Lorena Convidei Irina para um encontro “de mulheres” no cais, galpão quatorze — o mesmo que ela achou que era segredo. Mensagem curta, sem salamaleques: “Entre mulheres. Sem plateia. Hoje, 23h30.” Deixei um recado com Pipa: se eu não responder até 00h30, aciona o plano fogo. Não pedi permissão a Greco; deixei apenas a palavra que resolve quando falha a coragem: confia. Vesti preto que não grita, salto que corre, cabelo preso sem vaidade. No brinco direito, uma microcâmera; no salto, um chip extra; na bolsa, spray, canivete, isqueiro e um sinalizador marinho. A moeda do leste, riscada, costurada ao forro — lembrança e aviso. “Dama em chamas”, sussurrei para o espelho. E fui. O galpão respirava ferrugem e água parada. Correntes roçavam no vento, sombras de contêineres fingiam dormir. A pa

