Clara Menezes Donatella me guia falando de uma área reservada do salão, longe dos olhares e, enquanto caminhamos, sinto uma única lágrima escapar, silenciosa. Não é só vergonha. É medo. Medo de não pertencer a esse mundo, de nunca estar à altura dele do mundo dele. Do que podem estar falando ali no salão. E, pela primeira vez na noite, tudo o que eu quero é ir para casa. Ainda sinto o frio do líquido escorrendo pela minha pele. O barulho das taças quebrando ainda ecoa na minha cabeça. É como se o salão inteiro tivesse silenciado por causa de mim. Eu só consigo pensar em desaparecer, em me esconder em qualquer lugar que não seja aqui. Donatella segura firme na minha mão, e antes que eu possa reagir, ela já me guia para fora do salão. — Vamos, querida. Vamos ali, tem uma sala reserva

