A ternura com que o meu marido me acaricia dá frutos.
Eu relaxo, até o beijo por impulso quando ele se afasta.
O farfalhar da embalagem me deixa envergonhada. Embora eu também esteja feliz, por ele está se precavendo.
— Tenha paciência, querida. Ele sussurra, e no mesmo momento a dor delineia a realidade. Não tenho tempo para me contorcer antes de Amiran cobrir a minha boca com beijos. Beijos-beijos-beijos... Até que ele me solte pelo menos um pouco.
— Shh... Você é inteligente. Ele me elogia. — Relaxe. Deixe-me ir, Jade. Mais um pouco.
— Mas um pouco? Pergunto engasgada, piscando para afastar as lágrimas.
Amiran balança a cabeça.
— Vamos, agora vai ficar mais fácil.
Eu tento muito, mas não dá muito certo. Por sorte, lembro-me novamente daquele beijo malfadado alguns minutos antes do nosso casamento, e lágrimas aparecem novamente diante dos meus olhos. Vendo isso, Amiran franze a testa e eventualmente se retira completamente e nem escondo o meu suspiro de alívio.
— Desculpe. Ele diz com moderação. Limpa cuidadosamente as lágrimas do meu rosto. Então, sai da cama e vai embora.
Eu fecho os meus olhos. Isso é tudo. Mentalmente, já estou pronta para o que está para acontecer.
Eu ficarei sozinha. Amiran irá embora. Para longe de mim e ao encontro dela.
Na nossa noite de núpcias...
Eu gemo baixinho e, sem pensar, tento agarrar o meu pescoço.
— O que você está fazendo? Pergunto com medo.
— Você precisa tomar um banho. Ele explica brevemente. E sem que eu possa esperar, ele me leva para o banheiro.
Depois da penumbra do quarto, fica muito claro aqui. A banheira já foi preparada e quando me encontro em água morna, tremo involuntariamente.
É desconfortável sob o olhar atento do meu marido e contra toda lógica.
Eu me cubro com as mãos.
Amiran balança a cabeça e retira uma mão primeiro,então o segunda.
— Não se esconda, Jade. Você é muito bonita. Nunca se esqueça disso.
Eu apenas sorrio amargamente. Um elogio adequado para uma esposa fictícia.
Estou incrivelmente confusa com o que está acontecendo. A maneira como ele olha atentamente para mim e me toca suavemente para me lavar, me relaxa um pouco.
Quando se trata das minhas pernas e entre elas, eu me contorço e tremo de medo.
— Não há necessidade! Eu deixo escapar.
— Jade, você precisa lavar o sangue. Explica o meu marido pacientemente.
— Eu mesmo faço isso! Eu teimosamente me oponho e até coloco a minha mão na minha frente como um sinal de protesto.
— Tudo bem. Ele recua. — Faça você mesmo.
A estranheza impede o movimento. Eu me pareço muito desajeitada e
com as mãos cruzadas. Talvez seja apenas a minha percepção, mas não me sinto uma esposa desejada, mas uma coisa extra que foi forçada a ser retirada do armazém e o proprietário prometeu monitorar cuidadosamente a condição.
Depois, Amiran tira uma enorme toalha fofa e, então me envolve nele. Todo esse tempo eu estou tentando muito não olhar para os olhos dele. E não tenho tempo para isso agora, para ser sincera.
Eu me sinto tão inferior que não sinto nenhuma curiosidade agora.
— Deite, estarei lá em breve. Diz Amiran, deixando claro que aqui, não há mais nada a fazer.
Ele não precisa dos meus cuidados e da minha atenção como esposa. E eu tenho que obedecer. Afinal, ele é o chefe da família.
Minhas coisas acabam penduradas no guarda-roupa. Encontrei a camisola que a mamãe escolheu para esta noite é óbvia.
O que faço com isso agora? Quem devo surpreender e encantar? O homem que certamente está completamente desapontado comigo?
Estou com medo de que agora, tendo feito uma consumação nominal, Amiran não vá mais me tocar. E ao mesmo tempo, não sei se ainda quero isso.
Você está pronta para suportar novamente a dor que sentiu uma vez?
Mas sei que se meu marido quiser, serei obrigada a dar-lhe o que ele quer.
Depois de trocar de roupa, vou para a cama e espero o retorno de Amiran. Ele não demora muito. E quando a porta do banheiro finalmente se abre, o meu marido aparece com uma toalha nos quadris. Fecho os olhos envergonhada, esperando ele, que está prestes a se deitar ao meu lado e... Mas Amiran passa, pega as calças e, tirando o telefone de lá, ele sai do nosso quarto.
Eu soluço, prendendo a respiração para não cair em lágrimas de vergonha.
Mordo o meu punho para não fazer barulho. Dói muito por dentro. Então, a vergonha. Eu nem consigo acreditar. Afinal, esta manhã eu estava tão feliz. Para que?
Por que minha irmã me contou tudo?
Conto mentalmente até cem na esperança de que o meu corpo desligue, tenho certeza que amanhã vou me sentir um pouco melhor. Mas o tempo passa e ainda não consigo dormir.
Eu me pergunto se ele permanece em casa ou já está a caminho do encontro da amante.
Para saber, eu teria que me levantar e ir dar uma olhada, mas então teria que admitir que tudo isto é verdade. Enquanto isso, posso fingir que nada disso aconteceu.
Apenas que Amiran saiu um pouco e eu adormeci sem esperar por ele.
Cansada de esperar, ainda começo a adormecer quando o rangido quase inaudível da porta ecoa. Estremeço e abro os olhos. Está escuro no quarto, embora não me lembre de desligar a arandela. O luar não ilumina bem
o quarto, mas consigo distinguir uma silhueta masculina.
É Amiran. Seu corpo não pode ser confundido com mais nada. Ele tira o paletó, a calça e se senta na cama.
Aos poucos percebo que ele saiu vestindo apenas uma toalha e voltou vestido.
Então, ele estava indo embora, afinal...
Fecho os olhos assim que o colchão cede e sinto o calor do corpo de outra pessoa ao meu lado. Estou esperando ansiosamente para ver o que acontece a seguir. Mas nada
está acontecendo. Apenas a respiração regular do meu marido quebra o silêncio monótono da casa.
Estou atormentada por perguntas cujas respostas causarão novas dores, mas não posso simplesmente ignorar isso. Afinal, assim que fecho os olhos, vejo aquele beijo repetidas vezes, e não só isso. Agora eu sei,
como Amiran pode ser na cama, como ele é sem roupa e como beija. Eu lembro-me de como posso tocar e acariciar.
Ele faz o mesmo com a loira, pega ela sem hesitar, sem interromper, como aconteceu comigo?
E isso se torna o meu pesadelo pessoal.