descobertas.

840 Words
Chegamos na fazenda e eu estava ansioso para encontrar com Gabriel. Queria entender melhor sobre a situação da Amanda, não entendia porque aquela mulher era tão arisca e brava, e o mais interessante, porque me chamou tanta atenção a ponto de querer saber o motivo da sua frieza. Aproveitei que Jhonny entrou em seu quarto e fui direto para o quarto do Gabriel e bati na porta com cuidado para não acordar seu filho. Ele não demorou e abriu a porta curioso. - Nicolás? - Ele juntou as sobrancelhas confuso. - Gabriel podemos conversar? - Sorri na esperança dele aceitar. E por fim ele saiu do quarto e fechou a porta, seguimos para a varanda. Estava frio e chovendo muito, puxei meu casaco me encolhendo de frio. - Diga! - Gabriel acendeu seu cigarro e me olhou dando um trago. - Amanda, por que ela é daquele jeito? - Minha curiosidade gritava. - Brava né... - Gabriel riu e deu mais um trago em seu cigarro. - Sim. Ela ficou furiosa quando me apresentei para o filho dela. - Ué! Você é o herdeiro de uma máfia poderosa... O que você esperava? - Esperava que você me explicasse o motivo dela odiar tanto os homens da Máfia. - Bom... - Gabriel deu mais um trago e se inclinou para ver se alguém nos escutava. - Lembra do Thomás Messina? Aquele filho da p**a* frio e calculista que fizemos ele de refém? - Sei... - Respondi impaciente. - Pois então... Ele sequestrou Amanda, a sei lá... - Gabriel bufou tentando se lembrar da data e voltou a falar. - quase seis anos atrás?! Acho que sim... Ela foi mantida em cativeiro por meses sendo machucada de todas as formas, ela quase foi morta! E ainda engravidou do seu estuprador, isso fodeu* com a cabeça dela coitada... Meu avô que criou Jhonny e ela, mas depois de tudo o que aconteceu. Ela nunca mais quis pisar aqui na fazenda, ficou com trauma, não quer aproximação de qualquer homem e tão pouco quer saber dessa história de Máfia. - Ela sofreu... - Falei sentindo um vazio em meu peito com um olhar vago. - Beleza! Já vi que você me chamou só para fazer fofoca. Vou voltar para o meu quarto, Liz está precisando de ajuda para colocar Davi para dormir. - Tudo bem... Boa noite Gabriel. - Boa noite. - Gabriel entrou no casarão e eu me mantive na varanda pensando nela. Agora tudo fazia sentido... Ela era como um animal maltratado e agora só consegue se sentir segura com seu coração congelado. Meu celular começou a tocar e olhei o número. Meu semblante caiu! Era meu pai. Respirei fundo para aguentar aquela conversa, atendi sem vontade de atender. - Oi. - Nicolás! Precisamos de você na Espanha. - Ele falou seco. - Boa noite para você também. - Sem enrolação Nicolás! Temos uma pretendente. O Pai da garota ofereceu 5 bilhões por esse casamento. Ele quer que você conheça sua futura noiva. - Não. - Engoli seco ao escutar meu pai. Eles não podiam fechar o leilão. - Como não Nicolás?! - A voz do meu pai ficou mais grossa e irritada. - Tem pessoas oferecendo mais. - Menti em desespero. - Como eu não estou sabendo disso? - Mandaram uma carta para mim! É anônima pai... Não precisamos ter pressa. Pode surgir alguém oferecendo mais. - Eu suava frio com aquela conversa. - Estarei indo para o Brasil semana que vem e chegando aí eu vou querer saber melhor sobre esse licitante misterioso! Se ele está disposto a oferecer mais que 5 bilhões ele será o vencedor. Já perdemos muitos anos com essa brincadeira de leilão! Você já tem 26 anos e eles querem negócios. - Está bem. - Respondi de olhos fechados tentando achar alguma solução. Ele desligou sem se despedir e eu me mantive de olhos fechados tentando manter a calma para conseguir usar o cérebro. Qual desculpa eu daria? Uma carta anônima?! Meu pai não é de brincadeira. Seu pavio é curto e com certeza ele não teria paciência para enrolação de um anonimo. Eu precisava ser mais esperto! Mas por hora decidi voltar para o meu quarto. Tirei meu casaco e sentei na cama respirando fundo chateado com a conversa do meu pai. Tirei minha botina e amarrei meus cabelos, deitei na cama e coloquei minhas mãos abaixo da minha cabeça e fitei o teto tentando achar alguma solução, eu não queria me casar com uma estranha e entrar na família de outra Máfia! Já não bastava a frieza e crueldade dos meus pais... Eu não queria! Sem falar nesse casamento frio, sem amor e sem sentimento, apenas por negócios para amaciar o ego dos meus pais. Eu não queria isso para a minha vida! Mas mesmo sendo maior de idade eu não tinha escolhas... Já tomei muitas porradas* na cara vindo do meu pai e também dos capangas dele a mando dele, apenas para obedecer todas as suas regras, mesmo sendo elas erradas ou certas...
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