um raio ofuscante, mas graças à antecipação de Kira, todos resistem ilesos. Ela continua sua análise. Essas máquinas podem ser resistentes, mas precisam de grandes quantidades de energia para alimentar tanto suas armas pesadas quanto seus sistemas de propulsão. O núcleo de energia, geralmente localizado em pontos estratégicos para manutenção, é seu ponto fraco. Kira rapidamente sinaliza para dois atiradores, apontando os pontos exatos nos quais devem disparar. — Foquem no da granada, acertem o núcleo! — comanda. Os atiradores se posicionam, enquanto Kira se lança contra a máquina com a motosserra. O embate é brutal. A lâmina giratória rosna, cortando o ar com violência, encontrando a monokatana de Kira em um impacto que faz faíscas explodirem. Ela desvia, aparando golpes, cada movimento calculado para evitar ser esmagada pela força bruta da máquina. Mas a motosserra é mais estável para esse tipo de combate. Em um choque de força, a monokatana se estilhaça, espalhando fragmentos afiados pelo campo de batalha. Kira não hesita. Seu olhar predador detecta uma abërtura e, sem perder um segundo, ela avança. Esquivando-se para dentro do alcance da máquina, ela agarra seu braço metálico e, com um giro preciso, aplica uma manobra marcial devastadora. Seus músculos se contraem, a força amplificada de seu corpo modificado se concentrando em um único movimento. Com um estalo seco e um chiado mecânico, a junta do maquinário cede. Peças se dobram sob a pressão absurda que ela impõe, torcendo-se de maneira antinatural. O braço da máquina estremece, os circuitos internos entrando em curto. Um estrondo ecoa quando o mecanismo colapsa, faíscas voando em todas as direções. Mas Kira sabe que a luta ainda não acabou. A máquina, apesar dos danos, reage com uma velocidade brutal. Seu corpo metálico se torce, e o único braço funcional dispara um soco devastador no peito de Kira. O impacto é avassalador. Ela sente o choque reverberar por sua armadura, comprimindo seus órgãos e cortando seu fôlego. Seu corpo é lançado como um projétil, voando vários metros até colidir violentamente contra um muro de concreto. A estrutura racha com o impacto, desmoronando ao redor dela em uma nuvem de poeira e destroços. Mas Kira não pára ali. O ímpeto do golpe a lança através de uma janela, os cacos de vidro girando ao seu redor como pequenas lâminas letais. Ela aterrissa dentro de uma casa, rolando sobre os escombros e batendo contra um móvel que se despedaça sob seu peso. Seu peito arde, seus pulmões lutam para puxar ar, mas ela força um longo suspiro, obrigando-se a ignorar a dor. Ela m*l tem tempo de reagir antes que a máquina se reposicione. O braço antes equipado com uma mão retrai-se com um movimento mecânico preciso, e, com um estalo metálico, uma metralhadora giratória surge em seu lugar. Kira estreita os olhos. A arma pode não ser tão destrutiva quanto uma .50, mas ela sabe que subestimar poder de fogo nunca termina bem. Sem hesitar, ela se joga para debaixo de um balcão de aço no momento exato em que a máquina abre fogo. O rugido da metralhadora preenche o espaço, destruindo tudo ao redor. Paredes se despedaçam, faíscas saltam de fiações rompidas, estilhaços voam por toda parte. Mesmo protegida, alguns projéteis atingem de raspão sua armadura de Kevlar, deixando marcas fundas. O calor do metal perfura o ar, e o cheiro de pólvora enche o ambiente. A saraivada de tiros cessa por um instante. A arma entrou em resfriamento. Esse é o momento de Kira. Com um impulso ágil, ela avança, suas botas deslizando sobre os escombros. Ela se esquiva por baixo do braço da máquina e, com precisão letal, salta para suas costas. Seus dedos se fecham ao redor do pescoço metálico do autômato, e ela começa a aplicar uma manobra de torção. Mas esse não é o golpe real—é apenas um ardil. Com a outra mão, ela saca sua wakizashi¹ e, em um movimento rápido e preciso, finca a lâmina diretamente no núcleo de força da máquina. A espada penetra com facilidade no ponto vulnerável, e o efeito é imediato. Os sistemas do autômato entram em colapso, sua estrutura tremendo violentamente antes de congelar por completo. O combate ainda não acabou. Sem perder tempo, Kira avança até o cockpit da máquina, arrancando a escotilha com força bruta. O piloto, ainda atordoado pela falha do sistema, m*l tem tempo de reagir antes que Kira o puxe para fora. Num único e preciso movimento, ela quebra seu pescoço. O corpo inerte desaba no chão. Kira caminha em meio aos destroços, passando pelo buraco por onde foi violentamente arremessada. Seus sentidos estão afiados, o corpo ainda sentindo os ecos do combate anterior, mas ela não se permite hesitação. Ao sair, seus olhos imediatamente encontram o jipe ainda parado no mesmo lugar. Seu olhar rapidamente varre o campo de batalha, e ela percebe o destino da outra máquina de combate. O cockpit está cravejado de buracos, uma verdadeira peneira de projéteis. Lá dentro, o piloto jaz sem vida, a cabeça tombada para o lado, olhos arregalados em um último instante de pavor. No meio da testa, um buraco de bala perfeito. Execução limpa e precisa. Kira não perde tempo. Avança até o jipe e sobe nele com um movimento ágil. Mas antes que possa sequer respirar, o céu se enche de ameaças. Seis—não, mais—veículos de impulso vetorial surgem nas alturas. Uma armada inteira descendo sobre eles como predadores prontos para o abate. Ela apenas levanta o olhar a tempo de ver o inferno começar. Mísseis rasgam o céu e descem como lanças ardentes. O impacto é brutal. Jipes e veículos blindados explodem em sequências devastadoras, bolas de fogo e metal retorcido se espalhando pelo campo. A terra treme com cada detonação. O caos é absoluto. Kira reage sem hesitar. Seus instintos de combate assumem o controle. Ela ergue o Pulse Rifle, mira em um dos veículos e dispara. O feixe eletromagnético percorre o ar em uma linha perfeita, atingindo a blindagem e atravessando o casco como se fosse papel. Um segundo depois, a munição armazenada dentro do veículo detona. O resultado é catastrófico. O veículo se torna uma bola de fogo descontrolada, girando no ar enquanto perde altitude. Ele se choca contra outro que voava próximo, criando uma explosão em cadeia. Killey, que observava a cena da caçamba do jipe, não perde a oportunidade. Ele agarra uma arma pesada, ajusta rapidamente a mira e dispara contra o outro veículo, atingindo seus sistemas de controle. O impacto força o piloto a manobrar desesperadamente—bem na direção dos destroços do primeiro veículo. Os dois colidem no ar em um espetáculo de metal e fogo. Menos três inimigos. Um dos veículos inimigos paira diretamente acima deles. As escotilhas laterais se abrem, e o ataque vem implacável. Bombas de napalm. O céu escurece por um instante antes de a chuva infernal começar. O jipe se torna um inferno em segundos. As chamas lambem a parte dianteira do veículo, consumindo tudo em seu caminho. O motorista grita quando o fogo devora seu braço e pernas, sua carne queimando sob a temperatura insana. O Sicário que nos acompanha salta para fora enquanto coloca uma máscara e rapidamente se oculta entre os escombros. Nosso Netlinker também tenta encontrar abrigo, mas não tem a mesma sorte. Enquanto o Sicário escapa ileso, ele é atingido por respingos do gel combustível do napalm, que aderem às suas costas, causando queimaduras de segundo grau. Mas Leila—Leila não tem sequer a chance de gritar ou reagir. As bombas caem diretamente sobre seu lado do jipe. O impacto a engole instantaneamente, o calor extremo derretendo sua caixa craniana em segundos. Seu cérebro é consumido antes mesmo que ela possa processar a dor. O fogo se espalha, deixando apenas metade de sua cabeça intacta. O resto se torna uma massa carbonizada e irreconhecível. O cheiro de carne queimada invade o ar. O horror dura apenas um instante. Mas o combate continua. Kira não tem tempo para lamentações. Ela precisa agir. Agora. O carro está fora de controle, avançando em alta velocidade diretamente contra um muro de concreto. O impacto iminente faz o metal ranger, os pneus chiam no asfalto. Kira age rápido. Com reflexos sobre-humanos, ela salta do veículo no último instante, executando uma acrobacia impecável no ar. Seu corpo gira com precisão antes de aterrissar perfeitamente sobre os pés, como se tivesse calculado cada movimento. Killey, por outro lado, ainda está dentro do carro quando, num reflexo ele aperta o gatilho de sua arma. O disparo ecoa no caos do momento. No segundo seguinte, o choque brutal da batida o arremessa para fora do veículo, fazendo-o rolar pelo chão. Apesar da queda desajeitada, seu disparo atingiu o alvo: o veículo inimigo explode em chamas. Quatro a menos.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD