Clara Menezes Quatro dias já se passaram desde aquela cena no estacionamento, mas ainda parece que foi ontem. Ou até hoje. Tento seguir em frente, mas sempre que olho para o caderno da Lila, a sensação volta como um soco no peitö. Hoje, mais uma vez, estou sentada com ele aberto sobre a mesa, as folhas amareladas me encarando como se fossem segredos gritados no papel. Leio mais uma confissão da minha irmã e dessa vez, tem mais detalhes de outros pontos. Ela escreve que gostava do senhor Roberto Lancaster, mas que quase não tinha contato com ele porque ele passava o tempo inteiro trabalhando. A figura masculina daquela casa era distante, ocupada demais. Quem preenchia os corredores da mansão era a esposa dele. Lila não cita o nome dela, apenas se refere como: a dona. Pelas descrições, e

