Andrew Lancaster Eu a sigo até a cozinha. Clara se move em silêncio, como se o peso do mundo estivesse nos ombros dela. Nem ereta ela fica. Ela se senta no banco alto, apoia o corpo na bancada e fica ali, imóvel. Eu faço o mesmo, me posiciono de frente para ela, tentando decifrar o que está acontecendo. O silêncio se alonga. É pesado, quase sufocante. Eu a vejo abrir a boca algumas vezes, mas fechar logo em seguida. Os olhos dela começam a brilhar, como se as lágrimas quisessem escapar, mas ela insiste em se segurar. E eu fico sem entender nada disso. Finalmente, ela encontra a voz. — Andrew… desde o começo, eu decidi te procurar apenas para que o Mateo crescesse com a presença do pai dele. Eu, em momento algum, pensei em dinheiro, em riqueza, em querer algo de você ou de sua família.

