CAPÍTULO 52 ALINE NARRANDO A mão tremia. Mas não era medo. Era raiva. Era aquele calor que sobe do estômago pro peito, que aperta a garganta e faz a gente querer socar o pano do balcão até virar pó. Porque ele chegou do nada, com aquele jeito mandão, aquele olhar de dono… e mesmo assim, mexeu comigo. E o pior? Eu deixei. Fingi que tava tudo sob controle, que não me abalava. Mas quando ele encostou e soltou aquela frase no meu ouvido… “tu ainda é limpa”… meu corpo inteiro travou. Limpa? Ele fala como se me conhecesse. Como se soubesse de onde eu vim, o que eu passei, o que eu carrego todo dia pra sair da cama e vir servir café pra homem que acha que mulher sozinha é convite. Mas ele… ele não me olha igual os outros. Cabuloso me olha como se soubesse que tem algo em mim que ninguém

