CAPÍTULO 42
CABULOSO NARRANDO:
Encostado na moto, braço cruzado, baseado na mão e aquela piranhä pendurada no meu pescoço como se fosse minha dona. E eu ali, quieto. Nem era porque eu queria. Era porque às vezes o silêncio resolve mais do que bater de frente. Ela tava rindo alto, falando besteira no meu ouvido, mas minha cabeça tava em outro canto. Mais exatamente… nela. Na Aline.
Desde que deixei ela naquela noite lá em casa, não parei de pensar. A mulher que me tirou o sono, mexeu num canto que eu nem lembrava que existia. E agora eu tava ali, tentando manter a postura, enquanto por dentro... tava tudo fora de ordem.
Até que eu vi.
Ela subindo o morro, andando com aquela postura reta, jeito firme, com a bolsa no ombro.
Na hora que os olhos dela bateram nos meus, o tempo congelou. E
