CAPÍTULO 54 ALINE NARRANDO O bar tava mais tranquilo depois do almoço, só uns dois senhores jogando dominó na mesa do canto e uma senhora tomando café com bolo. A fumaça do café recém-passado ainda pairava no ar, misturada com o cheiro dos salgados fritos que a dona Odete deixava prontos logo cedo. Eu tava atrás do balcão, limpando umas xícaras com o pano de prato jogado no ombro, e vez ou outra alguém aparecia pedindo refrigerante, pão com mortadela, salgado pra levar. Coisa leve. Desde que o movimento acalmou, meu corpo até agradeceu. Os pés doíam menos, a cabeça também… mas o coração… o coração tava pesado. Peguei o celular do avental e fui lá pra porta do fundo do bar, onde dava pra ter um respiro sem ser interrompida. Sentei no caixote vazio, apoiei o cotovelo no joelho e disquei

