- CIDADE DA SUCATA: ALIADOS

1537 Words
Ponto de vista de terceira pessoa Após uma longa conversa entre Jair, Kira, Killey e "Ghost" — o apelido do amigo de Jair —, Kira descobre que ele está aliado a uma força de resistência. O objetivo do grupo é livrar a Cidade da Sucata das garras dos bandidos, mafiosos e contrabandistas que ditam as regras e controlam as leis e normas da região. Essa não é uma simples incursão. Mais de quinhentas pessoas estão sendo mobilizadas para um ataque em grande escala contra a Cidade da Sucata. A resistência está determinada a desmantelar a estrutura criminosa que governa o lugar, e para isso, cada peça do plano precisa se encaixar com precisão. Kira entende perfeitamente o que Jair espera dela. Ele precisa de alguém capaz de liderar a equipe que invadirá o Castelo de Dentuço — o coração do império criminoso que controla a cidade. Esse será o golpe decisivo, o ponto de ruptura que pode garantir a vitória da resistência. Ela respira fundo, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Liderar uma missão como essa não será fácil. O castelo é uma fortaleza, protegido por mercenários bem armados e sistemas de segurança avançados. A investida precisará ser rápida, letal e perfeitamente coordenada. Ghost compartilha alguns dados que conseguiu extrair da rede, mostrando mapas, rotas de acesso e pontos vulneráveis na defesa do castelo. Kira, por sua vez, avalia a melhor forma de infiltração. Jair observa tudo em silêncio, confiando na decisão que tomou ao colocar Kira no comando dessa missão crucial. Kira aperta os punhos e encara o desafio à sua frente. Se tudo desse certo, a Cidade da Sucata finalmente estaria livre do jugo criminoso. Se falhassem, seria um banho de sangue. E falhar não era uma opção. Kira seguirá em um dos jipes, preparada para a missão. Apesar de ter habilidade com armamento pesado, como os lançadores de mísseis Scorpion, ela optou por não usá-los desta vez. Suas armas de confiança já eram mais do que suficientes para o que estava por vir. A primeira e mais importante delas era sua monokatana. Para Kira, essa lâmina não era apenas uma arma, mas uma extensão de sua própria vontade. O fio molecularmente afiado cortava aço como se fosse papel, e a leveza da arma permitia que seus golpes fossem rápidos e letais. No calor do combate, a monokatana era sua resposta definitiva, silenciosa e implacável. Mas ela também carregava um rifle especial, um protótipo experimental que roubara ano passado, quando ainda estava nos primeiros testes para se tornar agente. A tecnologia nunca chegou ao mercado, e Kira fez questão de manter a arma para si, aprimorando-a ao longo dos anos. O equilíbrio perfeito e a precisão letal faziam dela uma escolha confiável para alvos à distância. Essa arma era a Pulse Rifle. Essa era sua arma de destruição absoluta. Disparava pulsos eletromagnéticos carregados com plasma instável, capazes de reduzir um ser humano a um pedaço de carvão em segundos. O brilho azulado do disparo era a última coisa que o alvo via antes de ser consumido pela energia destrutiva. Blindagens? Não importavam. Paredes reforçadas? Eram inúteis. O que estivesse no caminho dessa arma simplesmente deixava de existir. Sentada no jipe, Kira passou os dedos pelo cabo de sua monokatana, depois pelo corpo metálico da Pulse Rifle. Ambas tinham histórias, ambas tinham significado para ela. Mas acima de tudo, eram ferramentas para garantir que saísse viva da missão—e que nenhum inimigo tivesse essa mesma sorte. O comboio estava pronto para partir. Os motores roncavam, a poeira subia no ar, e a Cidade da Sucata aguardava o impacto da resistência. Kira sorriu de leve. Ela estava pronta para o mässacre. Outros jipes foram se alinhando em formação, os motores roncando no compasso da tensão crescente. O crepúsculo mergulhava a Cidade da Sucata em tons de laranja e roxo, enquanto a escuridão se aproximava rapidamente. A hora da investida estava chegando, e todos sabiam que não havia margem para erros. A resistência emergia de todos os cantos da cidade. Grupos armados surgiam de becos, galpões abandonados e esconderijos subterrâneos, juntando-se ao exército improvisado que se preparava para o ataque. Nos rádios, a frequência começou a se encher de códigos, ordens secas e comandos de movimentação. A guerra estava em andamento antes mesmo do primeiro tiro ser disparado. Cada equipe seguia por um caminho diferente, espalhando-se pelas ruas tomadas. A estratégia era clara: dividir os esforços do inimigo, obrigando-os a reagir em várias frentes ao mesmo tempo. Isso garantiria que a força principal tivesse uma abërtura para avançar até o coração do território inimigo. Nos veículos terrestres, a composição era cuidadosamente planejada. Cada jipe levava Sicários—os assassinos experientes da resistência—, Netlinkers para invasões digitais e suporte tático, além de técnicos responsáveis por desativar sistemas de segurança e manter os equipamentos funcionando sob pressão. Era um equilíbrio entre brutalidade e estratégia. Quando o comboio se aproximou do primeiro posto avançado, o clima ficou ainda mais pesado. Aquele era o ponto de transição entre a periferia baixa e os bairros residenciais, onde o verdadeiro desafio começaria. Os faróis foram apagados. O silêncio momentâneo era apenas o prenúncio da tempestade. Os Netlinkers eram os primeiros a agir, abrindo caminho no campo digital antes que o avanço físico começasse. Cada um deles estava conectado ao sistema da resistência, trabalhando para desativar torretas automáticas, interferir nas comunicações inimigas e abrir brechas nos sistemas de segurança. À frente, várias torres de vigilância estavam ocupadas por guardas fortemente armados. Torretas equipadas com metralhadoras FN Herstal .50 varriam a área com sensores de movimento, prontas para transformar qualquer invasor em carne triturada. Barricadas reforçadas protegiam metralhadoras de trincheira, bloqueando os acessos principais. O inimigo não estava brincando—eles haviam preparado esse perímetro para resistir a qualquer ataque. Mas nós também não viemos despreparados. Nos jipes, havia armamento pesado. Enquanto os Netlinkers trabalhavam para desarmar as torretas, nossos batedores eliminavam silenciosamente os guardas nas torres e nas trincheiras. O caos começou a se espalhar. Disparos cortavam o ar, explosões faziam o chão tremer. O barulho era infernal. Do meu lado, um canhão M61 Vulcan começou a girar, soltando mais de cem tiros por segundo. O estrondo dos disparos fazia meus ouvidos zumbirem, e o ar ao redor se enchia do cheiro de pólvora e metal queimado. A poeira e os destroços subiam com cada impacto. Então, o pior acontece. Um Veículo de Impulso Vetorial de combate começa a sobrevoar nossa posição, seus motores rugindo acima de nós. A ameaça pairava como um predador mecânico, pronto para despejar destruição sobre nosso comboio. Mas estávamos preparados para isso. A FN Herstal .50 montada no nosso jipe era equipada com munição HEI—High Explosive Incendiary. Em outras palavras, cada tiro disparado carregava uma carga explosiva incendiária capaz de rasgar blindagens e transformar qualquer coisa que atingisse em uma bola de fogo. Alguém gritou uma ordem. O artilheiro girou a torre, alinhando a mira no vetor de combate. O Veículo de Impulso Vetorial tenta manobrar no ar, os propulsores laterais rugindo enquanto tenta estabilizar o voo. Seus sistemas de defesa acionam uma chuva de projéteis na tentativa de interceptar os disparos da nossa FN Herstal .50, mas é tarde demais. Os tiros HEI rasgam sua fuselagem, explodindo dentro da estrutura da nave como um vírus de fogo e metal. Chamas emergem das laterais da aeronave enquanto ela perde altitude em um espiral descontrolado. O piloto ainda tenta compensar, lutando contra o inevitável, mas a gravidade vence. O veículo mergulha em direção a um bairro ao sul e, segundos depois, a noite se ilumina com uma explosão colossal. Mesmo à distância, sentimos a onda de choque nos atingir, uma lufada de vento quente e violento que sacode os jipes e levanta poeira e destroços pelo ar. Kira m*l tem tempo de reagir à explosão antes de notar algo crítico. Um atirador de elite, posicionado em uma das torres de vigilância, mira diretamente em um dos nossos operativos. Ela age sem hesitar. Seu gancho dispara, o cabo de alta tensão se enroscando firme na estrutura da torre. Com um puxão preciso, Kira se lança para cima, sendo impulsionada pelo mecanismo com velocidade brutal. O franco-atirador percebe o movimento, ajustando a mira, mas Kira já está sobre ele. No último instante antes de alcançar a plataforma, ela gira o corpo no ar e desfere um chute certeiro contra o rifle do inimigo, deslocando a arma e bagunçando sua mira. O atirador cambaleia, mas não tem tempo de se recuperar. Kira aproveita o próprio impulso e se joga para dentro da pequena casamata da torre, sacando sua monokatana em um único e fluido movimento. O brilho afiado da lâmina corta o ar em um arco reluzente—e, num instante, a cabeça do soldado é separada de seu corpo. O sangue quente espirra pelas paredes da estrutura, e o corpo sem vida tomba pesadamente no chão de metal. Ela não perde tempo. Limpando a lâmina com um único movimento, Kira se posiciona na borda da torre, os olhos varrendo o campo de batalha abaixo. O combate continuava feroz, mas a resistência avançava. E ela ainda tinha muitas cabeças para cortar antes do fim da noite.
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