CAPÍTULO 11 CABULOSO NARRANDO O vapor ainda pairava no banheiro, colado no azulejo, no espelho, na pele. Me olhei rápido no reflexo, joguei a toalha no ombro e saí sem pressa, só com a bermuda pendurada na cintura e a Glock na mão, como de costume. Quando botei o pé no quarto… lá tava ela. Sheila. Ainda nua, largada na cama como se fosse dona de algum direito ali. Cabelo bagunçado, perna cruzada, peito à mostra, aquele olhar pidão que eu já conhecia bem. — Tu ainda aqui? — perguntei, secando o cabelo com a toalha. — Tô, ué… tava aqui pensando que a gente podia ir no baile junto no sabado… — ela soltou, com a voz doce, quase infantil. — Faz tempo que a gente não cola junto… — “A gente”? — repeti, rindo seco. — Desde quando viramos dupla? Ela se levantou, andando devagar até mim, ai

