Clara Menezes A voz atrás de mim me faz gelar. Viro devagar, o coração batendo forte no peitö. Diante de mim, está um homem de terno escuro, com um tipo de boina que combina perfeitamente com o uniforme. Por um segundo, penso que seja outro segurança. O porte dele, a postura firme, tudo grita autoridade. E ele é elegante. Deve ser alguém importante. — Qual é o problema aqui? — Ele repete, a voz grave, firme, mas sem agressividade. O segurança da entrada se adianta e aponta para mim como se eu fosse uma intrusa perigosa. — Essa mulher estava tentando entrar no prédio sem hora marcada. Ninguém conhece ela, nunca apareceu aqui, e não pode entrar! Recebi ordens para não permitir. Engulo em seco, mas aproveito a brecha. — Por favor! — Digo, olhando para o homem de boina. — Eu só preciso

