Eu dei o tapa com tanta força que minha mão ficou ardendo um pouco e só então me dei conta do que realmente havia feito.
Ele: porque fez isso!? Ficou maluca!?
Ele me encarou, confuso, com a mão pousada no lugar onde tinha levado o tapa. Mas logo, assumiu um olhar furioso e lascivo, que fez eu ficar com medo dele.
Eu: eu…eu…me desculpe!
Ao dizer isso, tentei sair de perto dele, mas ele me arrastou com força pelo braço, me fazendo ficar grudada ao seu peito forte.
Ele: vou te ensinar a ter boas maneiras…
Nesse momento, um segurança do cassino se aproximou de nós e, para meu alívio, nos separou.
Segurança: o que está acontecendo aqui? Esse homem está lhe causando problemas?
Eu: er… não… eu…
Eu sabia que o que aquele homem havia feito era errado, mas eu estava com medo de dizer o que tinha acontecido ao segurança. Para minha surpresa, ele logo assumiu um tom neutro e frio diante do segurança, como se nada tivesse acontecido.
Ele: eu só estava com raiva dessa garçonete porque ela não me deu o que eu queria, só isso. Mas, agora tudo já se resolveu, não vou mais incomodar.
Eu: sim, eu vou voltar ao meu trabalho...
Segurança: você está bem?
Eu: sim, estou.
Ele: É, eu também preciso ir em-
Ele não pôde completar a frase, pois nesse momento, barulhos ensurdecedores de tiros foram ouvidos por todo o cassino. Eram muitos tiros, alguns de metralhadora e logo, todas as pessoas ficaram desesperadas, correndo pelas suas vidas.
Eu: meu deus, o que é isso!?
Ele: Aqui, por aqui!
Ele me puxou pelo braço e fez eu correr com ele até a saída para a rua.
As pessoas passavam ao nosso redor correndo e gritando por socorro.
De repente, parecia que estava acontecendo uma guerra.
Conseguimos sair de dentro do cassino sem ser atingidos, e então fui arrastada até um carro preto enorme blindado, parado em uma rua próxima ao cassino. Ele abriu a porta do carro, nervoso.
Ele: entra!
Sem muita escolha, pois estava com muito medo, entrei no carro. Ele fechou a porta e entrou no lugar do motorista. Depois, deu partida e o carro saiu em disparada pelas ruas da cidade, deixando todo o tiroteio para trás.
Eu: o que está acontecendo!?
Ele: o que eu temia que ia acontecer…
Eu: você sabe o que causou isso!?
Ele: digamos que sim, só não achava que aqueles imbecis fossem fazer isso logo naquele lugar! Esses lixos não se importam se vão machucar gente inocente!
Ele estava furioso demais com o que tinha acontecido, como se conhecesse quem havia feito aquilo.
Eu: como assim? Você conhece o responsável por aquele ataque?
Ele: digamos que sim…
Eu: quem é você…?
Ele ficou em silêncio por um momento e me olhou firme pelo espelho do retrovisor do carro.
Ele: eu sou Victor. Victor De Santi.
Congelei. Não podia ser. Ele era um De Santi, uma das máfias mais temidas e perigosas da Itália e eu estava dentro do carro dele, sendo levada para um lugar que eu não conhecia.
Eu: você é… um… De Santi?
Victor: sim, eu sou. Surpresa?
Eu: não pode ser, você é um mafioso?
Victor: o que você acha?
Eu: er… eu acho que sim…
Victor: acertou então.
Eu: para onde está me levando?
Victor: para um lugar seguro.
Eu: que lugar é esse?
Victor: você está fazendo muitas perguntas, eu tô tentando dirigir em alta velocidade, se não percebeu!
Eu: eu tô com medo… por favor, não faz nada comigo…!
Ele me olhou de novo pelo retrovisor. Então, sem nenhum motivo, começou a gargalhar descontroladamente, igual um maníaco. Nisso, quase bateu em outro carro na avenida, mas conseguiu desviar.
Eu: posso saber porque está rindo em um momento como esse?
Victor: sua cara de medo é muito engraçada. Não se preocupe, eu não vou fazer nada de m*l com você, garotinha.
Eu: espero que a Rebeca esteja bem…
Depois de alguns minutos, o carro parou em frente a um portão enorme de ferro.
Victor: Carlo, abra o portão.
Assim que ele deu essa ordem através do seu celular, o portão se abriu sozinho e a gente entrou dentro de uma passagem rodeada de arbustos, que parecia uma entrada secreta para um mundo mágico.
Quando a passagem acabou, uma gigantesca propriedade apareceu bem diante dos meus olhos. Era uma linda mansão no meio de um vivido gramado verde, repleto de árvores e bem na frente, havia uma linda fonte de água, com dois anjinhos feitos de pedra.
Eu nunca havia visto de perto algo tão luxuoso e grandioso, só em filmes e séries. Fiquei simplesmente chocada com a riqueza e dimensão daquele lugar.
O carro parou bem na entrada da mansão, onde tinha dois homens fortes vestidos de terno preto, fazendo guarda na porta.
Victor logo saiu do carro e abriu a porta do carro para mim.
Victor: pode sair.
Eu: essa casa é sua?
Victor: não só minha, mas da minha família também. Na verdade, nós temos casas em muitos outros locais no mundo, mas essa é a casa principal, por assim dizer.
Eu: eu nunca vi algo assim na minha vida.
Victor: sempre tem uma primeira vez. Vamos.
Victor falou com um dos seguranças para abrir a porta para mim.
Eu: você não vai entrar?
Victor: agora não, eu tenho que resolver alguns assuntos importantes…
O segurança então, fechou a enorme porta atrás de mim e eu me vi dentro de um enorme salão luxuoso. Eu estava dentro da mansão De Santi.