Andrew Lancaster Eu sinto a tensão antes mesmo de abrir a boca. O ar da sala parece pesado, denso, como se estivesse impregnado com o veneno que a Aurora destila desde que entrou aqui. E enquanto caminho na direção dela, eu penso em como é estranho: por mais fútil que fosse às vezes, por mais preocupada com imagem e com a própria beleza, havia nela uma doçura. Um jeito de rir, de conversar, que me fazia gostar da companhia. O sexö era ótimo, leve, prazeroso e o nosso papo fluía, a cama funcionava, o tempo com ela era fácil. Ela fazia ser fácil e bom. Só que agora… agora eu olho pra frente e não reconheço essa mulher. O olhar dela é duro, quase sombrio, a postura rígida, distante do que ela já foi um dia. É como se tivesse arrancado a própria pele e vestido uma versão distorcida dela mes

