4. Capitulo – Sem pressa

3902 Words
Ela acordou com o seu celular tocando. “Estranho”. Camile abriu os olhos, sabia que estava no quarto de Brendon. E, ele não estava lá. Olhou para a poltrona, onde havia uma toalha. Ele já tinha saído. O que foi bom, constatou ao se espreguiçar... sentindo a sensibilidade interna. Só de pensar no que compartilhou com o seu esposo na noite anterior, fez o seu corpo se aquecer. “Será que fariam isso de novo hoje? Será que ele gostou?” Camile deu um gemido indecente, rindo consigo. O novo rumo que tinha tomado o seu casamento, aquela i********e entre eles se limitava ao nível físico, sentimentos eram problemas dela, somente dela. Pensando nisso, massageou os olhos cansados por alguns segundos e saiu da cama. Aquela união, o casamento era apenas um acordo entre as duas famílias. Ela havia entrado com os olhos bem abertos, concluiu enquanto terminava de tomar banho. Os dois poderiam permanecer juntos e desfrutar a companhia um do outro, desde que... A insegurança, rodeava-lhe ao pensar em Pamela, a ex-namorada, atriz, modelo e loira havia aparecido com a intenção de reconquistar Brendon. De acordo com Brendon, logo pela manhã uma reunião com os acionistas, e depois um café com possíveis clientes. O que impediria deles almoçarem juntos, sendo algo bem comum. O dia também não diferira para Camile, que naquele momento estava na Fundação com vários documentos a sua mesa. Entretanto, tinha-lhe dado uma pausa para apreciar o ensolarado dia que se estendia fora da sua janela. Era uma manhã corrida, como todas as outras, ela concluiu. Lisandra estava super ocupada até para conversa rápida. Camile digitava algo no seu notebook, tomava café e assinava alguns papéis, tudo simultaneamente. - Espero que não esteja te atrapalhando. O estranho a sua frente, parado na porta havia entrado na sua sala sem ser anunciado. – Eu não vi ninguém na recepção. Camile olhou para o relógio do notebook. Eram 13h. a sua assistente, tinha saído para almoçar. - Eu posso-lhe ajudar? - Ah, claro! Deixe-me se apresentar, sou Júlio, Júlio Villareal. Ele se aproximou de Camile, lhe estendendo a mão. – Sou o novo diretor financeiro que a... Ele procurava o nome numa folha que trazia consigo. – Camile... Camile Bueno me contratou. Ela o olhou com curiosidade. “Deve ser uma pegadinha”. Era bonito, pensou Camile ao olhar aqueles olhos diretamente compenetrados nos seus, os cabelos pretos, mais pretos talvez do que qualquer outro que já havia visto o porte normal, de estatura média, mas assim havia alguma coisa naquele homem que chamava a atenção. - Fiquei meio perdido e a única sala que vi com movimento foi a sua. Ele olhou ao redor. – Desculpa, ter entrado assim, e não conta para ela. - Para ela... - Para Camile, acho que ela vai ser minha supervisora ou algo do tipo... Júlio respondeu com um certo tom de diversão. - Sra. Bueno acabei de chegar do almoço, desculpa por esquecer de avisar... Bianca olhou para o homem parado ao seu lado, e logo em seguida para Camile. – Desculpa, quem é você? - Você... quer dizer, a Sra... Júlio fazia uma careta, enquanto disfarçava o erro que acabava de cometer. – Digo, Sra. Bueno, nos falamos por telefone. Constrangimento era a definição para aquilo. - Sim, eu lembro. Camile olhou para Bianca. – Por favor Bianca, acompanhe o Sr. Villareal até a sala de reunião, creio que alguns que chamei a reunião já estão lá. - Sim senhora. Bianca fez um gesto para que ele a acompanhasse. E, Júlio parecia maravilhado com o novo ambiente de trabalho. - Tudo é tranquilo assim ou vim num bom momento? - Vai gostar de trabalhar aqui. Bianca foi falando enquanto iam para a sala de reuniões. – A Sra. Bueno com os demais, são bem focados no seu trabalho. E, sabem como favorecer a todos. Camile ainda ria consigo, voltando a sentar na sua cadeira. Era certo a confusão, pois de fato tinham conversado por telefone. E, Rafael esposo de Lisandra havia recomendado Júlio para que cuidasse do setor financeiro da Fundação, sendo que o último quase lhe tinha dado um prejuízo, sendo descoberto a tempo. A reunião começaria em breve. Organizando o material que precisaria, no ensejo apresentaria o novo diretor financeiro. Camile entrou na sala, cumprimentando a todos os presentes. - Boa tarde a todos, e obrigado por se fazerem presentes nessa reunião de última hora. Mas, como sabem estamos chegando próximo ao final de ano, e temos alguns projetos a adiantar de modo a darmos férias a todos. E, pela animação da sala ao falar férias, Camile sabia que todos mereciam. - De antemão. Ela continuou a falar, abrindo a pasta que trazia consigo. – Teremos algumas mudanças no nosso quadro de funcionários. Camile olhou o seu celular, tocando no silencioso, e pelo visor viu que era Brendon. – Então, deem Boas-vindas ao novo diretor financeiro Júlio Villareal. Júlio assentiu, sorrindo a todos os presentes na sala, principalmente a Camile. - Agradeço a oportunidade e confiança, e a todos os presentes, espero mostrar o meu trabalho da melhor maneira possível. - Assim esperamos. Camile virou a folha da pasta. – Agora se adiantarmos um pouco... E assim, fora a reunião que durou ainda uma hora e meia. Com um por um saindo, ficando apenas Camile que distraída organizava a sua pasta quando Júlio se aproximou. - Realmente quero lhe pedir desculpas. Ela pegou a sua pasta, olhando para Júlio. - Pelo quê? - Por ter entrado na sua sala, e por entrar na sala da Presidente sem saber que ela é a Presidente. Júlio falou, sem jeito. – Eu deveria ter pesquisado um pouco mais. - Perdoado. Ela sorriu, indo até à porta. Na sua sala, algumas mudanças tinham sido feitas recentemente no seu escritório. Na sua mesa ao lado do seu telefone, um porta-retratos dela com o seu esposo. Era um verão, onde eles estavam sentados um ao lado do outro após terem almoçado no Villas, e caminharam até a praça Central. Eram um casal recém-casados. Ela sorriu, fechando o seu notebook, guardando alguns documentos que estavam espalhados pela mesa, fechando a janela com aquele lindo por do sol. Ela estava finalizando mais um dia de trabalho. Dentro do carro, lembrou de Brendon, lhe mandando uma mensagem. “Indo pra casa”. Ele tinha ligado para ela. Mas, com o corre-corre na empresa, acabou esquecendo de retornar, conversaria então com ele em casa. Mas, optou em mandar a mensagem. A última visualização dele tinha sido uma hora depois dele ter lhe ligado. No trânsito, o fluxo tinha sido ameno, conseguindo chegar alguns minutos antes do habitual. Mas, o carro de Brendon não estava estacionado como costume. Ele ainda não havia chegado. Entrando na casa, encontrou Maria cozinhando, mas não perguntou a ela por seu esposo, apenas indo para seu quarto para tomar um banho, e trocar de roupa. Camile passou pelo quarto dele, e Maria já tinha organizado tudo. Era como se os dois não tivessem feito nada ontem, e com as lembranças, ela sentiu o seu rosto corar e sentiu que o desejo ainda estava ali. Entrando no seu quarto, foi para o banheiro, removeu a maquiagem, retirou as suas roupas, tomou um banho bastante demorado na banheira. Fazia algum tempo que tinha chegado e nada dele aparecer ou ligar, o seu telefone estava desligado. Ela olhou o relógio uma última vez. Pediu que Maria a servisse, e que depois fosse descansar. Ela mesmo cuidaria do restante. Brendon não tinha o costume de se ausentar assim, algo tinha acontecido, mas era importante esperar. Depois do jantar, guardou toda a louça, limpou e guardou. Olhou o seu celular novamente, ligou para ele, mas a ligação só caia na caixa postal. Ela não queria pensar que o pior aconteceu. Brendon apareceria, e lhe diria o que houve. E com esses pensamentos, não sabe em que momento adormeceu. Mas, o seu quarto estava completamente vazio. E, estava realmente adormecida quando se assustou com uma mão grossa e grande deslizando pela sua coxa e indo em direção ao seio, em seguida sentiu os lábios de Brendon tocar uma das suas regiões mais vulneráveis, a sua nuca. Ela estava de bruços, na sua cama. De repente, ele parou o que fazia, e num impulso sentiu as mãos dele passando pelas suas pernas e passando os seus braços ao redor do seu ombro. A puxando para seus braços. - Você está no quarto errado. Ele falou ao puxá-la para si. Cada nervo do seu corpo vibrou com aquelas palavras. Brendon caminhava agora com ela para seu quarto, apenas algumas luzes iluminavam o corredor, e ao ser colocada na cama dele, mesmo na penumbra da noite, ela viu os seus olhos castanhos esverdeados, sua boca carnuda. Queria dizer algo, mas não queria estragar aquele momento entre os dois. - Onde você esteve? Ela perguntou. - Depois... A força do desejo que se apoderara dele, no momento em que vira Camile deitada de bruços na cama, com o lençol cobrindo apenas os seus pés. Saber que poderia tê-la novamente para si, deixara-o ansioso impaciente para possuí-la. Conversaria depois. Camile se entregou completamente a ele. Se deixou levar pelo desejo, colando o seu corpo ao dele com gemidos de prazer, enquanto sentia Brendon se encaixando entre as suas pernas. Sim, queria pertencer-lhe mais uma vez. Completa, de um modo que nunca imaginou ser capaz. - Passei o dia todo querendo fazer isso com você. Pelo menos isso ele poderia dizer, sem arriscar o futuro de ambos. Ele falou logo após o incrível orgasmo que teve com ela. Se sentia sonolento, mas queria responder às perguntas da sua mulher. - Onde você estava? Ela perguntou, sentindo as carícias dele, nas suas costas, subindo até o pescoço e passando pelos seus cabelos. – Liguei para você, mas seu celular estava desligado. - Ele caiu, quebrou. - Como assim? Ela o olhou curiosa. - Eu estava tentando te ligar, mas você não atendeu. Ele passou a mão onde ela cobria. – Por que está fazendo isso? - Me cobrindo. Respondeu de forma acanhada. – Acho que um impulso puritano, já que nunca tinha ficado nua na sua frente. - Você é linda, seus s***s são lindos... Devia deixá-los descobertos mais vezes. - E deixar todo mundo ver? - Não! Ele respondeu, jogando com cuidado sua camiseta nela. – Vista isso. Ambos riram. E os olhos dele estavam repletos de bom humor. Algo que Camile amava. - Você jantou? Ela perguntou, quando ele levantou da cama. - Sim, tive um pequeno encontro com o, Ramos, lembra dele? Brendon se enrolou na toalha. – Fomos a um barzinho próximo ao prédio, e conversando, quando fui ver era noite, e esse engarrafamento não ajuda, não é? Ele deu um sorriso de lado, indo para o banheiro. “Ele não me convidou para ir ao banho?” Camile odiava aquela insegurança. “É querer demais”. Mas, estava satisfeita, tudo que queria era estar com ele. Havia química entre eles, na cama, nos negócios e se dava por satisfeito. Ou será que não? Ela enrolou-se no lençol e foi para seu quarto, entrando no banheiro. Era relaxante, a água caindo no seu corpo. Não demorando, ela colocou a sua camisola e saiu do banheiro, enxugando os seus cabelos. - Por que veio tomar banho aqui? Ela foi pega de surpresa, com Brendon em pé próximo à cama. - Ah, as minhas coisas estão aqui. - Justo. Brendon parecia refrescado, tinha saído do banho, e o seu perfume exalava em todo o quarto. - Acho que está na hora de darmos um passo na nossa relação, o que acha? Ele perguntou, se aproximando dela. – Você e eu no mesmo quarto... Como deveria ter sido desde o início. A maldita introspecção pairava no ar. E parecia agora uma loucura. Ela sentiu a aliança no seu dedo, apertar. Ela desempenhava o papel de esposa perfeita nos holofotes da mídia, agora dividiria a sua cama no particular do seu quarto. Tudo para ele. “E ela? Será que possuiria o seu coração?”. O coração dela disparou. “Respire” Disse a si mesmo. - Está pensativa... Ele estava muito próximo, segurou o rosto dela com as duas mãos. – Não acha que seria bom para nós? Ele deu um leve sorriso. – Sei que fizemos um acordo. - Não é pelo acordo, Brendon. - O que seria? “Amor?” “Será que seria possível se limitar apenas ao nível físico e aos negócios? E deixar o seu coração apenas ser problema para ela?” “Como Brendon poderia saber que ela nunca se entregara tão completamente a nenhum outro homem? Por que deveria esperar que ele percebesse que a intensa atração entre eles, pelo menos da sua parte, era sinal de amor?” Pensando nisso, Camile massageou os olhos cansados por alguns segundos. - Está tarde. Ela passou os seus braços ao redor do pescoço dele, lhe fazendo curvar um pouco por conta da sua baixa estatura. – Vamos dormir. E o que ela recebeu foi um beijo, se entregando ao turbilhão de sensações. Ele afastou-se, segurando na mão dela com carinho e caminhando para seu quarto. Era ali o seu lugar, ao lado dele. A terça chegou sem nenhum contratempo, se contratempo for a definição de que tudo ia bem. E o final da noite, os dois assistiam a um filme qualquer na sala logo após o jantar. Algo que agradou bastante Camile. Na quarta a tensão elevou-se com a notícia que um dos principais doadores deixaria de doar a Fundação com Camile tentando entrar em contato com ele a todo custo. “Desculpe sra. Alcantara, mas o sr. Casagrande disse que não quer falar com nenhum representante da Fundação”. - Vai dar tudo certo, um dos responsáveis disseram que iam conseguir o celular pessoal dele, e assim que conseguir te passo. E, Camile tentava entender o que havia ocorrido, sendo que ele era o principal doador de uma escolinha para crianças que sofriam maus tratos no interior do País. O que era muito importante para a instituição. - Fico no aguardo então. Ela terminava de organizar alguns documentos na sua mesa, quando Júlio entrou na sua sala, dando duas batidas na porta que estava aberta. - Pensei que a presidente apenas mandava... Ela levantou a sua vista e apenas sorriu. Voltando a organizar os papéis. - Posso lhe ajudar? Deixando o que fazia de lado, ela encarou o homem a sua frente. Ele usava um terno Armani impecável, sem nenhum amassado, os cabelos penteados e desalinhados perfeitamente, com seu perfume próprio. - Na verdade, sim... Ele entrou na sala, sentando na cadeira a frente da mesa dela. – Preciso que você reveja esse relatório. - Agora? Ela perguntou, meio a contragosto. – É que tenho um jantar importante hoje a preparar... -... Amanha então, sem problemas. - Obrigada. E da mesma forma que entrou saiu, sendo que Camile sentiu que Júlio queria falar algo mais. Mas, ela não tinha tempo para adivinhar o que, pois sabia que se saísse naquele horário evitaria o engarrafamento de todos os dias. Pegando a sua bolsa, ela caminhou até os elevadores. Não percebendo que estava a ser observada do outro lado do corredor. Quase uma hora depois, retirava algumas compras que tinha feito na padaria próxima, como alguns petiscos, pedaços de baguetes com queijo e frutas. Deixando na cozinha, e indo tomar um banho. Sem perder tempo, desceu as escadas e conferia como se vendo se não faltava nada. - Tudo sob controle? Camile olhava para a mesa posta com os frios e as frutas, com os pães que Maria já tinha terminado de organizar. Ela olhou para o sorriso de Brendon e fez um movimento positivo com cabeça. Ambas as famílias chegariam por volta das 19h, mesmo que separados. Tomariam um vinho, comeriam alguns petiscos e conversariam. O jantar seria as 20h30m, conforme o programado, e logo depois um café, conversariam mais um pouco e partiriam. Tudo estava perfeito. Camile admitiu, logo após ter trocado de roupa, algo mais casual como uma calça creme com uma blusa de seda branca. Ela olhou o relógio, Brendon mexia no celular distraído. O interfone do portão principal anunciou os primeiros convidados. Ela foi para a sala de espera, enquanto Brendon abria a porta. Com um sorriso no rosto, ela olhava o interior da sua sala, apesar de grandiosos, era inusitadamente aconchegante. Pelas paredes, via-se enormes quadros. Um aroma de flores e de madeira, tornando o ambiente mais agradável. - Camile! Anna Alcântara apareceu na entrada ao lado de Brendon, sorrindo com satisfação. Os cabelos quase brancos estavam penteados para trás, num coque elegante, e os olhos castanhos esverdeados transmitiam um brilho de sabedoria impossível de passar despercebido. - Anna! Camile recebeu o abraço carinhoso da mãe do seu esposo, adorando sentir o familiar perfume de lavanda vindo dela. – Como consegue ficar tão linda? Disse ao se afastar. A mãe de Brendon afagou o braço dela com carinho, olhando para os dois homens que entravam logo atrás. - Quando eu disse que ela é minha nora favorita, não me enganei. Anna tinha passado o seu braço envolta do de Camile, indo até eles. – E vocês dois parecem muito bem. Ela falou com surpresa. – Não acha que tem algo diferente, nesses dois Lucas? Ela perguntou para seu marido, que encarou os dois da mesma forma que a sua mulher. Camile sentiu o seu rosto corar, mas deu apenas um sorriso amigável. - Você dois querem beber algo ou esperar os demais ainda a chegar? Brendon perguntou, mudando o foco do assunto. - Acredito que eles não vão se incomodar. Lucas falou, caminhando com eles para a parte onde ficava a sala de estar. – Um pouco de vinho, para esquentar os nossos corações. - Concordo, mas lembre-se o que o médico disse... O interfone os interrompeu, anunciando que os demais convidados tinham chegado. - Aposto como é o seu pai, Camile. Lucas, falou com um sorriso maroto no rosto. – Ele apostou comigo, dizendo que chegaria primeiro. - Ah não, aposta? Brendon, perguntou com diversão. - Sim, mas ele disse que seria somente 5 dessa vez. Camile olhou para seu esposo, curiosa. - 5? Brendon repetiu com curiosidade. - Sim, míseros 5 mil que dessa vez chegaria antes de mim. - Meu Deus! Camile foi até a entrada dessa vez. - Culpa do GPS que me fez pegar um atalho na avenida principal, sendo que era pela estrada que levaria a praia. Todos começaram a rir. Afonso vinha com os braços envolta do pescoço da sua filha. - Então o passeio foi bom? Lucas perguntou, oferecendo uma taça de vinho para seu velho amigo. - Sim, mas pararei com as apostas. Todos riram mais uma vez, a conversa era bastante agradável e se davam bem. - Camile vai me mostrar o novo jardim de inverno? Anna levantou-se e sugeriu que Camile fizesse o mesmo. – Quando voltarmos, nos juntaremos a vocês no vinho e depois jantar. - Concordo. Brendon observou os movimentos de Camile, e lançou um olhar reflexivo a sua mãe. - Não demoraremos. Anna falou com o seu modo terno, indo calmamente com Camile em direção do jardim. - Vou ao banheiro. Afonso afastou-se, indo em sentido contrário. Lucas olhou para seu filho quando lhe serviu um pouco mais de vinho. - E então... - E então, o que papai? Brendon o encarou, curioso. - Você e a filha do Afonso, já consumaram o casamento? Ele perguntou de forma séria. O que pegou seu filho totalmente de surpresa. - Acho que isso é algo intimo demais para falar assim. - Se não pode falar, é porque sim. Ele respirou fundo, olhando para o lado que a sua esposa e nora saíram. – Acompanho o que a mídia vem aprontado com vocês dois. Falou de forma que parecia agora irritado. – Por que eles vinculam você àquela modelo? - O senhor sabe que fomos namorados no passado. - Mas, terminaram. Lucas aproximou-se do seu filho. – Ou você tem se encontrado com ela as escondidas? - Que absurdo papai. - Assim espero. “eu te dei liberdade, mas nunca desonre a sua família”. - E lá vem ele recitar “O poderoso chefão”. Afonso que se aproximava, se juntou a eles. – “Você vem a minha casa e nem me traz um café” Ao menos beije o meu anel”. O pai de Camile, recitou também uma clássica frase do seu filme favorito. Na outra ponta da sala, no jardim, que era algo totalmente apreciado e, Camile tinha orgulho dele. O jardim estava constantemente bem cuidado, aparado, com arbustos precisamente plantados, um gramado verde. Tudo isso resultado do trabalho de Manoel, esposo de Maria que cuidava da parte mais pesada da casa. - Nossa, essas rosas são lindas! Anna falou. – Aliás, todo o seu jardim. - Obrigada Anna. O jardim da sua sogra era algo para se admirar também, tanto as flores como as plantas internas eram repletos de flores exóticas. - Me conte Camile, você e o meu filho pretendem ter filhos? Anna parou, se virando para ela. E, aquela pergunta pegou Camile totalmente de surpresa. “Uma criança?” Era algo que não tinha passado pela cabeça dela, e sabia que pela dele, muito menos. Mas, certamente era uma das principais razoes do casamento entre a única filha de Afonso de Oliveira e o filho de Lucas Bueno. Anna parecia ainda esperar uma resposta. - Futuramente, um pouco mais na frente. - Sim, o casamento de vocês é recente. E, são novos ainda. Anna concordou. – É que por um minuto, olhei e vi um brilho diferente em vocês dois. - Eu me dou muito bem com ele, pode ter sido isso. - Fico feliz, sei que o casamento talvez não tenha sido algo que vocês de verdade desejassem, mas fico feliz que estejam se dando bem. - Vocês duas, é melhor entrar. Brendon disse, aparecendo na entrada do jardim. – Está a esfriar. Eles estavam na presença dos seus pais, que eram os principais incentivadores daquela união, sabiam que não havia necessidade nenhuma de manter o teatro. Camile não conseguiu captar alguma expressão de afeto em Brendon, em relação a si. E como se tivesse adivinhado, eles entraram quando gotas de chuva começaram a cair. O jantar foi um sucesso, todos os pratos receberam elogios. - Maria é excelente. Lucas falou. – Ainda vou levá-la para casa. - E eu a buscarei. Brendon respondeu em tom divertido. - Sim, o jantar estava excelente. Afonso falou. – Agradeça a Maria, por mim. Eles estavam a porta de saída. - Dirijam com cuidado. O conselho gentil de Camile, foi muito bem recebido por Anna. Um ao lado do outro, Brendon passou a mão pela cintura dela, enquanto ligava o alarme de segurança. - Acho que devo te agradecer. Sussurrou no seu ouvido. - Pelo que? - Por ser tão incrível. Ele virou-se ficando frente a ela e a puxou para perto dele, e beijou a sua boca. Nos braços dele, o desejo, e o êxtase sensual que vinha junto dos toques daquele homem, provocavam sensações de um modo que nunca imaginou que fosse capaz. Era a pura entrega.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD