CAPÍTULO 15 CABULOSO NARRANDO O copo gelado na minha mão suava tanto quanto a testa dos curioso que tentava disfarçar o medo de subir ali. O camarote era alto, mas minha visão era mais. De onde eu tava, via tudo. Cada passo, cada cochicho, cada movimento fora do lugar. No meio daquela zona de luz e batida pesada, eu mantinha a postura. Corpo largado na parede, olhar atento. O copo de whisky descia devagar. Eu não bebia pra apagar. Bebia pra lembrar quem eu era. Tava rindo com o Negrete e o Zulu de uma fita que rolou no morro do lado, quando vi o Dudu subindo com a Adri. Os dois de mãos dadas, o que já dizia tudo. Respeito. Lealdade. Ele era dos meus, sangue da mesma guerra. Mas foi quem vinha atrás deles que chamou minha atenção. A mina. Vestido vermelho colado no corpo, cabelo solto,

