Capítulo 7 – A Dívida de Silêncio

1149 Words

Lorena A madrugada ainda ecoava em mim quando fechei a porta do camarim. As batidas da música vibravam sob minha pele como se fossem parte do sangue. A Madrugada nascera, e eu junto dela. Mas naquela noite, algo se infiltrou no meu corpo mais que a luz ou o som: o olhar dele. O tal dono da Rocinha, o homem que muitos só ousavam mencionar em cochicho — Greco. Não foi pelo gesto de me salvar. Homens adoram encenar o papel de heróis quando há plateia. Mas ele não gritou, não espalhou força desnecessária. Foi frio, calculado, silencioso. E ainda assim, no instante em que segurou o punho do sujeito que tentou me marcar como propriedade, eu soube: naquela boate, ninguém desobedecia a Greco. Agradeci. Era o mínimo. Mas não do jeito que ele esperava, suponho. — Obrigada pela intervenção — fale

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD