Andrew Lancaster
O som constante do motor do carro me acompanha até o estacionamento da filial. Ainda estou com o café nas mãos quando desço, ajeitando a gravata e tentando ignorar o peso leve da noite pouco dormida. Na verdade, foi pouco, mas dormi bem demais e esse é o problema.
Cada vez que fecho os olhos, lembro da Clara. O jeito como ela me olhou antes de apagar, o corpo dela relaxado, o cheiro que ficou na cama. Só que agora, o foco precisa mudar.
— Te concentra... — Falo comigo mesmo.
A filial de Londres é um dos lugares que mais me exigem atenção. O prédio de vidro reflete o céu nublado, o tipo de dia que parece pedir produtividade. Assim que entro, o som dos saltos ecoando pelo piso e o burburinho de funcionários me lembram que não existe espaço para distrações aqui.
Faz um
