Era difícil para mim aceitar que eu estava dentro da mansão de uma das maiores máfias da Itália. Assim que me vi sozinha no meio daquele luxo todo, fiquei andando meio tímida pelo salão.
Bem na minha frente, havia uma enorme escada com corrimão de ouro e tapete de veludo vermelho, que poderia fazer parte de algum filme do 007. Os móveis, a decoração, o piso, as janelas… tudo parecia ter sido tirado de cenários de filmes de Hollywood e eu estava ali, ainda vestida com o meu uniforme de garçonete e com o cabelo preso em um r**o de cavalo assanhado. Obviamente, eu não estava combinando com o cenário.
Comecei a querer explorar o que tinha ao meu redor, até que uma música de piano muito bonita começou a ressoar pelo ambiente, vinda de algum lugar perto dali.
A música era muito bonita, mas tinha uma certa tristeza em sua melodia. Fiquei com vontade de saber de onde estava vindo aquele belo som.
Conforme eu andava para a frente, mais a música ficava alta. Até que eu avistei uma porta aberta. Me aproximei da porta e descobri a origem da música. Havia um jovem rapaz tocando piano sozinho, no meio de uma sala muito elegante.
Ele tinha feições jovens e suaves e tocava o piano com perfeição, de olhos fechados, como se estivesse sentindo a música invadir sua alma.
Aquela cena me deixou meio hipnotizada. Ele era muito bonito. Eu apenas continuei parada vendo-o tocar. Até que ele abriu os olhos e me viu. A música parou abruptamente e ele me olhou com um olhar de "o que essa garota está fazendo aqui?"
Eu fiquei vermelha de vergonha, pois além de não conhecê-lo, eu estava o observando sem permissão. Desejei desaparecer dali naquele exato momento.
Camilo: quem é você? O que faz aqui?
Eu: me desculpe, mas é que a porta estava aberta e eu comecei a ouvir você tocando… Mas, eu já estou de saída, me desculpe…
Camilo: você não me respondeu. Quem é você?
Eu: meu nome é Isabella, eu sou garçonete no cassino do centro da cidade.
Camilo: cassino? Então você trabalha para ele?
Eu: ele? Quem?
Camilo: Victor, meu irmão.
Aquela informação me surpreendeu. Eu não imaginava que aquele fosse o irmão de Victor, ele era tão diferente dele.
Eu: não, eu não trabalho para o seu irmão, eu trabalho no cassino.
Camilo: aquele cassino é dele, tudo lá pertence a ele. Você trabalha para ele, sim.
Eu: sério? Eu não sabia disso…
Nesse momento, uma mão grande e quente pousou em meu ombro.
Era Victor. Ele olhou para Camilo, com uma expressão sarcástica.
Victor: como vai, irmãozinho? Não cansa de tocar as mesmas músicas idiotas?
Camilo lançou um olhar sombrio para Victor, assim que o viu chegar. Depois, levantou-se do seu assento e fechou o piano. De repente, o clima começou a ficar tenso na sala. Havia, claramente, uma distância estranha entre aqueles dois irmãos.
Camilo: vou sair, não volto antes do anoitecer.
Victor: a mamãe quer todos juntos no jantar, você sabe.
Camilo: eu sei.
Camilo passou por mim e Victor e saiu da sala, sem dizer mais nada. Eu estava muito confusa. Enquanto Victor tinha aquele jeito sarcástico e autoritário, Camilo parecia ser sério e calmo. Dois extremos que não pareciam fazer parte da mesma família. Após Camilo sair, Victor foi em direção a uma estante com bebidas e colocou um pouco de uísque em um copo de vidro e bebeu.
Victor: o que vocês dois estavam conversando?
Eu: na verdade, eu estava o vendo tocar piano, ele toca muito bem.
Victor: hum.
Eu: eu achei incrível, ele deveria ser um músico profissional.
Victor: ele é, faz parte de uma orquestra.
Eu: sério? Isso é demais!
Victor: tá, já chega. O que mais falaram?
Eu: ele também me falou que você é dono do cassino em que trabalho.
Isso é verdade?
Victor: sim, é verdade. Você não sabia, não é?
Eu: não, eu nunca imaginei que aquele cassino era de uma máfia…
Victor: muitas pessoas sabem, você que é muito ingênua.
Eu: então é por isso que você me tratou daquele jeito…
Victor: que jeito?
Eu: daquele jeito arrogante, como se fosse o dono de tudo.
Victor: eu tenho certeza que você gostou, só não quer admitir.
Eu: eu não gostei.
Victor: mentira.
Ao dizer isso, Victor se aproximou de mim de forma intimidadora. Ele ficou tão perto que eu pude sentir sua respiração quente em meu rosto. Ele rodeou seu braço musculoso ao redor da minha cintura e me puxou para perto dele, amassando meus s***s contra o seu peito.
Ele me olhava com um desejo ardente nos olhos, um olhar que me deixou sem reação a não ser fazer o que ele queria. Ele então, tocou os seus lábios nos meus e começou a me beijar ardentemente, pressionando sua mandíbula rígida contra minha boca e meu rosto.