Capítulo 02

954 Words
•A ilha, rumo ao desconhecido "Assim como os lobos de uma alcateia, as ilhas nos arquipélagos, as aves voando em bando, os peixes em seus cardumes e os cachorros de uma matilha, as pequenas alegrias de uma vida é que fazem a sua grande felicidade. ___André J Gomes" {...Aurora Williams...} O dia já havia amanhecido, o sol batia em meu rosto, a luz forte queimava minha pele sensível, podia sentir as águas frias do mar tocando em meus pés. Um pouco hesitante consigo uma visão embaçada do local em que estou, sem muita clareza percebo que estou em um tipo de praia deserta. À areia ringiam seca em meus dedos, assustada olho ao redor tentando assimilar a situação, más ao que mim parece não havia ninguém ali, a não ser as gaivotas que voavam em bando perto das margens. Ainda exausta e não sentindo meu corpo, sou vencida pelo cansaço mais uma vez. O silêncio pairava no ambiente, podia sentir um forte calor a minha volta, o som de algo estalando perto de mim, cogitava a possibilidade de fogo. __ Uma lareira talvez! O leve cheiro da fumaça no ar confirmava minhas suspeitas. No desespero tento abrir meus olhos, mas não consigo. Eu tinha consciência de que algo ao meu redor acontecia, más não possuía controle sobre meu corpo. A essa altura eu ainda estava lutando para acordar, meus pés e mãos não se mexiam, mas depois de muito esforço meus olhos se abriram. Tentei reconhecer o local em que estou, no entanto, não obtive respostas. Esse local aparentava ser um tipo de cabana antiga. Acima de mim, avistei o que parecia ser um telhado de folhas secas, as paredes ao meu redor foram erguidas com madeiras de vários tamanhos. __ O que possibilitava a entrada de frestas dos últimos raios de sol do dia Olho para o canto mas afastado, avisto um homem alto, corpo musculoso e cabelos médios que iam até os ombros. Ele se encontrava de costas á mim, impedindo assim de ver o seu rosto. O estanho usava uma vestimenta nada convencional. Estava descalço e sem camisa, vestia apenas uma calça marrom completamente rasgada. As partes expostas do seu corpo estava avermelhadas, indicando assim seu contato excessivo ao sol. Fiquei sem reação no momento em que o vi, seus cabelos são castanhos claros, seus olhos são da cor dos rios de águas cristalinas. Estava tão distraída encarando o sujeito que nem ao menos percebi quando se aproximou de mim. O homem de corpo esculpido se sentou ao meu lado, sua boca volumosa se curvou em um sorriso radiante, o que fez meu coração tremer. O homem aparentemente um pouco mas velho que eu, ficou me encarando de cima a baixo, como se estivesse a procura de algo. Senti minhas bochechas queimarem enquanto observava algumas gotas de suor escorrendo pelo seu peito nu. Ele cheirava a terra molhada, seus olhos azuis tão penetrantes me desconsertava. Ainda em silêncio, ele segurou meu rosto entre suas mãos grandes ásperas e acaricia meu rosto. Pisquei os olhos tentando voltar a realidade. Um homem completamente desconhecido estava invadindo meu espaço pessoal. Sem pensar duas vezes dei um tapa em seu rosto e o empurrei para longe. O estranho desconhecido que media aproximadamente 1,90 de altura, se levantou assustado. Seu semblante muda drasticamente, não entendendo o que de fato tinha feito de errado. A fera selvagem me encara mais uma vez, o que faz abraçar meu corpo na intenção de mim proteger. O misterioso homem que havia salvado minha vida naquela praia, se recua fechando a porta com violência. Tento me levantar da pequena cama de madeira, mas aparentemente eu ainda não estava recuperada, pois sentia dores em todo meu corpo. A noite fria logo apareceu, e com ela os sons dos animais noturnos. O estranho selvagem até então não apareceu, o que dava um certo alívio ou preocupação. O lugar em que estou era seguro, no entanto isso não mim deixava tranquila. Com o meu corpo ainda dolorido, consigo me levantar agarrando pelas paredes de madeira. A sensação de estar sendo vigiada percorria minha mente, me deixando aflita, o medo e desespero fluíam em minhas veias, me deixando amedrontada. Desde que fugi de minha terra natal, me vi aclamada pelo aflição, os caminhos ao qual percorri eram devassos, cheio de obstáculos e armadilhas. Logo a porta foi aberta violentamente dando me uma visão do sujeito desconhecido, em seus ombros carregava o corpo de um animal selvagem. Seu olhar intimidador se cruza aos meus ao perceber que eu estava em pé a sua frente, o homem observa cada movimento meu como se estivesse tentando me decifrar. Minhas mãos percorrem todo meu corpo ao perceber que eu estava praticamente despida, o vestido em meu corpo estava aos trapos, deixando algumas partes expostas. O misterioso homem desconhecido caminha até um baú de madeira antigo, e dele retirou um vestido branco rendado até as bordas, e mim entrega. ___ Obrigado. __ Digo ao pegar o vestido de suas mãos. ___ Me chamo Aurora. Qual o seu nome? __ Faço gestos com as mãos e em seguida aponto em sua direção. O sujeito selvagem de peito nu não abrange nenhuma reação, encarando me com o seu olhar indecifrável em seguida se retira, deixando me no vaco. Más antes que saísse pela mesma porta em que entrou, uma única frase sai de sua boca. ___ Ipuã. Talvez o selvagem nativo não fosse tão selvagem assim, o que possibilitava uma convivência plena e até suportável, sua comunicação em se era peculiar, mas seu jeito único me intrigava cada vez mais demonstrando total interesse de saber sobre sua vida. O que seria praticamente impossível, pois Ipuã quase não falava nada. Continua...
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