"A vida é como uma câmera, foque no que é importante e capture os bons momentos."
Myo Kobayashi e Ayumi Kamata eram melhores amigas, unidas por uma amizade inquebrantável. Enquanto Ayumi desfrutava de uma vida libertina, livre de compromissos e cheia de aventuras, Myo sempre estava ao seu lado, pronta para ajudar a amiga a escapar das armadilhas amorosas que a cercavam. O problema? A família de Ayumi era dona de um renomado escritório de advocacia, respeitado em todo o Japão, e seus pais estavam determinados a vê-la casada até o final do ano.
Ayumi, no entanto, era um pássaro livre, apaixonada por viver o presente e se envolver com quem quisesse. A pressão de sua mãe, Megumi, estava se tornando insuportável. Ela já estava exausta de tantos encontros arranjados com os filhos e netos de empresários influentes, todos na esperança de que sua filha se apaixonasse por um deles. Ayumi não sabia como dar um fora em ninguém e foi por isso que recorreu a Myo, sua fiel escudeira.
Diferente de Ayumi, Myo não nasceu em um berço de ouro. Seu pai, um renomado arquiteto na América, sempre esperou que ela seguisse seus passos. Mas Myo tinha sonhos próprios. Assim que terminou o ensino médio, decidiu deixar tudo para trás e se mudar para Tóquio, onde poderia trabalhar na Heinsen Corporation, uma das melhores empresas de design do mundo. Sob a liderança do respeitável CEO Krystian Heinsen, a empresa era conhecida não apenas por seu prestígio, mas também por seu ambiente acolhedor e solidário.
Enquanto estavam juntas, Ayumi tentava mais uma vez convencer Myo a ajudá-la a se livrar dos pretendentes indesejados.
— Myo! Você precisa me ajudar! Minha mãe enlouqueceu. Ela quer que eu me case até o final do ano! Eu não posso, ou melhor, não quero!
— Ayumi, por que você não conversa com sua mãe? Sei que você tem suas economias; por que não tenta viver de forma independente?
— Amiga, você não entende... Eu ainda não sei cuidar de mim mesma! Por favor, Myozinha. Prometo que será a última vez que te peço algo assim.
Ayumi fez um bico adorável e Myo não conseguiu resistir. Acabou concordando com mais essa loucura e disse:
— Tudo bem, mas saiba que será a última vez que faço isso, entendeu?
— Entendi! — Ayumi pulou de alegria e a abraçou com força. — Eu amo você, Myo! Você é a melhor!
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Vocês devem estar se perguntando como tudo isso começou, não é? Quando estavam na faculdade, Myo frequentemente assumia a identidade de Ayumi para dispensar os homens indesejados que a amiga não conseguia afastar. Ayumi, com sua beleza ímpar, tinha 1,67 m de altura, um corpo curvilíneo, cabelos rosas vibrantes e olhos verde-esmeralda. Myo, por outro lado, exibia uma sensualidade única. Com 1,60 m, seus cabelos n***o-azulados e olhos azuis a faziam parecer uma deusa em um corpo compacto, e sua habilidade de afastar os pretendentes de Ayumi sempre funcionava com maestria.
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— Vamos, Myo! Você tem um encontro com Toshiro, o filho da empresa SoftBank! — Ayumi disse animada.
Myo olhou para seu reflexo no espelho, suspirando.
— Ai meu Deus, você me coloca em cada furada, amiga.
Enquanto terminava de se maquiar, Ayumi mexia no celular, buscando informações sobre o herdeiro SoftBank.
— Nossa, ele é um ruivinho delicioso! Se formou em direito em Harvard e doutorado em Cambridge… Uau, o cara é inteligente! Gosta de esquiar e jogar golfe? Um verdadeiro nerd! Troca de namorada como quem troca de roupa? É com esses caras que minha mãe quer que eu saia? Me poupe, senhora Megumi! E pelo que percebi, ele prefere loiras.
Myo sorriu e disse:
— Ayumi, não sei até quando você conseguirá enrolar a sua mãe. Um dia, você vai ter que se amarrar em alguém.
— Eu sei, amiga. Mas quero escolher com quem desejo casar! — Ayumi voltou a olhar para o celular e, em um momento de inspiração, disse: — Myo, vê só! Ele não gosta de mulheres grudentas. Basta deixar claro que você é extremamente ciumenta e pegajosa, e será fácil se livrar dele!
Myo terminou de se arrumar e perguntou:
— E aí, como estou?
Ela vestia um elegante vestido verde musgo, justo ao corpo e com um decote que deixava seus s***s em evidência. Os cabelos negros estavam cobertos pela peruca rosa e um batom vermelho carmesim completava o visual deslumbrante.
Ayumi abriu a boca, impressionada.
— Uau! Se eu não tivesse tanta certeza da minha sexualidade, eu te pegaria agora, amiga! É como se estivesse olhando para meu próprio reflexo!
Myo fez uma careta e respondeu:
— Engraçadinha. Vamos logo, amanhã tenho uma reunião super tediosa na empresa, e não posso me atrasar. Além disso, não estou muito bem na fita com meu chefe, e ele está de olho em mim.
— O que você fez dessa vez, Myo?
— Ai, Ayumi, você não imagina! Fui chamada pelo diretor executivo para discutir os projetos atuais e lá estava o senhor Heisen. O problema é que o senhor Daiki me pediu para solicitar um café à secretaria e quando fui ajudar, derrubei a xícara no colo do meu chefe.
Ayumi não conseguiu conter o riso.
— Meu Deus, Myo! HÁ HÁ HÁ! Me perdoa!
— Não ria de mim! — Myo fez bico e cruzou os braços, enquanto Ayumi enxugava as lágrimas de tanto rir.
— E aí? O que aconteceu depois? — perguntou, curiosa.
— Ele me olhou com uma expressão de morte. Acho que só não fui demitida por causa do senhor Daiki. Você sabe que meus encontros com o chefe sempre são desastrosos; acho que ele me vê como uma negação. — Myo suspirou.
Ayumi se aproximou e segurou os ombros da amiga, olhando em seus olhos verdes.
— Você pode ser desastrada, amiga, mas é incrível no que faz. É por isso que o senhor Heisen não te demite. E eu já te disse: se isso acontecer, eu te coloco na empresa do papai rapidinho. Você não ficará desamparada e no final, meu pai estará ganhando uma excelente profissional.
Myo sorriu, agradecida.
— Obrigada. Vamos, agora?
As duas saíram em direção ao destino, com Ayumi indo para seu apartamento e Myo se dirigindo ao encontro com o jovem SoftBank.