Ponto de vista de terceira pessoa
O novo dia irrompe, carregando consigo uma torrente de notícias sombrias: assassinatos brutais, roubos audaciosos, estupros e escândalos políticos que estremecem a sociedade. Nos recantos mais obscuros do submundo, rumores se multiplicam, manchetes distorcidas, informações plantadas, exageradas ou deliberadamente ocultadas. No epicentro deste caos, paira o enigma da espadachim misteriosa e a sombra de um atirador, aparentemente identificado como Chang Liu.
Enquanto isso nos bastidores do poder, uma notícia corta o silêncio. Douglas ouve falar de uma armadilha meticulosamente orquestrada pela Pegasus Med. O alarme dispara em seu peito, e sem hesitar, ele se levanta, determinado a agir. Seus passos firmes o conduzem até a mesa do café da manhã, onde sua cozinheira prepara com esmero a refeição. Mas, no trajeto, seus olhos são arrebatados pela visão de Kira, na área externa da cobertura, em sua forma mais pura e despojada, exibe seu corpo com uma ousadia que transcende o mero ato de se desnudar. Com uma graça letal, ela executa seus movimentos marciais, como se cada golpe fosse como uma dança e seus passos fosse um ode à sua liberdade e poder.
O contraste entre a brutalidade do mundo lá fora e a intensidade quase poética daquela cena em sua cobertura faz o sangue de Douglas ferver. Em meio à violência que permeia as ruas e às conspirações que se desenrolam nas sombras, aquela imagem de Kira se transforma num símbolo de resistência, de beleza e força. É como se, por um breve instante, o caos fosse domado pela arte de seu combate.
Douglas sente o peso das responsabilidades que recaem sobre seus ombros, mas também a promessa de algo grandioso por vir. Em cada notícia chocante, em cada ato de violência, ele enxerga uma oportunidade, um chamado para a mudança. E ao mesmo tempo, a visão de Kira sua guerreira, sua musa, sua deusa de aço, reacende nele a esperança de um novo amanhecer.
Enquanto a manhã se desenrola, o mundo parece suspenso entre a loucura das informações e o brilho intenso da figura de Kira. Cada movimento seu é uma promessa de batalha, cada soco desferido na dança marcial, um grito silencioso de liberdade. E Douglas, imerso nesse turbilhão de emoções, sabe que o destino de muitos pode estar prestes a mudar.
O dia se impõe, carregado de tensão e drama, como se a própria realidade estivesse se preparando para um confronto épico. E no coração desse novo dia, a imagem de Kira, forte, desafiadora e absolutamente real.
— Kira, minha deusa, venha. Vamos tomar café da manhã. Douglas a chama, a voz carregada de admiração, enquanto um brilho quase faminto dança em seu olhar.
Kira interrompe seus movimentos com a precisão de quem domina o próprio corpo como uma extensão de sua vontade. Com um gesto fluido, embainha a espada e caminha em direção à sala, onde Douglas a aguarda.
Ao entrar, seus olhos se fixam nos dele, penetrantes, avaliadores. É como se pudesse decifrar cada pensamento que percorre sua mente ou, talvez, apenas sinta a sutil mudança em sua respiração e o compasso irregular de seus batimentos.
— Algo aconteceu, Douglas? sua voz soa firme, mas com uma curiosidade latente.
— Você está mais introspectivo do que o normal.
Douglas mantém o olhar distante por um breve instante antes de esboçar um meio sorriso enigmático.
—Ainda não aconteceu nada... Mas em breve acontecerá. Se é que me entende. Ele faz uma pausa, como se saboreasse cada palavra antes de soltá-las ao vento. — As peças estão se movendo, Kira. Em breve, seus feitos sairão das sombras e serão conhecidos. Suas façanhas serão contadas. E até lá... Ele a encara com intensidade renovada. — Espero que você, minha querida, tenha alcançado o próximo passo evolutivo em nossa jornada.
Douglas parecia imerso em seus próprios pensamentos, a mente navegando entre o presente e o futuro incerto que se desenhava no horizonte, mas que ele ansiava controlar.
— Kira, você auxiliará Chang Liu em uma missão. Suspeitamos que a Pegasus Med esteja orquestrando uma armadilha para ele, com o intuito de extrair informações sobre você. Disse Douglas, com um tom de preocupação.
Kira concordou em ajudar. Douglas, então, detalhou a situação enquanto compartilhavam um café da manhã fresco e saboroso. Kira comeu com apetite voraz, e Douglas compreende que seu corpo alterado exigia um consumo maior de nutrientes, proteínas e carboidratos saudáveis. Ele observou com um sorriso malicioso o modo como Kira devorava a comida, imaginando o prazer que sentiria ao tê-la sob seu controle.
Após o café da manhã, Douglas e Kira se prepararam para ir à Sede da BioCom, afinal, era terça-feira, um dia normal de trabalho.
Eles desembarcaram juntos no topo do prédio, onde haviam duas vagas para veículos de impulso vetorial. Douglas notou que o veículo de Alessandro já estava estacionado. Ele respirou fundo, sorriu para Kira, pegou sua mão de forma sedutora e perguntou docemente:
—Kira, podemos almoçar juntos hoje? Adoraria sua companhia. Ele manteve um sorriso desejoso no rosto, imaginando as curvas do corpo de Kira sob suas mãos.
Kira, alheia às intenções de Douglas, concordou com o almoço. Em seguida, ela entrou no prédio e foi para seu posto.
Ao se posicionar ao lado da porta de Alessandro, o cheiro dele atingiu suas narinas e seu corpo estremeceu. Ela sentiu um calor intenso percorrer sua espinha, sua intïmidade se umedecer, seus mämilos se enrijecerem e seu cheiro perfumar o ambiente, um aroma adocicado e excitante. Kira não sabia como reagir. Nunca havia se sentido daquela forma antes, e sentia que seu corpo tinha vida própria e a estava traindo, denunciando sua lascívia. Ela imaginou as mãos de Alessandro tocando seu corpo, explorando cada curva e cada orifício, e um gemido escapou de seus lábios.
Assim que chega à sua sala, Douglas entra em contato com Chang Liu para informá-lo de que está ciente da armadilha e que Kira irá auxiliá-lo na missão. Ele mantém um tom sério e direto, deixando claro que a situação exige cautela.
Enquanto isso, Logan recebe diversas ligações que confirmam o sucesso de seu plano. Tudo havia sido cuidadosamente arquitetado para que Kira agisse conforme suas expectativas. Mas ele não quer apenas observar, quer estar presente. Logan tem um plano próprio e sente que este é o momento certo para agir. Ele pode usar Kira e Chang para alcançar seus objetivos, e para isso, contará com a ajuda de Ivan e Dragon. O G.E.S.S, desta vez, ficará de fora, mas Lucy já está sendo convocada.
Assim que todos se reúnem, Logan assume o controle da conversa, mascarando suas verdadeiras intenções e distorcendo levemente os fatos.
— É o seguinte, pessoal, fomos descobertos e podemos estar correndo perigo. Vocês sabem que ajudamos naquela questão do roubo e recuperação da carga na Pegasus Med.
Ele observa atentamente as expressões ao seu redor. O ar pesa na sala quando os rostos se fecham em preocupação e apreensão. Apenas Ivan e Dragon, com olhares ferozes, reagem de imediato, exclamando em uníssono:
— Aqui é fibra, meu irmãozinho! Tamo junto! Vamos detonar esse povo e limpar a cidade!
Logan sorri internamente. Eles são exatamente o tipo de ferramenta de que precisa para dar andamento ao seu plano.
— Vou entrar em contato com Chang Liu e oferecer nossa força de apoio. Declara Logan, sua expressão carregando um misto de satisfação e cálculo preciso.
Ele pega o celular e disca o número de Chang Liu. Após três toques, a ligação é atendida.
— Alô? Fala, amigo! O que você quer? Olha só, meu contato na BioCom já me ligou, viu? Vou ter o apoio da Kira lá no "show"! Chang fala animado, gesticulando como se Logan pudesse enxergá-lo do outro lado da linha.
Logan sorri vitorioso. Nem precisou fazer rodeios ou tentar extrair informações com sutileza, o falastrão do Astro de rock já havia lhe dado a confirmação de que todas as peças estavam devidamente posicionadas no tabuleiro.
— Nossa, que alívio! Eu estava preocupado com sua integridade. responde Logan, revirando os olhos enquanto fala, antes de finalmente jogar sua cartada: — Mas olha, se quiser o meu apoio e do meu pessoal, estamos aqui para isso. E nem vou cobrar muito pela ajuda.
Ele aguarda a resposta, fingindo um desinteresse casual.
— Pô, cara, mas aí… eu não tenho grana pra te pagar, não. Só se lá tiver algo para roubar, igual da outra vez. Aí é só limpar. Oferece Chang uma solução.
Logan sorri de forma quase imperceptível. Seu plano já estava funcionando antes mesmo de ser formalizado.
— Pode ser, cara… Então, quando podemos nos encontrar para planejar tudo? Pergunta com um tom aparentemente despreocupado.
— Ixi… preciso ver com meu contato se a tal Kira já tem um plano de ação ou não. Responde Chang, agora demonstrando uma preocupação genuína. Ele não havia discutido esses detalhes com Douglas ainda.
— Bom, então confere isso e me avisa, certo?
Ao encerrar a ligação, Logan sorri. Tudo está se encaixando exatamente como queria.
Os dias passaram rapidamente, uma rotina implacável que testa a paciência e a sanidade de Kira. Cada amanhecer traz a mesma cadência mecânica de trabalho, mas algo dentro dela parece estar se transformando, uma inquietação crescente, pulsante, impossível de ignorar.
A cada dia que passa, seu corpo a trai de formas que ela não compreende completamente. O aroma sutil, doce e inebriante que exala de sua pele e se concentra entre suas pernas a atormenta. Ela percebe, sente a fragrância densa pairando no ar, mas ninguém mais parece notar. "Graças a Deus", pensa. Talvez seja apenas sua percepção aguçada, uma consequência dos aprimoramentos que recebeu. Mas e se não for?
Finalmente, a sexta-feira chegou, anunciando a reunião da equipe. A noite prometia ser decisiva, com Kira pronta para revelar as ordens finais, o ápice de uma trama meticulosamente tecida.
A tensão era palpável no ar da sala de reuniões. Kira, com um olhar penetrante, observava cada mëmbro da equipe, sentindo a adrenalina pulsando em suas veias. Ela era a maestrina de um espetáculo perigoso, onde cada movimento era calculado, cada palavra, uma arma. O silêncio era ensurdecedor, quebrado apenas pela respiração ansiosa dos presentes.
— Chegou a hora! Kira anunciou, sua voz ecoando com autoridade. — Nossos planos estão completos. A partir de agora, não há volta.
As palavras de Kira pairavam no ar, carregadas de suspense. A equipe, composta por indivíduos de habilidades únicas, aguardavam suas instruções, prontos para mergulhar no desconhecido. A noite se estendia, repleta de segredos e perigos, e Kira, no centro de tudo.