CAPÍTULO 65 ALINE NARRANDO Entrei no Uber assim que ele encostou. Me acomodei no banco de trás e fechei a porta com calma, mas meu olho ainda varria a rua pela janela, como se procurando alguma coisa que eu nem sabia o que era. O motorista perguntou pra onde eu ia e eu respondi com a voz baixa, ainda desconfiada, ainda com aquele pressentimento esquisito entalado no peito. O carro arrancou devagar e eu fui tentando respirar fundo. Devia ser só paranoia, só cansaço, só o acúmulo de preocupação que eu tava sentindo com a Monique, com a mãe dela, com tudo. Mas… não era. Eu sabia que não era. Cheguei na entrada do morro e paguei o motorista. Subi o morro e fui caminhando, o calor já estava de matar. Cheguei no trabalho com o corpo presente, mas a cabeça longe. Vesti o jaleco, e comecei

